(por Rau Ferreira)
Natural de Campina Grande bacharelou-se em Direito no ano de 1909, pela Faculdade de Ciências Jurídicas do Recife.
Na política fazia oposição ao grupo de Christiano Lauritzen, chegando a arregimentar um jornal em sua cidade natal – A RAZÃO -, que contavam com direção de Salvino de Figueiredo e colaboração de Acácio de Figueiredo e farmacêutico Aggeu de Castro.
Chega ao poder em 1945, nomeado pelo então interventor paraibano Ruy Carneiro. Assume a chefia do executivo municipal em 01 de abril daquele ano, em substituição ao prefeito Vergniaud Wanderley, com a seguinte expectativa:
"(...) os campinenses aguardam, confiante, realize ele um governo que lhes seja útil, à altura, sobretudo, de suas necessidades. Ele voltará sem dúvidas suas vistas para os problemas principais daquele grande centro comercial do Nordeste, dando a cada um solução que melhor consulte os interesses locais" (A Noite Ilustrada: 22/05/1945).
O ato de sua nomeação foi assinado no Palácio da Redenção, na capital paraibana, contando com a presença de diversos conterrâneos, além do governador e secretários José Joffily (agricultura) e Samuel Duarte (interior).
Prestado o compromisso exigido por lei, dirigiu-se o novo prefeito a sua terra natal acompanhado de uma comitiva para assumir os trabalhos do executivo municipal. Os campinenses naquela ocasião prestaram significativas homenagens, reunindo-se a frente da Prefeitura Municipal grande multidão.
Ainda em comemoração àquela festejada posse, foi oferecido pela sociedade campinense um laudo almoço no Grande Hotel.
Nesta primeira fase permaneceu o Dr. Severino permaneceu a frente da prefeitura até 29 de outubro daquele ano, “quando foi afastado em virtude dos acontecimentos políticos nacionais”. Retornando em 18 de fevereiro de 1946, para dar “prosseguimento as magníficas obras iniciadas durante a sua gestão anterior”, consoante publicado pela imprensa carioca.
Na sua gestão foram realizadas obras estruturantes: pavimentou a Praça João Pessoa, construiu galerias nas ruas Getúlio Vargas e João da Silva Pimentel e realizou parte do calçamento da rua João Suassuna. Na parte de higienização, concluiu as obras do Mercado Público e remodelou completamente o Matadouro Municipal, aplicando nesta construção quinhentos mil cruzeiros.
Tratou de expandir a rede elétrica, construiu um novo edifício para a empresa de Força e Luz e aperfeiçoou a montagem com um novo gerador de 630 HP. Ainda neste aspecto, foi aberta licitação para compra de uma usina com turbinas à óleo cru que, segundo o projeto, resolveria “definitivamente, o problema da iluminação pública e da energia necessária ao desenvolvimento da cidade”, obra orçada em Cr$ 10.000.000,00. Todavia, não sabemos se esta chegou a se concretizar, pois em poucos anos já era possível o abastecimento de energia elétrica com através da usina de Paulo Afonso.
O prédio da prefeitura também recebeu reformas, sendo ampliado para receber o arquivo municipal, a divisão de pessoal e a tesouraria, além de espaço reservado para recepções. E defronte aquele edifício, havia previsão para a construção do Palácio da Justiça, cujos terrenos haviam sido adquiridos por desapropriação pela cifra de cento e quarenta mil cruzeiros.
Também a assistência social foi uma preocupação do seu governo. Subvencionou os asilos “Deus e Caridade” e “São Vicente de Paulo”, auxiliando de forma ponderada os colégios Alfredo Dantas e Imaculada Conceição e outras instituições de ensino. A Sociedade Beneficente dos Artistas também recebeu assistência monetária da prefeitura.
A imprensa, de um modo em geral, apoiava a iniciativa do Prefeito, publicando notas de apoio como esta:
“Campina Grande é inegavelmente um rico município. O equilíbrio e o desenvolvimento da obra administrativa do sr. Severino Gomes Procópio, verdadeira personalidade de homem público, tem permitido auspiciosa situação financeira para o município" (A Noite Ilustrada: 13/081946).
Com efeito, o município vivenciava um grande progresso financeiro. O orçamento municipal para aquele ano era de Cr$ 4.3 milhões de cruzeiros, enquanto que a arrecadação chegou a sete milhões de cruzeiros.
Referências:
- A NOITE ILUSTRADA, Revista. Edição N° 847, de 22 de maio. Rio de Janeiro/RJ: 1945.
- A NOITE ILUSTRADA, Revista. Edição N° 911, de 13 de agosto. Rio de Janeiro/RJ: 1946.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Edição de 13 de maio. Recife/PE: 1917.
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