por Rau Ferreira
Campina já era uma florescente vila no curso de 1861. A sua feira de gado atraía tropeiros e boiadeiros de todos os recantos da Paraíba e Pernambuco. A região, pouco habitada, contava com algumas povoações cercadas por matas.
A flora era constituída pelas seguintes árvores: Pau Brasil, Pau Ferro, Pau D’arco, Aroeira, Pereira, Batinga, Angico, Coqueiros e Palmeiras.
A fauna era bastante diversificada, encontrando-se os seguintes animais silvestres: anta, veados, pacas, quatis, preguiças, macacos, raposas e onças. E diversas espécies de aves, destacando-se emas, seriemas, jacús, codornizes, papagaios, rolas, sabias, pombas, canários e marrecos.
Os principais produtos eram as carnes verdes, algodão, feijão e farinha. Há notícias de que havia madeira para a construção civil.
A Câmara Municipal estava assim constituída: Bento José Alves Viana (Presidente), José Francisco de Almeida (Procurador), João Lourenço Porto, Frederico Lopes da Silveira, José Mâncio Barbosa, Belarmino Ferreira da Silva, José Lourenço Vaz Ribeiro e Justino Pessoa Cavalcante.
Apareciam as primeiras vítimas da Cholera Morbus, que assolou a região e provocou grande mortandade.
Quanto a jurisdição religiosa, a Paróquia de N. S. da Conceição estava ligada ao Bispado de Pernambuco. Por sua vez, a jurisdição civil pertencia à Corte de Pernambuco.
Na divisão judiciária, Campina apresenta-se como de 1ª Entrância e sua competência abrangia a instituição do Júri. Era o 4º Distrito, com direito a eleger um deputado e um suplente à Assembléia Provincial.
O Colégio Eleitoral contava com 42 eleitores, compreendendo as paróquias de Campina Grande (cabeça), S. João do Cariry, Cabaceiras e Rosário de Natuba.
Por essa época, Maximiniano Lopes Machado era reeleito pela Vila de Campina, tomando assento na 13ª Legislatura da Assembléia Provincial. Enquanto residiu em Capina, possuía uma escrava de nome Leonor. Há notícias de sua fuga (AHPB, Polícia da Parahyba do Norte: 1861, fls. 122v).
Naquele ano, o Presidente Luiz Antonio da Silva Nunes visitou Campina Grande para conhecer de perto as necessidades do interior da Província. O governante recebeu uma calorosa manifestação do povo campinense, sendo saudado pelo Dr. Bento Alves Viana.
A Vila registrava uma Casa de Caridade, construída pelo Padre Ibiapina no então povoado de Pocinhos.
E por força do Decreto n. 2.470, de 06 de fevereiro, era fixado o ordenado do Carcereiro da cadeia campinense em em 120 mil réis.
Referência:
- DEPUTADOS, Anais da Câmara dos. Vol. 1, Partes 1-2. Ed. Congresso Nacional: 1861.
- PINTO, Irineu Ferreira. Datas e notas para a historia da Parahyba, Vol. II. Reimpressão. Editora UFPB: 1977.
- SEIXAS, Wilson Nóbrega. Viagem através da Província da Paraíba. Estado da Paraíba, Secretaria da Educação: 1985.
- MALTE-BRUN, V. A. e MOURE, J. G. Tratado de Geographia e Elementar, Physica, Historica, Ecclesiastica e Politica do Império do Brasil. Livreiros de Sua Majestade. Paris: 1861.
- ALMEIDA, Elpídio. História de Campina Grande. 2ª ed. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB: 1978
Sou tataraneto de Frederico Lopes da Silveira. Gostaria de localizar mais artigos referente a ele.