Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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Severino Gomes Procópio nasceu em Campina Grande, sendo filho do ilustre professor Clementino Gomes Procópio.

Severino Procópio ao lado de sua irmã, Maria Amélia (Acervo http://www.fundaj.gov.br/)

Casou-se com Christina Galvão de Mendonça Procópio, natural de Maceió, Alagoas.

Com Antônio Sá, Nilo Pereira e Hortênsio Ribeiro, fundou em 1905 o jornal “O Prelúdio”. Em 1909, formou-se em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas da cidade do Recife em Pernambuco.

No ano de 1925, chegou a ser Delegado na cidade de João Pessoa.

Em 01 de abril de 1945, assumiu a prefeitura da “Rainha da Borborema”, através de indicação do Interventor Federal, Ruy Carneiro. Procópio nessa sua primeira investida na prefeitura, liderou a cidade até o dia 07 de novembro de 1945.

(Fonte: Revista A Noite Ilustrada - cedida por Rau Ferreira)

Várias foram às homenagens feitas a Procópio, como a expressiva presença dos populares em frente ao edifício da Prefeitura, conforme pode ser visualizado abaixo:

(Fonte: Revista A Noite Ilustrada - cedida por Rau Ferreira)

A Revista “Noite Ilustrada”, originária do Rio de Janeiro-RJ, cobriu para todo o país a posse de Severino Procópio:

(Fonte: Revista A Noite Ilustrada - cedida por Rau Ferreira)

Vale salientar a importância econômica de Campina Grande em 1945. Em dados do IBGE, a cidade tinha 141.266 habitantes, maior, portanto, que várias capitais do Brasil naquela época.

Almoço oferecido ao prefeito Severino Procópio, no Grande Hotel de Campina Grande.
(Fonte: Revista A Noite Ilustrada - cedida por Rau Ferreira)

Severino Procópio
(Fonte da Imagem:
Lutas de Vida de Morte –
Josué Sylvestre)
Todavia, frustrando as expectativas do povo campinense, Severino Procópio renunciou ao cargo antes do final de 1945. Em seu livro “Meu Depoimento”, ele explicou seus motivos:

“Em 1945, eu era Prefeito de Campina Grande. Fui nomeado na Interventoria de Ruy Carneiro, para substituir ao Dr. Vergniaud Wanderley, que vinha administrando desde 1941 e pedira demissão em março daquele mesmo ano de 1945.

Tomei posse no dia primeiro de abril, exerci o cargo durante sete meses e sete dias. Pedi demissão, que me foi concedida no dia sete de novembro.

A política estava ressurgindo e com ela o alistamento eleitoral tomava impulso, os candidatos às próximas eleições estavam sendo falados.

Com a organização dos partidos, vinha reaparecendo, também, o indispensável ‘disse-me-disse’.

Fundei no município, o Partido Social Democrático. Fui eleito Presidente do seu diretório, por sinal, o primeiro, por isso, os adversários não poderiam poupar-me. Eu teria de ser avisado, preferentemente.

Surgiram referencias descorteses ao ato administrativo do Prefeito. E comentários maldosos com referência à aplicação dos dinheiros do Erário Municipal, campanha surda, difamatória, sem consistência, somente para fins políticos. Pus à disposição dos meus opositores os livros da Prefeitura, para um exame rigoroso, não quiseram aceitar”.


Em 18 de fevereiro de 1946, Severino Procópio voltaria a ser nomeado prefeito de Campina Grande. Esta sua segunda passagem durou até o dia 22 de agosto de 1946, quando novamente pediu demissão, desta feita, ao interventor Odon Bezerra. Mesmo com os amigos tentando mudá-lo de ideia, Procópio estava irredutível.

Suas principais obras como prefeito foram à substituição do restante do calçamento da Rua João Pessoa. Balaustrada do Mercado Público, Galerias de Água e início do calçamento da Rua João Suassuna.

Severino Procópio também seria empresário. Como curiosidade, publicamos o decreto abaixo:

Decreto nº 30.620, de 10 de Março de 1952
Autoriza o cidadão brasileiro Severino Gomes Procópio a pesquisar água mineral no Município de Santa Rita, Estado da Paraíba.
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, nº I, da Constituição e nos termos do Decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro de 1940 (Código de Minas),

DECRETA:

     Art. 1º Fica autorizado o cidadão brasileiro Severino Gomes Procópio a pesquisar água mineral em terrenos de sua propriedade, numa área de oito hectares (oito ha), no imóvel denominado Fazenda Caldeirão, no distrito município e comarca de Santa Rita, no Estado da Paraíba, delimitada por um retângulo que tem um vértice a setecentos metros (700m) no rumo magnético cinquenta e oito graus e trinta minutos noroeste (58º 30' NW); da confluência do riacho Caiçara com o rio Mumbaba, e os lados divergentes desse vértice os seguintes comprimentos e rumos magnéticos: duzentos metros (200m), trinta graus nordeste (30º NE); quatrocentos metros (400m), sessenta graus noroeste (60º NW).

     Art. 2º O título da autorização de pesquisa, que será uma via autêntica deste Decreto, pagará a taxa de trezentos cruzeiros (Cr$300,00) e será transcrito no livro próprio da Divisão de Fomento da Produção Mineral do Ministério da Agricultura.

     Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 10 de março de 1952; 131º da Independência e 64º da República.
GETÚLIO VARGAS
João Cleofas
Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 12/03/1952


Severino Gomes Procópio faleceria na cidade de João Pessoa. Receberia como homenagem de seus conterrâneos, um nome de rua, localizada no Centro de nossa cidade.

Fontes Utilizadas:

-Revista A Noite Ilustrada - 22-05-1945 (n. 847). Agradecimentos a Rau Ferreira pelo envio do material
-Wikipédia
-http://www.fundaj.gov.br/
- http://www.geneaminas.com.br/genealogia-mineira/descendentes.asp?codpessoa=124289
-Memorial Urbano de Campina Grande, obra de José Edmilson Rodrigues; Edmundo Oliveira Gaudêncio; e Silvestre Almeida Filho – Editora A União
-Lutas de Vida de Morte – Josué Sylvestre
-Datas Campinenses –Epaminondas Câmara – RG Editora e Gráfica

3 comentários

  1. neto on 1 de março de 2013 às 22:41

    sobre o decreto para a pesquisa de água mineral: a água mineral indaiá
    tem como uma de suas fontes justamente a fazenda caldeirão é só ler no rotulo das garrafas o local da fonte.

     
  2. Unknown on 18 de julho de 2020 às 07:42

    Meu bisavô foi um homem fantástico. Quem tiver a oportunidade de ler seu livro, que, infelizmente só existe disponível na Universidade do Texas, EUA, além dos exemplares que estão guardados com os familiares, vera que ele enfrentou lampião, sendo considerado o primeiro policial federal do Brasil. Que ele pernoitava na casa de Padre Cícero qdo ia ao Ceará para as suas diligências. Que ele liderou o exército na revolta da Princesa e na revolução de 1032, chegando ao Rio de Janeiro junto com Getúlio Vargas. Que ele lutou contra a coluna Prestes e o comunismo e venceu. Educou um filho médico, formado no Rio de Janeiro, também nascido em Campina Grande, Dr. Pedro Galvão de Mendonça Procópio, que se radicou em Governador Valadares, MG, meu avô. Importante médico da fundação da cidade, foi o primeiro presidente da Associação Médica Municipal e hj o hospital regional da cidade leva o seu nome.

     
  3. Mariguimares on 11 de abril de 2023 às 02:06

    Existe um exemplar na UFPB, CAMPUS I

     


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