Casarão de C. Lauritzen, 1989 |
Aos que acompanham as postagens sobre a Rua Maciel Pinheiro, ou Praça Epitácio Pessoa, conhece o aspecto arquitetônico do antigo Casarão de Christiano Lauritzen.
Até hoje sua beleza exterior está 'preservada', mantendo viva esta herança Histórica dos tempos que Campina Grande recebeu a 'ponta dos trilhos' da Great Western, através da luta empreendida pelo Dinamarquês que aportou nas sertanias paraibanas por volta de 1870, se instalando em nossa cidade cerca de dez anos mais tarde, comercializando jóias e relógios já na Rua Grande (hoje Rua Maciel Pinheiro).
No ano de 1984, porém, este patrimônio esteve bem perto de ser derrubado! Por conta da ação de autoridades municipais ligadas à cultura, o intento não obteve sucesso.
Acompanhem o recorte abaixo, do jornal "Gazeta do Sertão", do dia 17 de outubro de 1984, editado por Edvaldo do Ó.
Desde 1993 o casarão é ocupado por uma empresa alimentícia, que utiliza suas depências como restaurante, mantendo-o conservado e em funcionamento constante.
Fonte:
A Gazeta do Sertão, 1984
Lendo no trecho da coluna central...."Segundo o adv....., o proprietário tem todo o direito de derrubar o prédio, uma vez que compraram e pagaram, nao tendo, portanto, satisfação a dar a ninguem"....realmente, em nome do moderno, a historia fisica é apagada muito facil pelo dinheiro....
pena que essa prática ainda é comum na cidade, se formos cataloga os prédios que já se foram só nos últimos 20 anos a lista será imensa!
Que pena...
Eu estava neste dia no local... Veio uma ordem judicial para suspender a demolição e, à tarde, o serviço foi interrompido. A TV Borborema, quando do jornal da noite, noticiou o fato destacando a seguinte manchete "Aos pedaçõs a história de Campina Grande"...
Aí, ao final do jornal, a notícia: "E atenção ! Mesmo com a ordem judicial, os trabalhos recomeçaram... " Em poucos minutos, apareceram dezenas de pessoas no local. Já havia um caminhão com um cabo de aço amarrado a um dos vãos e provocar a queda do prédio.
Foi nesta hora que uma senhora, cujo nome não guarde guardei, corajosamente foi na direção do cabo e soltou o pino que formava o laço... O cabo de aço saiu levando tudo mas não conseguiu derrubar o prédio...
No mesmo instante em que tudo isso acontecia, apareceram agentes da Polícia Federal e a ordem foi restabelecida. Houve, então, aplausos e a obra foi definitivamente suspensa. Na oportunidade, disseram que os causadores do dano seriam obrigados a restaurá-la conforme o original. Passados quase trinta anos, nada foi feito. Por que não começar uma campanha para isto ocorra ?
Nem sempre podemos demolir ou modificar o patrimônio histórico, mesmo em se tratando do proprietário. Se assim fosse, como disse o nobre comentarista, Ouro Preto, Juiz de Fora, Tiradentes, Salvador, a velha Recife, São Luis, Alcantara, etc, etc, desde ha muito já haviam perdido as suas respectivas características históricas, e, nem por isso ficam a margem da modernidade. Infelizmente, aqui em Campina Grande, muitos pensam dessa maneira, e, por isso, cêrca de 90% do nosso patrimônio histórico e cultural já foi destruido. É profundamente lamentável que isso aconteça e que ainda mereça o apôio de algumas pessoas.
Lamentavelmente o casarão de Cristiano Lauritzen embora não tenha sido demolido, contudo perdeu a sua originalidade. Somos habitantes de uma cidade sem preservação do patrimônio histórico!
Ta na hora de uma reforma.
Honestamente,se os recursos me permitessem(talvez uma MEGA SENA),compraria o prédio da antiga livraria pedrosa para derruba-lo.Restaurava toda a casa de Cristiano Lauritzem e o Pavilhão Epitácio criando uma cafeteria com a pracinha na frente,como no modelo antigo,para o deleite dos campinenses e turistas que visitassem o local.Bem menos que a idéia,sonhar não custa nada.
Eu lembro perfeitamente desse episódio.
Eu era repórter da Tv Borborema na época e fiz uma série de matérias abordando o problema da derrubada do prédio.Uma das reportagens mostrava a concordância dos proprietários que prometeram não derrubar o imóvel.
A matéria foi exibida no "NE-TV" 2 edição(era assim que se chamava o telejornal local da Globo)e parecia que tudo estava certo, o prédio não seria derrubado.
Quando saí da emissora, depois da exibição do jornal, acompanhado pelo cinegrafista Carlos Alberto "Chapéu", ouvimos vozes de homens que falavam alto e o barulho de marretas em ação.Quando chegamos no local, vimos cerca de 20 homens munidos com marretas derrubando o prédio com rapidez.
Voltamos imediatamente para a emissora(fica bem próxima, no edificio Rique)e fiz uma "edição extra" do "NE-TV" no intervalo da novela(acho que a novela das 8 era "Champanhe".)e a repercussão foi imediata(é bom lembrar que naquela época só existia na cidade a Tv Borborema, que tinha 100% de audiência por ser a única)a população correu até o local e evitou que o prédio fosse demolido.Um belo gesto civico(muito raro)do nosso povo.
No dia seguinte fiz a reportagem contando os acontecimentos da noite anterior e para fazer um trocadilho com o título do livro de Cristino Pimentel, "Pedaços da história de Campina Grande", anunciei a matéria asim: "Aos pedaços a história de Campina Grande".
Infelizmente tudo aquilo foi em vão porque o prédio foi totalmente descaracterizado, perdendo sua importãncia histórica.
Só sobrou a fachada toda deformada.
So nao concordo com o conservado no texto. Professor Romulo fez parte da historia.
Lembrei agora: a novela das 8, que estava no ar em 16 de outubro de 1984, era "Partido Alto" de Aguinaldo Silva.Ela veio logo depois de "Champanhe" de Cassiano Gabus Mendes.
Uma pena que a TV Borborema não guardou este material em arquivo. Era a história pura de Campina Grande!!!
Era justamente o que eu perguntaria ao Prof. Rômulo... Existe arquivo pessoal seu, ou de Carlos Chapéu, desse evento?!
É lamentável!
Acredito que o velho sobrado " Cristhiano Lauritzen" poderia ser restaurado, não no aspecto de quando foi demolido, com os detalhes rebuscados do ecletismo mas poderia ser revivido o aspecto original que possuia, anterior àquele período e que exibia uma fachada simples com "platibanda" e todo revestido de azulejos, azulejaria que poderia ser imitada no seu desenho original através de algum exemplar possivelmente existente. Podemos observar esse feitio do edifício
em uma das fotos exibidas nesse blog que foi colorizada posteriormente.
Prezado Emanuel, infelizmente não existe nenhum registro audiovisual desse episódio, porque a tv não arquivava as matérias jornalisticas.