Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
retalhoscg@hotmail.com

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Todos os sábados, ocorre um encontro de colecionadores na Praça Clementino Procópio no centro da cidade. Em virtude disto, a Revista Baraúnas, editada pela UEPB, fez uma reportagem sobre esse encontro e nós que fazemos o Retalhos Históricos de Campina Grande, participamos com a nossa opinião. Cliquem nas imagens abaixo para ler a reportagem e agradecemos ao "Celio SG", autor da reportagem o envio do material para publicação no blog RHCG:



O grande nome do carnaval de Campina Grande chamava-se Manoel Cavalcante Belo, ou simplesmente “Neco Belo”. O ícone de nosso carnaval fundou o “Bloco Os Caiadores”, que fortaleceu o carnaval de Rua de nossa cidade.


Passaram-se os anos e clubes como o Paulistano, Clube 31 e Ypiranga, realizavam animados carnavais. Também não se pode esquecer os desfiles ocorridos nas ruas Maciel Pinheiro, 7 de Setembro, Marquês do Herval e Floriano Peixoto. Blocos como o Zé Pereira, Bloco dos Sujos, Marmiteiros, Tudo nos Une e Bloco do Jacaré, marcaram época na cidade.

Imagem de um carnaval do passado em Campina Grande

Estranhamente, no ano do centenário da cidade em 1964, o carnaval de Campina Grande perdeu sua força. Quando falamos do carnaval perder sua força, falamos do evento genuíno ocorrido na época oficial e não em evento como Micarande, etc.

Em 1988, ocorreu uma tentativa de retomada da tradição do carnaval de Campina Grande. Com a mídia local engajada, foi feito um desfile de sucesso com agremiações carnavalescas. Várias vinhetas com as músicas das Escolas de Samba, foram mostradas na tv. Abaixo, nossos “blogueiros” podem acessar as reportagens do Diário da Borborema sobre o evento (cliquem para ampliar):






Todavia, a festa não conseguiu se consolidar devido principalmente, a forte concorrência das praias de João Pessoa. É de se lembrar, que até os anos 60 uma viagem de Campina Grande ao litoral paraibano não era tão rápida como hoje, demorando várias horas, fato este, que talvez explique o sucesso de nosso carnaval naquela época.

O Deputado Federal Damião Feliciano tentou durante os anos 90 criar um “Carnaval dos que Ficam”, mas esse era um evento que nunca caiu nas graças da cidade.

Fontes Pesquisadas:

Diário da Borborema
Livro do Municipio de Campina Grande - 1984 - Editora UNIGRAF



Por décadas e décadas o campinense brincou animadamente o seu Carnaval.  Acredite: em seus clubes e ruas já foram vistos pulando alegremente, desengonçadamente, democraticamente, um faraó e uma Chiquita Bacana, um pierrô e uma nega-maluca, muitos palhaços, papangus, índios,  um pirata e uma colombina, muitos  'carregos'  e uma nega-do-cabelo-duro. 

Fizesse o tempo que fosse: sol ou chuva, vento ou mormaço, frio ou calor. Antigamente tinha festa em toda a cidade. Nas ruas, no centro da cidade e nos clube sociais espalhados por todos os bairros e comunidades. Cantando as machinhas que a turma toda sabia de cor, e saía cantado, antes, durante e depois do carnaval.

Hoje não se vê mais isso, nossos bons e antigos carnavais foi extinto, talvez as musicas de hoje, por razões várias, não sejam mesmo mais tão empolgantes – e, note bem, não escrevo “bons”, ou “bonitos”, mas “empolgantes”. Talvez seja por conta da perda de espaço para outros gêneros “musicais”, tais como a axé-music, o fanque-carioca, o sertanejo e destas Bandas de Forrô de Plástico e sem conteúdo nenhum, entre outros equívocos. Ou, quem sabe, eu é que estou ficando velho e nostálgico. E implicante.

Todo esse antelóquio, na verdade, serve apenas para falar com saudade dos nossos dos bons-velhos-tempos, daqueles que o folião e a foliona não esquecem mesmo com o tempo a riscar o chão.

Pois é amigos, falar sobre os antigos carnavais de Campina Grande  nos anos que regaram a minha juventude é como dissertar sobre mim mesmo. Eles foram como um perfume inebriante que se dissipou no tempo, mas deixou sua fragrância em nossos sentidos, e onde quer que estejamos, ao lembrá-los, sentiremos que existirá sempre um pierrô e uma colombIna jogando confetes e serpentinas no salão da saudade.

Bate uma saudade grande... Uma tristeza imensa por não poder viver mais aquele tempo que ficou perdido no espaço. 

Os antigos Carnavais da nossa cidade tinham uma inocência peculiar, uma tradição, um amor próprio tão grande... Éramos felizes e sabíamos... Com certeza nossos amigos moradores de outras cidades irão pensar da mesma maneira, que saudades dos antigos carnavais e tempos antigos...   

Tenho ainda muito vivas em minha memória recordações deliciosas das comemorações que eram feitas durante o carnaval aqui na nossa cidade. Refiro-me aos anos 60, quando eu vivia minha infância, e 70, já na minha juventude. Sinto, sim, saudades daqueles carnavais. Lembro-me dos papangús que passavam pelas ruas e brincavam com as crianças. 

Era impossível sair ás ruas da cidade, lá pelos idos dos anos 50, sem se deparar com essa figura curiosa, mascarada, com o corpo todo coberto, andando sozinho ou em bando. Amado e muitas vezes temido, os papangus faziam a festa, ora assustando, ora divertindo, num misto de palhaço e bicho papão. 


Na minha rua os papangus eram pessoas normalmente sisudas. E a meninada, assustadas ou não, saíam atrás dos papangus, esses brincantes de indumentária rústica, improvisadores de mímicas e palhaçadas, atraindo as atenções por onde passavam. Da La Ursa e os foliões mascarados que saíam pelos bairros a alegrar e a divertir a todos. 

São lembranças que com o passar dos anos ficam mais vivas na minha memória. Sinto saudades dos vesperais carnavalescos dA AABB, onde bricamos junto a amigos e amigas do bairro do São José conforme foto abaixo:

Parece que quanto mais o tempo passa a nostalgia aumenta. Era uma festa alegre, o clube ornamentado com máscaras, serpentinas, um cheiro agradável de lança perfume, à orquestra tocando marchinhas (Algumas músicas são tão marcantes, que até mesmo nos dias de hoje são cantadas em momentos de alegria. Entre elas estão: “Allah-lá-ô“, “Cachaça”, “Cabeleira do Zezé”, “Abre Alas”, “Ô Balancê” “Mamãe eu quero”, “O teu cabelo não nega”, “Me dá um dinheiro aí” entre outras), samba e frevo, a garotada pulando, jogando confetes, serpentinas e jatos de água para todos os lados. Momento mágico, guardado na memória como uma relíquia.

Saudade imensa, sim, das famosas “batalhas de jogar Talco, maizena, colorau ou água nos componentes do corso que eram formados pelas pessoas jovens e adultos que iam em cima de veículos, especialmente jipes e caminhões, que levavam os citados blocos, grupos de amigos, para as ruas seguindo os carros e aos clubes. Todas as pessoas, mascaradas ou não, mas sempre com suas vestimentas e com uma disposição fantástica para brincar de forma saudável, sem precisar de “estimulantes”.

A cidade, especialmente o centro formado pelas ruas: Maciel Pinheiro, Floriano Peixoto Marquês do Herval,  Cardoso Vieira e Beco do 31, fervilhava de foliões de todas as classes sociais. Era comum cruzarmos com pessoas conhecidas que, usando fantasias, tentavam brincar conosco sem se deixar reconhecer. 

O Corso - Nas décadas de 1960 e 1970 o corso da cidade era outra atração, um dos veículos mais utilizados no corso era o Jipe, sem capota. Havia também muitas camionetes e caminhões, por serem veículos abertos, essenciais para a brincadeira. Diversos foliões preparavam carros só para o desfile do corso. Serravam a lataria de fuscas, por exemplo, para que ficassem  conversíveis e os decoravam com pinturas carnavalescas e frases engraçadas.









A folia nos Clubes

No Salão dos clubes o  trajeto dos foliões consistia em uma movimentação em círculo, obedecendo ao sentido horário – mas também havia alguns sujeitos cheios de “ birita”, que preferiam brincar no sentido anti-horário, o que era sinônimo de confusão. As garotas desacompanhadas ficavam nas bordas do salão, observando aquela alegre confusão. De repente, uma mão saindo do meio da massa  lhe alcançava o pulso e a puxava para o salão. Se houvesse interesse recíproco, a foliona enganchava no sujeito e ia pra guerra. Se não, ela dava um jeito de liberar o pulso das mãos do “enxerido”. Essas efêmeras conquistas carnavalescas se constituíam na glória (ou “toco”) de qualquer moleque que buscava as folias de Momo.


Os foliões  se movimentavam no salão de acordo com a música. Havia as marchinhas para uma evolução rápida – leia-se correria desenfreada e trombadas entre os participantes –, como os frevos as mais frenéticas de todas, que costumava causar algumas quedas coletivas no salão. No dia seguinte, após a ressaca carnavalesca, a turma se reunia para contar vantagens sobre as conquistas efetuadas e fazer planos para os bailes do dia seguinte. Só cascata, evidentemente, ninguém tinha “ficado” com ninguém. Aqueles beijinhos pueris eram somente isso, beijinhos pueris. Mas na nossa adolescência, com os hormônios à flor da pele, a mentira era  nossa mais perfeita aliada. E não deixava de ser um bom aprendizado para a idade adulta.


No final dos anos 70, face final dos grandes carnavais de clube. Participei dos últimos carnavais em nossa cidade no Campinense Clube com a orquestra de maestro Cipó. Carnaval animado com a boa orquestra, tocando frevos, machinhas e o velho samba, com a presença de blocos de salão, muita fantasia e grande animação. Nesse período o carnaval de bairro já estava em decadência, não só em Campina Grande, mas na maioria das cidades Nordestinas. 

Na década de 80 foi o início da ocupação das bandas baianas e a comercialização dos grandes carnavais, fim da era romântica, da espontaneidade, da irreverência, do deboche e da critica. Infelizmente, acabou nosso Carnaval em salões, desapareceram as velhas marchinhas, ninguém passa mais brincando e cantando feliz. Assim era o nosso Carnaval ou velhos e antigos carnavais da nossa terra “Rainha da Borborema”, reminiscências de um passado glorioso que fica para registro da história. 

Alguns já se encontram em dimensões mais elevadas. Outros, porém, continuam percorrendo os outros caminhos. E agradeço a Deus por ter me dotado de tão boa memória, de me conservar ainda lúcido, para reviver a alegria de um passado, que se perde nas brumas do tempo! Quando encontro amigos, que durante muito tempo.

Feliz de quem contemplou os bons tempos que se passaram, onde tudo era mais difícil, tudo era mais suado, mas sem dúvidas, fomos mais felizes! Hoje as coisas são mais fáceis, ao alcance de todos, mas o homem se destrói com o passar do tempo, simplesmente a conseqüência mais atroz da inversão de valores.

As noites de carnaval já não são como antigamente, quando milhares de foliões iam às ruas e lotavam os clubes para atravessar a madrugada no embalo das marchinhas carnavalescas. A tradição do carnaval está se perdendo a cada ano, os jovens que freqüentam as festas em alguns clubes querem “curtir” à noite com músicas eletrônicas nas baladas, às quais são acostumados. 

Finalmente se eu tivesse a cidade e a chave do Carnaval de Campina Grande em minhas mãos, certamente que eu faria um Carnaval aos moldes dos anos 60 e 70. O frevo tomaria o seu posto de antes; retomaria as escolas de samba e os “corsos e os blocos de rua; as ruas como antigamente seriam enfeitadas com amostra próprias da festa de Rei Momo; poria um policiamento ostensivo, contrataria boas orquestras de frevos e impediria, através de um acompanhamento fiscalizador, que “aqueles blocos” ficariam proibidos de tocar. Quem quisesse tocar o seu “axé” que o fizesse distante do nosso Carnaval.


FOTOS DE BLOCOS DOS ANTIGOS CARNAVAIS DE CAMPINA GRANDE

Para muitos campinenses, as mais remotas lembranças do carnaval são feitas de confetes, serpentinas e tubos de lança-perfume.  Alguns ainda se recordam, em fotos já amareladas, imagens de alguns blocos, ou dos bailes promovidos pelos tradicionais clubes da cidade. Outros guardam apenas na memória passagens dos bons momentos vividos nos dias de folia.
Relembre a partir de hoje, e durante todos os dias de festa, imagens de antigos carnavais.

Ver fotos antigas de antigos blocos de Campina Grande é viajar no tempo, é voltar à saudade e resgatar a inocência perdida. Deparei-me com fotos da década de 30, 40, 50, 60, e até a amada década de 70. As fotos, quase todas em preto e branco, me fizeram viajar no tempo e foi impossível não sentir uma enorme saudade, de fatos que, inclusive, sequer vivenciei ou mesmo estive presente das décadas de 20, 30 e 40.


Esta 3 primeiras fotos abaixo são do grande fotografo Soter Carvalho



 

Estas 3 fotos abaixo são do acervo da familia de Neco Miranda


















Nesta foto mostra os atletas Leucio 0 Terceiro) e Tadeu de Erinete (ultimo a direita)













Texto e acervo fotográfico do saudoso Jóbedis Magno de Brito Neves
 
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