Nos entremeios da história empreendedora campinense se destacam personagens que ousaram na capacidade de tecer fios, alargar horizontes que transcenderam a acumulação econômica e engendraram contribuições sociais, políticas e culturais ao cosmopolitismo da Rainha da Borborema.
Luiz Soares de Araújo é um desses personagens. Nascido no Sítio Alto em Boa Vista, munícipio de Campina Grande-PB, no dia 27 de novembro de 1893, filho de Lindolfo Soares de Araújo e Sebastiana Augusta Pereira de Araújo; sendo o sétimo de oito filhos do casal. Descendente, na oitava geração, do fundador de Campina Grande, Teodósio de Oliveira Lêdo. Fez suas primeiras letras e o curso primário em Boa Vista, trabalhando de dia na roça (cultivando a terra) e estudando à noite.
Luiz Soares de Araújo é um desses personagens. Nascido no Sítio Alto em Boa Vista, munícipio de Campina Grande-PB, no dia 27 de novembro de 1893, filho de Lindolfo Soares de Araújo e Sebastiana Augusta Pereira de Araújo; sendo o sétimo de oito filhos do casal. Descendente, na oitava geração, do fundador de Campina Grande, Teodósio de Oliveira Lêdo. Fez suas primeiras letras e o curso primário em Boa Vista, trabalhando de dia na roça (cultivando a terra) e estudando à noite.
Veio para Campina Grande com 15 anos, com o propósito de melhorar de vida. De início, empregou-se na loja de tecidos de Horácio Cavalcanti. Depois, foi trabalhar na loja de Francisco Afonso.
Casou-se em 07 de julho de 1916 com Maria Stella Gomes de Araújo, sua prima, tiveram seis filhos, sobrevivendo três: Fleury, Fleurysa e Fleunylda.
Após casar-se, abriu uma loja de tecidos (Loja Estrela) na antiga Rua dr. João Leite, Rua das Areias, atual Rua João Pessoa, que ficava onde anos adiante funcionaria a Movelaria Pernambucana, hoje os Bancos Itaú e HSBC. Logo a seguir tentou negociar com algodão, na cidade de Soledade e proximidades, que era o seu grande desejo. Como não deu certo, resolveu voltar em 1917, para continuar com a loja de tecidos, que manteve até 1925.
Em 1926, resolveu partir de vez para o ramo do algodão, passando a receber e estocar o produto que vinha do Sertão no lombo de burros, num armazém que construíra junto à sua residência, na Trav. Luiz Soares, nome dado por existir apenas essas duas construções, e que também se chamara de Rua Santos Dumont e, atualmente Rua Miguel Barreto, viela que passou a ser assim denominada, devido a ser só mato, com apenas as duas citadas construções. A venda do algodão lhe rendia bons dividendos, após sua classificação.
Negociou durante 20 anos. Aposentou-se aos 46 anos por recomendação médica. Comercializou em uma das melhores fases do algodão, em Campina Grande. Seus maiores fregueses foram, dentre outros: os irmãos José e Zabilo Gadelha; Sebastião Medeiros; João Agripino (pai do ex-governador da Paraíba, de mesmo nome), o japonês Yegi Kumamoto; Firmino Faustino; Benedito Venâncio, tantos outros.
Irrequieto, desobedeceu ao médico e passou a exercer atividades agropecuárias, ingressando, simultaneamente, na construção civil. A vida social de Luiz Soares foi intensa, além de manter seu grande número de amigos, estava permanentemente conquistando outros com seu espírito alegre, acolhedor, expansivo. Gostava de eventos festivos, principalmente do carnaval. Frequentava assiduamente o Campinense Clube (do qual foi um dos fundadores em 1915) e o Clube 31.
Em 1915, juntamente com o poeta e professor Mauro Luna e Fábio Barreto, fundou o jornal ‘A Renascença’, de vida breve. Autodidata, estudou português com o professor Anésio Leão, e inglês e francês com professores nativos dos países de tais idiomas. Era assinante da revista americana The National Geographic Magazine. Valorizava muito os artistas locais, notadamente do teatro – como o grupo ‘os comediantes’ – dando-lhes incentivo financeiro. Possuía o dom da oratória e era sempre convocado a proferir seus discursos. Ocupou a vice-presidência da Associação Comercial de Campina Grande. Foram seus amigos e contemporâneos: Acácio Figueiredo, Elpídio de Almeida, Hermínio Soares, João Uchôa, seu filho Oton Uchôa, Arthur Freire, Emídio Gomes, José Carlos Cirino, Francisco Roza Filho, Claudino Colaço, José Noujaim Habib, João Rique Ferreira, Epitácio Soares, entre outros.
Casou-se em 07 de julho de 1916 com Maria Stella Gomes de Araújo, sua prima, tiveram seis filhos, sobrevivendo três: Fleury, Fleurysa e Fleunylda.
Após casar-se, abriu uma loja de tecidos (Loja Estrela) na antiga Rua dr. João Leite, Rua das Areias, atual Rua João Pessoa, que ficava onde anos adiante funcionaria a Movelaria Pernambucana, hoje os Bancos Itaú e HSBC. Logo a seguir tentou negociar com algodão, na cidade de Soledade e proximidades, que era o seu grande desejo. Como não deu certo, resolveu voltar em 1917, para continuar com a loja de tecidos, que manteve até 1925.
Em 1926, resolveu partir de vez para o ramo do algodão, passando a receber e estocar o produto que vinha do Sertão no lombo de burros, num armazém que construíra junto à sua residência, na Trav. Luiz Soares, nome dado por existir apenas essas duas construções, e que também se chamara de Rua Santos Dumont e, atualmente Rua Miguel Barreto, viela que passou a ser assim denominada, devido a ser só mato, com apenas as duas citadas construções. A venda do algodão lhe rendia bons dividendos, após sua classificação.
Negociou durante 20 anos. Aposentou-se aos 46 anos por recomendação médica. Comercializou em uma das melhores fases do algodão, em Campina Grande. Seus maiores fregueses foram, dentre outros: os irmãos José e Zabilo Gadelha; Sebastião Medeiros; João Agripino (pai do ex-governador da Paraíba, de mesmo nome), o japonês Yegi Kumamoto; Firmino Faustino; Benedito Venâncio, tantos outros.
Irrequieto, desobedeceu ao médico e passou a exercer atividades agropecuárias, ingressando, simultaneamente, na construção civil. A vida social de Luiz Soares foi intensa, além de manter seu grande número de amigos, estava permanentemente conquistando outros com seu espírito alegre, acolhedor, expansivo. Gostava de eventos festivos, principalmente do carnaval. Frequentava assiduamente o Campinense Clube (do qual foi um dos fundadores em 1915) e o Clube 31.
Em 1915, juntamente com o poeta e professor Mauro Luna e Fábio Barreto, fundou o jornal ‘A Renascença’, de vida breve. Autodidata, estudou português com o professor Anésio Leão, e inglês e francês com professores nativos dos países de tais idiomas. Era assinante da revista americana The National Geographic Magazine. Valorizava muito os artistas locais, notadamente do teatro – como o grupo ‘os comediantes’ – dando-lhes incentivo financeiro. Possuía o dom da oratória e era sempre convocado a proferir seus discursos. Ocupou a vice-presidência da Associação Comercial de Campina Grande. Foram seus amigos e contemporâneos: Acácio Figueiredo, Elpídio de Almeida, Hermínio Soares, João Uchôa, seu filho Oton Uchôa, Arthur Freire, Emídio Gomes, José Carlos Cirino, Francisco Roza Filho, Claudino Colaço, José Noujaim Habib, João Rique Ferreira, Epitácio Soares, entre outros.
A participação política de Luiz Soares foi discreta, porém decisiva. Apesar de sua neutralidade, era filiado ao PSD - Partido Social Democrático. Quando da criação da Coligação Democrática Nacional (que reunia o PSD e a UDN – União Democrática Nacional), a cúpula de mencionados partidos sugeriu, por unanimidade, seu nome para candidatura a prefeito. Por se achar sem vocação para a atividade política, indicou o nome de Elpídio de Almeida. Independentemente da cor partidária, ele foi amigo de vários políticos, a exemplo de Argemiro de Figueiredo, Rui Carneiro, Samuel Duarte, Plínio Lemos, Renato Ribeiro Coutinho, Severino Bezerra Cabral e Félix Araújo, dentre outros. Tinha predileção por corridas de cavalo e por vaquejada; também era cinéfilo, ia ao cinema quase que diariamente. Ademais, a leitura e a música faziam parte do seu cotidiano. Apesar de ter sido um dos fundadores do Campinense Clube, no futebol se tornou trezeano, visto que tal esporte só se firmou no Clube Cartola a partir dos anos de 1960.
Lopes de Andrade em seu artigo ‘A Fatalidade Biológica da Morte’, publicado no Diário da Borborema, no dia 12 de abril de 1960. Relata-nos o ser humano representativo de ideias, dos bons costumes, de sua versatilidade, de sua habilidade, de sua organização em fluir negócios, um dos promotores do desenvolvimento econômico e social da cidade.
[...]
“Luiz Soares era um homem que apreciava a vida em toda a sua tessitura dionisíaca, como diria Nietzsche. Amava um charuto bem perfumado, as roupas de linho branco impecável, o bom whisky escocês, a conversa alegre e ilustrada, e onde ele se encontrava, ninguém tinha o direito de estar macambúzio ou sorumbático. Cunhou uma expressão que se incorporou ao vocabulário campinense como sinônimo de sua própria maneira de ser e viver: “garoto”. E criou um estilo de vida, na cidade, serrana, que será lembrado por muitos depois de sua morte.
Lopes de Andrade em seu artigo ‘A Fatalidade Biológica da Morte’, publicado no Diário da Borborema, no dia 12 de abril de 1960. Relata-nos o ser humano representativo de ideias, dos bons costumes, de sua versatilidade, de sua habilidade, de sua organização em fluir negócios, um dos promotores do desenvolvimento econômico e social da cidade.
[...]
“Luiz Soares era um homem que apreciava a vida em toda a sua tessitura dionisíaca, como diria Nietzsche. Amava um charuto bem perfumado, as roupas de linho branco impecável, o bom whisky escocês, a conversa alegre e ilustrada, e onde ele se encontrava, ninguém tinha o direito de estar macambúzio ou sorumbático. Cunhou uma expressão que se incorporou ao vocabulário campinense como sinônimo de sua própria maneira de ser e viver: “garoto”. E criou um estilo de vida, na cidade, serrana, que será lembrado por muitos depois de sua morte.
Da geração de homens de negócios a que pertencia, Campina Grande recebeu o impulso definitivo para o progresso. Era da mesma estirpe dos José de Brito, Dionísio Marques de Almeida, João Rique Ferreira ou Alberto Saldanha, homens que sustentaram o comércio de algodão em nossa cidade, ao lado de tantos outros, a ponto de fazê-la na época um dos maiores empórios da América e do mundo.” [...]
Luiz Soares faleceu no dia 10 de abril de 1960, aos 66 anos, vitima de um aneurisma: no dia do enterro, não houve expediente bancário, em sua homenagem. Os amigos fizeram questão de levá-lo a pé ao Cemitério do Monte Santo, inclusive o então governador Pedro Gondim. À beira do túmulo, falaram Stênio Lopes e Newton Rique. Ele mesmo escolhera seu epitáfio, extraído do livro Espumas Flutuantes de Castro Alves, do poema, Quando eu morrer: [...] Emigrantes sombrios que se embarcam / Para as plagas sem fim do outro mundo [...] E nas trevas, esbarram-se as ossadas.
Na data seguinte ao sepultamento, a Câmara Municipal aprovou, em sessão extraordinária, propositura (de iniciativa dos vereadores Augusto Ramos e Mário Araújo) denominando uma rua com o nome de “Luiz Soares”. Houve grande repercussão nos órgãos de imprensa e a família recebeu condolências, tanto do país quanto do exterior. Luiz Soares foi um homem amigo, prático e de visão empreendedora.
Referências:
DINOÁ, Ronaldo. Memórias de Campina Grande. João Pessoa: A União. 1993.
MARINHEIRO, Elisabeth. (Org). Dicionário Biobibliográfico da Microrregião do Agreste da Borborema. Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários- NELL. Campina Grande: CNPq/UFPB. 1982.
Depoimentos:
Ricardo Soares, em 25 de janeiro de 2013.
Luiz Soares, em 25 de janeiro de 2013.
Chico Maria, em 31 de janeiro de 2013.
JOSÉ EDMILSON RODRIGUESMARINHEIRO, Elisabeth. (Org). Dicionário Biobibliográfico da Microrregião do Agreste da Borborema. Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários- NELL. Campina Grande: CNPq/UFPB. 1982.
Depoimentos:
Ricardo Soares, em 25 de janeiro de 2013.
Luiz Soares, em 25 de janeiro de 2013.
Chico Maria, em 31 de janeiro de 2013.
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Advogado/Mestre em Literatura e Interculturalidade/Ensaísta
Texto Publicado em sua Coluna no Portal www.paraibaonline.com.br
Ótimo postagem!!! Para mim, uma interessante história que não conhecia...
Conhecí pessoalmente Luiz Soares sem contudo conhecer a sua biografia. Residia na Rua Miguel Barreto distando poucos metros da Concessionária Mercedes-Benz na qual eu trabalhava. Todavia, conhecia a sua filha Fleurysa e o empresário Fleury Soares que foi também um dos grandes expoentes da era do algodão. Ah, como é fantástico lembrar essas rochas que constituiram a pirâmide da nossa história.
Parabens pela postagem...!
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Adoro fotos antigas e foi por isso que entrei no seu blog, procurando fotos antigas da cidade do meu pai, Luciano Colaço. E, para minha surpresa, vi que no texto acima falando do Sr. Luis Soares, faz referência ao meu avô, Claudino Colaço. Tenho algumas fotos antigas do meu avô, onde aparecem algumas pessoas que não sei quem são, mas que com certeza, voces reconheceram. Vou procurar e em breve lhe enviarei.
Seu blog é maravilhoso. Muito bom mesmo.