Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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Pelourinho ou picota era uma antiga coluna de pedra da época colonial onde eram punidos e expostos os criminosos e escravos rebeldes. Era considerado simbolo de poder e liberdade municipal.

O “tronco” também servia para exposição de ordens e determinações das autoriades, exigindo-lhes o cumprimento sob a ameaça do famigerado local. Há notícias que o republicano José Nunes da Silva “mandou ler e pregar no pelourinho um edital do governo republicano instalado na capital da Paraíba (...)” (PINTO: 1989).

Quando Campina alcançou o status de Villa, em 1790, levantaram o seu Pelourinho. Nessa época, possuía a vila Câmara e Cartorio, registrando-se pouco mais de 100 casas.

A instalação se deu no dia 20 de abril daquele ano, no centro da povoação, pelo Desembargador Antonio Felippe Soares de Andrada Bredores - Ouvidor Geral e Corregedor da Comarca -, sob ordens do Ministro da Corte e do General de Pernambuco Dom Tomaz José de Mello.

Fizeram presença autoridades e populares que, de viva voz gritaram por três vezes, em sinal de respeito: “Real-Real-Real, viva a nossa Rainha Fidelíssima, a senhora dona Maria Primeira de Portugal”. E assinaram o termo da solenidade, o Meirinho Geral da Correição, Leandro de Souza Vinani, o Desembargador-corregedor e diversas pessoas da localidade, a exemplo de Paulo de Araújo Soares, proprietário de Data em Banabuyé; o sesmeiro do Jardim de Remígio, José de Abreu Tranca; o Padre João Barbosa de Góiz Silva; o descendente dos Oliveira Ledo, Sebastião Correia Ledo; além do cidadão José Tavares de O. Limeira, dentre outros.

Joffily em seu semanário pioneiro, nos dá conta do “levantamento do polurinho na villa da Rainha”, cujo registro histórico o fazemos para a posteridade:

“Certidão. Certifico que com  minha presença se fixou o edital pelo qual se fez público o levantamento do Pelourinho nesta villa da Rainha e de se proceder a eleição das Justiças que hão de servir na mesma no dia vinte do presente mês, o qual edital foi publicado no lugar mais público desta povoação pelo Porteiro na forma do estilo. Povoação de Campina Grande, 18 de abril de 1790. Em fé da verdade, o escrivão da Corte Luiz Vicente de Melo”.

Em 1876, existia ainda na Rainha da Borborema cerca de 1.206 escravos, sendo os fazendeiros os maiores proprietários.

A fuga de escravos era noticiada nos jornais de grande circulação, oferecendo-se inclusive prêmio pela sua caputra. A esse respeito, veja a seguinte nota com a escrita de sua época:

“No dia 8 de Fevereiro do corrente anno fugiu de Campina-Grande, um escravo de nome José, pertencente a Francisco de Salles Pequeno, cujo escravo tem os signaes seguintes: - mullato, cor encerada, vinte e dous annos de idade, baixo de corpo, rosto redondo, cabellos caxiados, pés cambados (ou apagaiados como vulgarmente se dis) com duas verrugas no pé direito, falla serrada (sic)”.

O destino certo era o castigo, fosse no pelourinho em praça pública ou nas senzalas, longe das vistas dos liberais e movimentos anti-escravagistas.

Mesmo após a abolição da escravatura (13 de maio de 1888), havia nas urbes de então muito preconceito racial, que se dissipou com o passar dos anos. No entanto, a carga moral na época de Joffily foi subordinada ao “morador” dos sítios e fazendas, considerado subproduto da estrutura semifeudal.

Por Rau Ferreira (http://historiaesperancense.blogspot.com/)

Fonte:

- SERTÃO, Gazeta do. Edição de 08 de março. Campina Grande/PB: 1889.

- JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Parahyba: fac-símile da primeira edição publicada no Rio de Janeiro em 1892, com prefácio de Capistrano de Abreu. Thesaurus Editora: 1977.

- JOFFILY, José. Entre a Monarquia e a República. Livraria Kosmos Editora: 1981

- Wikipédia: Portal Campina. Disponível em http://pt.wikipedia.org, acesso 05/02/2012.

- Wikipédia: Pelourinho. Disponível em http://pt.wikipedia.org, acesso 05/02/2012.

- Férias Tur: Campina. Disponível em http://www.ferias.tur.br, acesso 05/02/2012.

- PINTO, José Nêumanne. Erundina: a mulher que veio com a chuva.Espaço e Tempo: 1989.

- VISÃO, Revista. Volume 48. Rio de Janeiro: 1976.

- JOFFILY, José. Entre a Monarquia e a República. Livraria Kosmos Editora: 1981.

1 Comment

  1. Victória Ribeiro on 8 de novembro de 2021 às 20:33

    Maravilhoso esse site...

     


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