Tema do post anterior, o polêmico “Homem da Capa Preta”, que visitou Campina Grande atrás de apoio para a sua provável candidatura à presidência ou vice-presidência da República, foi tema de um texto do historiador William Tejo quando este assinava coluna no Jornal da Paraíba, relatando a visita do deputado federal a “Rainha da Borborema”:
“... E numa bela manhã, Tenório Cavalcanti, acompanhado de quatro jornalistas desembarcou no Aeroporto João Suassuna. Para recebê-lo condignamente lá se encontravam udenistas, tendo à frente o Dr. Argemiro de Figueiredo. Foi uma festa a chegada do deputado de Caxias-RJ. Ele se hospedou na residência de Argemiro, Rua Vidal de Negreiros. Óbvio que não poderia ir para hotel, já que não existe, segundo a voz popular, inimigo pequeno. À noite, Tenório concedeu entrevista à Rádio Caturité, na Maciel Pinheiro. O salão da emissora estava lotado e tome Tenório a falar e a falar por mais de duas horas. Usava a oratória como usava a ´lurdinha´ impiedosamente. Citou o padre Viera, citou Ruy Barbosa e outros grandes. Fez um verdadeiro carnaval de ataques frontais ao governo. Depois da entrevista, em sua homenagem, um banquete no Gaúcho, churrascaria que ficava num 1º andar da Monsenhor Sales. Foi saudado, em nome da UDN, pelo deputado Ascendino Moura. E como não poderia deixar de ser, outros oradores também falaram. E o restaurante ficou lotado. Quem é que não queria conhecer de perto Tenório Cavalcanti que acertava num limão jogado para o ar com a sua ´lurdinha´...”
“... E numa bela manhã, Tenório Cavalcanti, acompanhado de quatro jornalistas desembarcou no Aeroporto João Suassuna. Para recebê-lo condignamente lá se encontravam udenistas, tendo à frente o Dr. Argemiro de Figueiredo. Foi uma festa a chegada do deputado de Caxias-RJ. Ele se hospedou na residência de Argemiro, Rua Vidal de Negreiros. Óbvio que não poderia ir para hotel, já que não existe, segundo a voz popular, inimigo pequeno. À noite, Tenório concedeu entrevista à Rádio Caturité, na Maciel Pinheiro. O salão da emissora estava lotado e tome Tenório a falar e a falar por mais de duas horas. Usava a oratória como usava a ´lurdinha´ impiedosamente. Citou o padre Viera, citou Ruy Barbosa e outros grandes. Fez um verdadeiro carnaval de ataques frontais ao governo. Depois da entrevista, em sua homenagem, um banquete no Gaúcho, churrascaria que ficava num 1º andar da Monsenhor Sales. Foi saudado, em nome da UDN, pelo deputado Ascendino Moura. E como não poderia deixar de ser, outros oradores também falaram. E o restaurante ficou lotado. Quem é que não queria conhecer de perto Tenório Cavalcanti que acertava num limão jogado para o ar com a sua ´lurdinha´...”
Para conhecer a figura controversa de Tenório Cavalcanti, hoje um tanto esquecida pela mídia nacional, sugerimos o filme “O Homem da Capa Preta”, obra do diretor Sérgio Resende com José Wilker no papel de Tenório. O filme foi realizado em 1986.
Em tempo, "Lurdinha" era como Tenório chamava a sua metralhadora, que sempre levava a tiracolo.
Era um personagem famoso e temido por muitos! Hoje isso parece fazer parte de uma comédia negra! É incrível que uma pessoa assim existisse naquela época no Brasil e andasse com "lurdinha" debaixo da capa pelas ruas como se fosse um gangster e é mais surpreendente que os políticos da região lhe lhe prestasse ese apôio tão entusiasta!
Lurdinha era o apelido que os pracinhas da FEB deram a MG-42, usada pelos nazistas na 2ª Guerra Mundial. Como a MP-40 também era utilizada pelos alemães, deve ter utilizado o mesmo apelido, utilizado depois por Tenório Cavalcante.