A chamada “Cultura da Internet” nunca foi tão difundida como nessa década. Hoje, qualquer assunto pode se popularizar e atingir praticamente todo o planeta. Assim, termos como “viralizar” e “memes”, fazem parte de qualquer dicionário virtual.

Em 2007, surgiu em site estrangeiro, um “meme” chamado “Depression Dog”. Logo, internautas brasileiros fizeram sua versão tupiniquim, chamada “Cão da Depressão”. O objetivo da brincadeira era o de gozar com fatos do cotidiano, geralmente com o fato de que alguma coisa não era do jeito de que se gostaria que fosse.

Como já dizia o cronista esportivo Humberto de Campos, “Campina Grande é o centro de irradiação do universo”. Assim, logo uma variante da brincadeira chegaria a Rainha da Borborema. Em Fevereiro de 2011, o fisioterapeuta formado pela UEPB, Magno Formiga, criou a página “CG da Depressão”: “Inspirado pelo viral gringo Depression Dog, criei sem muitas pretensões o CG da Depressão, com o intuito de satirizar as peculiaridades de Campina. É uma página de humor crítico, que brinca e alerta a todos, sobre os problemas da cidade”, contou Magno ao RHCG.

A página começou no Twitter, mas foi quando migrou para o Facebook, que atingiu números surpreendentes, com quase 30 000 “curtidas”, ou melhor dizendo, seguidores. Magno relatou um pouco de sua página: “A princípio, a ideia era basicamente rir do que não estava certo por aqui, mas quando notei que as piadas que eu postava acabavam originando debates sociais na página, eu vi em minhas mãos uma forte ferramenta de denúncia pública. De qualquer forma, evito exagerar na dose de reclamações. Apesar das alfinetadas que publico, não costumo participar das discussões nos comentários e tento sempre me manter imparcial”.

Como não poderia deixar de ser, logo sugiram as ideias inspiradas no CG da Depressão, Magno até brincou com o fato: “É uma cópia inspirada no CG que surgiu sete meses depois que eu lancei essa ideia. Mas aqui é o original, visse. Hehe”.

O fato que chamou a atenção do “Retalhos”, é o da página atingir os jovens campinenses, maior público interessado. Da maneira deles, a página faz com que esse pessoal pense e se interesse por nossa urbe, pela política e principalmente pela fiscalização das coisas erradas da cidade, tudo isso, com muito humor. “Tento sempre divulgar campanhas locais, como as de incentivo à doação de sangue, protestos, informações sobre o trânsito, segurança, clima, dentre outros. Mais do que arrancar risadas, fico feliz quando vejo que acabei ajudando a população de alguma forma através do CG da Depressão”, afirmou Magno.

É claro, que às vezes a piada não é muito bem aceita, principalmente quando se mexe com as paixões do campinense: política e futebol. Sobre isso o fisioterapeuta deu sua opinião: “Devido às proporções que a página tomou, sempre há um ou outro que interprete o que foi postado de uma maneira equivocada. Às vezes publico uma bobagem, mas que é deturpada por alguns e a polêmica está montada. Já cheguei inclusive a ser ameaçado se não retirasse uma publicação do ar, por exemplo, mas aí os próprios seguidores me defendem. Fico tranquilo porque tenho certeza que nunca difamei ou insultei ninguém na página”.

A página tem em média por postagem, 21.000 visualizações, mas algumas atingem até cerca de 50.000. É sucesso, não resta dúvida, e se essas piadas hoje não são história, com o tempo serão, pois é o registro de uma época, das suas características e modo de vida. Então convidamos aos internautas do Retalhos Históricos de Campina Grande, a uma visita ao Facebook “CG da Depressão”.

http://www.facebook.com/CGdadepressao