por Rau Ferreira
Selecionamos para os nossos leitores algumas notas publicadas em jornais, almanaques e relatórios do governo provincial acerca da Vila de Campina Grande.
A primeira nos dá conta de um açude construído naquele povoado para acorrer ao flagelo das secas denotando a importância para a região:
"A hum, que existe na Villa de Campina Grande, da Província da Parahyba, e cuja construcção não custou mais de dous contos de réis, devem os habitantes da mesma Villa, os dos lugares circunvisinhos, e ainda os de pontos mais remotor o abrigo que achárão contra os estragos da secca, e a conservação de seus gaos" (Relatório ao Impérito do Brasil: 1846, p. 58).
Em abril daquele ano (1876) apareceu em Campina:
"a peste variola (...), não foi em grande escala, como em outras épocas; encontrou a maior parte da população preservada, com a vaccina, e despertou aos que della se descuidarão a procura-la, com excepção de hum resto, que ainda infelizmente existe, de incrédulos, de alguns dos quaes pagarão cara a incredulidade, sendo victimas da referida peste" (Relatório ao Impérito do Brasil: 1851, p. 76/77).
E mais adiante, em outro relato governamental se pode ser:
"Houverão na Villa de Campina Grande da Província da Parahiba, e ultimamente em Fevereiro, na Alagoa Nova, alguns estragos produzidos pela febre amarella; porem hoje se acha de toda extincta ali a epidemia" (Relatório ao Impérito do Brasil: 1852, p. 21).
E no ano seguinte, sobre aquela epidemia relata o Min. Luiz Pedreira de Couto Ferraz:
"PARAHIBA. - Reinam nas Villas de Campina Grande, e Lagôa Nova, e povoação de Pedras de Fogo camaras de sangue, apparecendo ao mesmo tempo casos de febre amarella (...) nas quaes se manifestou moléstia de péssimo caracter" (Relatório ao Império do Brasil: 1853, p. 10 e 17).
Naquele tempo ainda imperava a escravidão e muitos fatos eram reportados em jornais, como o que adiante se observa:
“Villa de Campina Grande – consta que n’esta villa tendo fugido cinco escravos do sr. Vigario Camillo, e sabendo este a mata onde elles estavam, mandara uma força acompanhada de um official de justiça para os prender, porém elles armaram-se e fizeram fogo sobre a força, resultando morreram 3 pessoas, inclusive o official de justiça. Dizem que o vigario escapou de ser morto também por ter estado perto do logar onde elles se acham” (Correio da Tarde: 14/02/1859).
Como visto, as publicações denotam a importância de Campina Grande no cenário nacional, colocando a vila em posição de destaque. Com efeito, desde a época do império existe uma preocupação com esta cidade que já no seu nascedouro foi um importante ponto comercial fazendo a ligação entre o litoral e os sertões.
Referências:
- BRASIL, Ministério do Império. Min. Joaquim Marcellino de Brito. Relatório apresentado à Assembléia Geral. 4a Sessão da 6a. Legislatura. Typographia Nacional. Rio de Janeiro/RJ: 1847.
- BRASIL, Ministério do Império. Min. José da Costa Carvalho. Relatório apresentado à Assembléia Geral. 4a Sessão da 8a. Legislatura. Typographia Nacional. Rio de Janeiro/RJ: 1851.
- BRASIL, Ministério do Império. Min. Francisco Gonçalves Martins. Relatório apresentado à Assembléia Geral. 1a Sessão da 9a. Legislatura. Typographia Nacional. Rio de Janeiro/RJ: 1852.
- BRASIL, Ministério do Império. Min. Joaquim Marcellino de Brito. Relatório apresentado à Assembléia Geral. 2a Sessão da 9a. Legislatura. Typographia Nacional. Rio de Janeiro/RJ: 1853.
- CORREIO DA TARDE, Jornal. Edição de segunda-feira, 14 de fevereiro. Rio de Janeiro/RJ: 1859
Que hilariante! Uma bala doida quase que mata seu vigário! Bem feito! kkkk Que faz seu vigário acompanhando a soldados que vão a caçar escravos? Não tinha que estar cuidando da sua paróquia? kkkk Parece um filme cômico!!! kkk
2 contos de réis era 2000000 réis, nao sei se era na mesma epoca, pois esta ligado a valores de infação, mas vi um relato de que o melhor escravo, com habiliade de ferreiro valia 120.000 réis, mas tinha pequenos escravos no valor 10.00u0 réis..só para ter como avaiar o custo do açude.