Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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Representação Artística da 1ª Capela de Campina Grande

                                 A freguesia de Campina Grande – eleita em 1769 – até então não possuía patrimônio. Não havia meios para o sustento do vigário que era obrigado a trabalhar o seu rebanho e angariar de si as despesas necessárias. Todos eram pobres. A população era simples e na maioria analfabeta: agricultores ou proprietários, mercadores, viajantes e sesmeiros de terras incultas.
A sua jurisdição abrangia todo o Cariri e parte do Agreste até um pouco além da Fazenda Banaboyé Cariá, no atual Município de Esperança; parte do Brejo até a Serra da Beatriz, encostando com a Ribeira do Bacamarte, cuja circunscrição registrava à época três capelas filiais, 47 fazendas e em torno de 1.490 pessoas.
O terreno onde se havia construído a Capela (atual Matriz) de Campina Grande, no alto da colina, pertencia ao Mestre de Campo Gonçalves de Gouveia Serpa, transferido ao Capitão Francisco Nunes de Souza, que fora posteriormente adquirido pelo Padre Dr. José Antonio Caitano de Mesquita.
O Padre Mesquita era formado em Direito e de certa idade quando decidiu seguir a sua vocação sacerdotal. Assumiu a Paróquia de Campina por provisão diocesana de Dom Tomás da Encarnação, Bispo de Olinda. E com o lema “apascenta as minhas ovelhas”, projetou na sociedade campinense todo o seu conhecimento e erudição, dedicando-se intensamente a construir um sentimento de fé e as raízes primeiras que solidificariam a vida paroquial.
Comprou o vigário cem braças em quadrado que custaram ao patrimônio da paróquia cem mil réis (100$000). A escritura foi passada no Julgado Novo do Cariri de Fora (S. João do Cariri) em presença do Tabelião Joaquim Pereira da Silva, pois Campina ainda não tinha cartório. Mas o ato solene foi concretizado na residência do Padre Mesquita, no dia 25 de novembro de 1783.
Tempos depois, foram doadas outras 25 braças que faziam pião com o Cruzeiro erguido pelos missionários jesuítas em frente à igreja, totalizando 125 braças de quadros em cujo terreno hoje está edificada a Matriz, e engloba o estacionamento na lateral direita e o monumento à N. S. da Conceição.
Durante sua administração paroquial em Campina (1783/1789), o Padre Mesquita ainda empreendeu outras iniciativas com vistas a dotar a Paróquia de um lastro econômico e financeiro para a manutenção dos trabalhos da igreja e sustento dos seus sucessores.

Referência:
- JOFFILY, Irenêo. Notas sobre a Parahyba: fac-símile da primeira edição publicada no Rio de Janeiro, em 1892, com prefácio de Capistrano de Abreu. Thesaurus Editora: 1977
- UCHÔA, Boulanger de Albuquerque. História Eclesiástica de Campina Grande.
Departamento de Imprensa Nacional: 1964.

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