Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
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Por Rau Ferreira

Cristiano Lauritzen e Família

 A figura do dinamarquês Cristiano Lauritzem (1847/1923) foi aparecer nas patriarcais fazendas do sertão paraibano por volta de 1870, mercadejando jóias e quinquilharias. Campina era seu ponto obrigatório de pouso, e aí cortejou e casou-se com uma das filhas do Coronel Alexandrino Cavalcante de Albuquerque, Delegado da Villa Nova da Rainha.

A moça, de nome Elvira, contava vinte e três primaveras e o estrangeiro já alcançara a idade de trinta e seis anos.

Alexandrino era senhor da fazenda cabeça-do-boi, situada a cinco ou seis léguas de Campina Grande, numa das regiões mais ásperas e pedregosas da Província. A antiga sesmaria do cabeço fazia fronteira com os atuais municípios de Esperança e Pocinhos.

Em Campina, o sogro construiu para o genro a casa inglesa, servindo-lhe de loja e residência. E preocupando-se tão somente com os carnavais, entregou-lhe também a chefia política local.

Cristiano falava bem o inglês e tinha relações com firmas estrangeiras, tornando-se em pouco tempo o maior comerciante da cidade, vendendo fazendas e retalhos em grosso e a varejo, e fornecendo mantimentos ao governo, aos ingleses e aos fazendeiros da região.

Irineu Joffily era seu ferrenho adversário político e o descrevia como uma figura curiosa, muito alta e loura.

A Gazeta de Irineu só o tratava por “Gringo”. Em contrapartida, Cristiano dizia que Joffily não era católico, apondo-se as suas aspirações políticas. Talvez por esta razão, tenha fundado em 1911, o jornal “Correio de Campina”, que circulou até 1932.

Após perder a cadeira de Deputado Estadual e ser destituído da chefia do Conselho da Intendência em Campina (1890/1892), foi eleito prefeito em 1904, permanecendo no cargo até 1923, ano de sua morte. Nessa época, o sub-prefeito era Manuel Cavalcante Belo e o delegado de Polícia o major Lino Gomes da Silva.

Cristiano dava apoio ao governo de João Lopes Machado (1908/1912) e chefiava a política epitacista na Rainha da Borborema, sendo ele o responsável direto pelo prolongamento da estrada de ferro Great Wetern, que teve seu fim na cidade de Campina Grande.

O ramal foi inaugurado em 1907, cujo empreendimento na opinião de vários autores alavancou o progresso daquele município.

Cristiano Lauritzem faleceu aos 76 anos de idade.


Rau Ferreira


Fontes Consultadas:

- FILHO, Lino Gomes da Silva. Síntese histórica de Campina Grande, 1670-1963. Grafset: 2005.

- JOFFILY, Ireneu. Notas sobre a Parahyba: fac-símile da primeira edição publicada no Rio de Janeiro, em 1892, com prefácio de Capistrano de Abreu. Thesaurus Editora: 1977.

- JOFFILY, José. Entre a monarquia e a república. Livraria Kosmos Editora: 1982.

- MOTA, Leonardo. Violeiros do Norte. 5 ed. Livraria Editora Cátedra: 1982.

- SERTÃO, Gazeta do. Campina Grande, edição de 19 de dezembro. Parahyba do Norte: 1880.

- SUASSUNA, Ariano. Romance d'a pedra do reino e o principe do sangue do vai-e-volta: romance armorial-popular brasileiro. 2 ed. Livraria J. Olympio: 1972.

3 comentários

  1. Flauber Barros Leira on 19 de janeiro de 2019 às 14:28

    Ola Rau,

    Pesquiso sobre - Jovino de Barros Brandao, meu trisavo que ja viveu parte de sua vida em parte de um sitio chamado - Acude do mudo. Encontrei o nome desta localidade no jornal Gazeta do Sertao de Campina Grande e descobri que o entao Coronel Alexandrino Cavalcante de Albuquerque teve umas desavencas com ele e seu avo - Irineu Joffily. Irineu tambem tinha propriedades nas areas de Acude do mudo e Barreiros. Voce saberia indicar aonde sao estas localidades hoje em dia?

     
  2. Prímola_Maria da Conceição on 12 de setembro de 2023 às 16:29

    Olá @Flauber Barros Leira (https://www.blogger.com/profile/07351855322405410960), boa tarde! Interessante sua história e questionamento, mas o que me chamou atenção foi o seu sobrenome composto: Barros Brandao. Meu bisavô materno chamava-se Inácio de Barros Brandão, de origem inglesa, pertenceu à guarda da rainha Vitória, e assim que reformou (aposentou-se), era homem de confiança da rainha, e por ter recebido varias honrarias da rainha, acabou conseguindo permissão para vir morar no Brasil. Porém, veio para Minas Gerais (entre 1866-1876) não temos a data precisa. Em Minas adquiriu algumas terras e fazendas, em Santa Cruz do Escalvado, Minas Gerais. Também sei bem pouco desse meu bisavô, tudo que sei que com a abolição da escravatura ele passou ter dificuldades em manter a mao de obra nas fazendas e na sequencia faleceu. Teve apenas duas filhas Camila de Barros Brandão (falecida) e minha avó, Tereza de Barros Brandão(falecida), que ainda muito jovens e órfãs foram morar na cidade de Dom Silverio - MG, e lá minha avó se casou e teve varios filhos. A minha tia avó Camila, nao se casou e morou com minha avó até o falecimento. É tudo que sei sobre meu bisavô e minha avó. Será que ha alguma relação entre os sobrenomes de seu trisavô e meu bisavô?

     
  3. Gustavo Brandão on 8 de setembro de 2024 às 18:42

    Olá pessoal. @flauber barros leira. Meu avô se chamava José de Barros Brandão e era natural de Campina Grande. Fiz várias pesquisas em arquivos de cartórios e da igreja. Encontrei alguns registros de irmãos do meu avô que viveram em Campina até o fim da vida. Meu avô se mudou para Natal, onde casou com a minha avó e ondem nasceu minha mãe. Em seguida se mudou para Santa Rita pb, onde viveu até o fim da vida. Pelo que pude pesquisar, um dos irmãos do meu avô se chamava Fenelon, mas acredito que o seu trisavô deva ser parente dele.

     


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