Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
retalhoscg@hotmail.com

QUAL ASSUNTO VOCÊ ESTÁ PROCURANDO?

"Prezados Adriano e Emmanuel, bom dia!

Antes de tudo, gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho no Blog CGretalhos, iniciativas como estas possuem um valor incalculável para a memória de nossa cidade. Obrigado.
 
Me chamo Fabiano Badú de Souza, sou “campinagrandense” e graduado em História pela Universidade Federal de Campina Grande, onde também estou concluindo o mestrado em (História, Cultura e Sociedade), vinculado a linha I de pesquisa, Cultura e Cidades.
 
Os meus objetos de investigação, na área da História, contemplam os debates referentes a História e historiografia das cidades, com foco nos processos de modernização, saneamento e abastecimento de água em Campina Grande entre os anos de 1951-1970, área na qual desenvolvo pesquisas desde 2008.
 
Desde o ano passado venho me deliciando com as postagens que leio no blog, e desejo também oferecer uma parcela de contribuição". (Fabiano Badu de Souza)

RESUMO:

Antigo Eldorado
Em uma de minhas jornadas de pesquisa pela cidade, deparei-me com uma verdadeira pérola: trata-se projeto de construção do famoso Cassino Eldorado.
 
O Eldorado foi um importante espaço de glamour, palco para o exibicionismo e a teatralização dos valores burgueses, presentes em uma elite agrária que se concentrava em Campina Grande entre os anos de 1937 a 1941. Além de figurar como um significativo “espaço de sociabilidade” para os chamados “barões do ouro branco”, de importância reconhecida até pelo historiador/sociólogo/antropólogo pernambucano, o “vitoriano dos trópicos” Gilberto Freyre, em sua obra Casa Grande & Senzala, o Eldorado ganhou fama e repercussão que ultrapassaram as barreiras geográficas e simbólicas de uma Campina Grande antiga, hoje saudosa, ambientada na primeira metade do século XX.
 
Deste documento, consegui realizar cinco registros fotográficos.
 
Imagem 01
Imagem 02
Imagem 03
Imagem 04
Imagem 05

A primeira imagem representa a intenção original para a fachada do prédio, que pouco difere do seu formato final após a construção. Vemos ainda, no canto superior esquerdo, o nome do proprietário da obra, o comerciante João Veríssimo, integrante da elite abastada da cidade. No canto superior direito identificamos o nome do “architecto” (sic) da obra. A segunda imagem mostra a planta baixa do cassino, seus muitos quartos, salão de baile, escadas e outras dependências, e a terceira imagem, por sua vez, representa o “corte longitudinal” do espaço construído. As outras duas imagens apresentam ainda documentos manuscritos referentes ao deferimento municipal para a construção da obra, tendo em uma delas a assinatura do prefeito Vergniaud Wanderley.

Por Fabiano Badú de Souza

10 comentários

  1. gustavo ribeiro on 26 de maio de 2012 às 08:59

    Parabéns ao prof Badú pelo documento histórico. Agora me chamou atenção, o nome do bairro que está na planta. Bairro Chinez. Confesso que é a primeira vez que vi essa referência. Meu pai, que frequentou o cassino, também não tem conhecimento dessa denominação.

     
  2. Mario Vinícius on 26 de maio de 2012 às 09:00

    Que relíquia ! Basta o interesse das autoridades públicas para restaurar aquele prédio !

     
  3. BlogRHCG on 26 de maio de 2012 às 09:03

    Os Historiadores podem melhorar nossa explicação sobre a denominação bairro Chinês. Mas, aquela região se chamava "Manchúria", em alusão à região da China invadida pelo Japão durante II Guerra Mundial e, que coincide na época em que foram estabelecidos os prostíbulos de CG naquela região do, tb, Bairro das Piabas, ou Currais.

     
  4. gustavo ribeiro on 26 de maio de 2012 às 18:34

    A explicação do RHCG procede. Quando perguntei sobre Bairro Chinêz (escrevi com Z, como na planta), meu pai (nascido em 1926 e "inaugurado" no Eldorado) disse que o bairro era conhecido como Manchuria (Só que não perguntei a origem). Inclusive, de forma vulgar ou apenas por ignorância, muitos chamavam de Bairro da Manichula, em referência aos cabarés que ali se instalavam. Aprendi mais uma.
    Abçs.

     
  5. Anônimo on 26 de maio de 2012 às 19:05

    hehhee, você são arretados. Conhecimento puro.

     
  6. rômulo azevêdo on 27 de maio de 2012 às 09:21

    Muito bom o documento.
    No livro "Os velhos marinheiros" Jorge Amado faz uma referência ao famoso cassino de Campina Grande.
    O responsável pela obra foi Natanael Belo(em um programa feito por Zé Luiz na Tv Borborema, Natanael conta a história bem direitinho.Êle diz inclusive que a inspiração do dono para construir o bordel, foi a boite "Assyrius" localizada no centro do Rio de Janeiro.)
    Será que Zé Luiz tem este programa guardado em arquivo?

     
  7. Anônimo on 27 de maio de 2012 às 15:58

    Dizem que as prostitutas que frequentava o eldorado eram mais decentes que muita moça de familia dos anos atuais.

     
  8. Fabiano Badú on 27 de maio de 2012 às 21:19

    Amigos, saudações! Gostaria de acrescentar uma importante observação. As referências para um eventual uso destes documentos em trabalhos acadêmicos, blogs e afins, devem ser creditadas ao Arquivo Público Municipal de Campina Grande.

     
  9. Hugo Paz on 24 de outubro de 2012 às 01:11

    Vocês encontrarão mais referências sobre o por que do nome Manchúria, no livro do falecido professor Fábio Gutemberg. http://www.estantevirtual.com.br/kleberlivros/Fabio-Gutemberg-Ramos-Bezerra-de-Souza-Territorios-de-Confronto-Campina-Gra-66379813

    Aqui tem ele pra vender...

     
  10. Helinho Soares on 25 de outubro de 2012 às 10:12

    Prof. Fábio,

    Não entendi a razão do comentário "palco para o exibicionismo e a teatralização dos valores burgueses". Ora, aquilo era um ambiente de diversão e prazer como qualquer outro e que existe em qualquer classe social.
    No mais, parabenizo-o pelo belo trabalho.

     


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