O “Ateneu Campinense” foi uma das primeiras instituições de ensino em Campina Grande, dirigido pelos professores Alfredo Espínola e Clementino Gomes. O grêmio literário deste educandário era o grande fomentador da cultura de sua época.
Na sua formação estava a intelectualidade campinense: Presidente: Fenelon Fernandes Bonavides, professor, um dos fundadores do telégrafo em Campina (1897), filho do latinista Gervásio Fernandes Bonavides e dona Maria Sedalina de Medeiros, progenitor do jurista Paulo Bonavides; Vice-presidente: João Clementino dos Santos – o “Joca de Areia” – professor da instrução pública; 1º Secretário: Manoel Lycarião; 2º Secretário: Hortênsio de Souza Ribeiro (1885/1961), advogado, escritor e jornalista; Orador: Eleutherio Edáclio Escobar, mestre das artes dramáticas; 2º Orador: José Antônio de Figueiredo; Tesoureiro: Eleazar Villar; Fiscal: Luiz de Souza e Tesoureiro: Francisco Rufino.
A sua folha foi uma das primeiras a elogiar o trabalho de Chagas Batista (1882/1930) – poeta popular, autor de “Saudades do sertão”. A edição de 7 de fevereiro de 1902, publicou de sua autoria o soneto "Um Canto", cuja primeira estrofe é a seguinte:
“Passava a brisa mansa e buliçosa
Revolvendo a folhagem do arvoredo;
Imitando uma orquestra harmoniosa
Cantava alegremente o passaredo”.
Na opinião de Hortênsio Ribeiro, o Ateneu foi o “grêmio literário mais homogêneo e brilhante que já existiu em Campina Grande”
Referência:
- BASTOS, Sebastião de Azevêdo. No roteiro dos Azevêdo e outras famílias do Nordeste. Gráfica Comercial: 1954.
- FILHO, Lino Gomes da Silva. Síntese histórica de Campina Grande, 1670-1963. Editora Grafset: 2005.
- PROENÇA, Manoel Cavalcanti. Literatura popular em verso: Antologia. Coleção de textos da língua portuguesa moderna. Casa de Rui Barbosa: 1961.
- QUO VADIS, Órgão de interesses populares. Ano II, N. 24. Manaus/AM: 1903.
- RIBEIRO, Hortênsio de Souza. Vultos e fatos. Secretaria Estadual de Cultura. João Pessoa/PB: 1979.
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