Mauro da Cunha Luna foi um dos homens de maiores culturas da cidade de Campina Grande. Nascido na “Rainha da Borborema” em 27 de julho de 1897, seus poemas ficariam famosos nas diversas publicações de nossa cidade.
De estatura pequena, era filho de Baltazar Gomes Pereira Luna e de Maria Santana da Cunha. Casou-se com Augusta de Almeida Luna.
Foi aluno do célebre Colégio São José e do professor Clementino Procópio, de quem recebeu os primeiros ensinamentos, que inclusive, o ajudaram aos quinze anos, a ser redator do jornal “A Voz da Borborema”.
De estatura pequena, era filho de Baltazar Gomes Pereira Luna e de Maria Santana da Cunha. Casou-se com Augusta de Almeida Luna.
Foi aluno do célebre Colégio São José e do professor Clementino Procópio, de quem recebeu os primeiros ensinamentos, que inclusive, o ajudaram aos quinze anos, a ser redator do jornal “A Voz da Borborema”.
No ano seguinte, fundaria o semanário “A Razão”, que circulou até 1918, trazendo problemas políticos a Mauro Luna, pelo fato do jornal ser de oposição ao governo local.
No ano de 1921, fundaria o Colégio Olavo Bilac, que funcionaria até 1932.
Em 10 de maio de 1924, lançou o livro “Horas de Enlevo”, a única publicação de Mauro Luna em livro. As poesias constantes nessa edição, foram alvos de elogios por parte de José Américo de Almeida, João Ribeiro, Afonso Celso e Raul Machado.
Trabalharia também como contador, além de ter sido diretor da Biblioteca Pública de nossa cidade.
Foi professor dos colégios Pio XI e Imaculada Conceição (Damas). Do colégio das Damas, teve a honra de compor o hino desse histórico educandário de nossa cidade.
Faleceu em 23 de novembro de 1943, segundo algumas publicações, muito pobre. Em homenagem a Mauro Luna, reproduzimos aqui um texto de Antonio Mangabeira, publicado em uma edição do Diário da Borborema de 1966:
Mauro Luna
Por Antônio Mangabeira
Há homens sempre presentes, a despeito de não estarem mais ao nosso lado, compartilhando das nossas alegrias e dos nossos dissabores. São os que trouxeram, do berço, corações repletos de bondade ou espíritos a irradiar cintilações de saber e de talento criador. Ninguém, ao percorrer a curta e sinuosa estrada da existência, ficará sem haver sido bom, sem haver construído obras de utilidade, perfeição e beleza.
Vou enviar ao meu nobre amigo Epitácio Soares, esta colaboração, pedindo-lhe a fidalguia de publicá-la na edição festiva do seu simpático jornal, o Diário da Borborema, fazendo-o num preito de admiração à memória de um grande filho desta imensa cidade:
Mauro Luna, o Professor Mauro, era fisicamente de pequeno porte. Poucos músculos cobriam-lhe os ossos; ombros desnivelados; rosto sem sangue; olhos sem brilho. Homem assim, não podia ser dado às expansões de alegria; e ele havia renunciado a todas. A gente, ao vê-lo, logo concluía que, dentro de si, sem intervalos, estavam se desenrolando longas e acabrunhadoras tragédias. Obrigado a sair diariamente de casa, impelido pelo dever de dar pão à querida prole, quando no isolamento do seu lar, é que seu espírito agastadiço e seu corpo combalido encontrariam o ambiente propício. Mauro Luna passava nas ruas de Campina Grande, conservando a visão para baixo, indiferente aos fatos que se encenam nas artérias públicas, sobretudo nas de uma cidade agitada e cosmopolita, como a em que o poeta vivia.
Quem, não o conhecendo pessoalmente, não sentia o desejo de se aproximar dele, vendo-o como o poeta mais completo desta cidade, como o espírito mais fascinante da terra campinense? Mauro Luna não tinha, é certo, risos nos lábios. Tinha, em maravilhosa retribuição, uma alma cheia de afetos e de comunicabilidade. As árvores, mesmo comosas, nem parecem deixar, à distância, sem sol e sem chuva, os caminhoneiros que lhes orlam o tronco. Mauro Luna era árvore providencial. Embora privada de rica fronde, servia de magnífico consolo as pessoas que se aproximavam de seu cerne. Falava de hábito, muito baixo, revelando-se cuidadoso ao uso dos termos e na composição das frases. Era, sempre, a fidalguia dos gestos, aliada à dignidade de mestre do vernáculo. Escreveu “Horas de Enlevo”, lindo repositório de versos, cujos méritos foram proclamados pelos críticos de maior evidência da época. Integrou a Academia Paraibana de Letras.
Há quase dezesseis anos, horizontou o corpo no leito. Terrível moléstia queria roubá-lo, como roubou, do amado convívio dos seus, do honroso ambiente dos seus alunos. Fui visitá-lo, duas vezes. Da primeira, encontrei-o, sumindo-se no lençol. A doença a devorar as carnes de um homem acamado, o qual, em plena atividade, nunca poderia servir de alimentação a nenhum carnívoro. Quando entrei no quarto do enfermo, sua filhinha, em posição angelical, oferecia-lhe uma xícara, onde havia qualquer lenitivo às suas dores. Lembrei-lhe, dada à analogia dos fatos, o adorável Cromo, de B. Lopes. É a história de um homem doente, reclinando a cabeça no colo da esposa. Aparece a filhinha, oferecendo-lhe um remédio. E o poeta encerra assim:
´Vem uma loira figura
Com uma colher de tintura
Que ele recusa num ai!
Mas o solicito anjinho
Diz-lhe, com riso e carinho:
- Bebe, que é doce, papai´.
Quando o procurei pela segunda vez, não o vi mais. Fiquei na sala contígua, ouvindo os fracos gemidos de um homem que, mais algumas horas, deixaria de viver. O seu coração deixou de pulsar no dia 23 de novembro de 1943.
Campina Grande conserva-o na galeria dos seus filhos imortais.
Como homenagem ao poeta Mauro Luna, foi dado seu nome a uma escola e a uma rua, esta última localizada no Bairro da Conceição. Abaixo, podemos visualizar algumas imagens dessa rua:
Fontes Utilizadas:
-Vultos Paraibanos – Moacir Andrade – RG Editora e Gráfica
-Diário da Borborema – Coleção
-http://www.aplpb.com.br/
-Datas Campinenses – Epaminondas Câmara – RG Editora e Gráfica.
-Acervo Pessoal
Amigos, parabéns pelo excelente trabalho! Pus uma nota em meu blog recomendando o Retalhos. Gostaria de convidá-los a participar dia destes do Jornal da Cariri, na 1160 AM, para uma entrevista.
Se puderem na semana que vem, ótimo. O jornal é das 7h às 9h. Se houver interesse, por favor mandem e-mail informando e contato telefônico, assim a gente acerta o dia (lenildoferreira@gmail.com).
Mais uma vez parabéns. Abraços
Descobri hoje, por acaso, esse blog e fiquei fascinado. Mesmo estando longe de CG há 15 anos, sou apaixonado pela sua história. Parabéns!! Desde já me tornei um seguidor desse blog.
Gostaria de saber as origens de Baltazar Pereira Luna. Quero saber de onde vieram, isto é, são descendentes de italianos?
Pedimos confirmar o dia desta entrevista para que possamos acompanhar pela internet, já que no estado onde atualmente resido não consigo sintonizar a Cariri no dial. Aguardo.