Estamos vivenciando um tempo em nossa urbe onde, ao que se constata, nada mais importa a não ser o bem próprio, diante de um exacerbado sentimento ego centrista de grande parte dos empreendedores campinenses.
Nos últimos anos acompanhamos o crescimento do emergente mercado imobiliário local, que vem provocando a maior revolução econômica deste setor, ante a especulação financeira promovida não só pelos agentes corretores, como também pelos cidadãos detentores de bens imóveis.
De forma letal, Campina Grande se rendeu ao brilho nos olhos provocado pelas cifras geradas por este boom financeiro e se esqueceu de preservar sua História através da arquitetura urbana.
Lentamente fomos perdendo, ao longo das últimas duas décadas, grandes referenciais urbanos de arquitetura Histórica, principalmente as localizadas no Centro comercial e adjacências para dar lugar a empresas do ramo farmacêutico, sapatarias e, atualmente, de forma frenética, para construção de edifícios ou, a banalização total do descaso com a instalação de estacionamentos.
Como se não bastasse a destruição dessa História por parte da iniciativa privada, o Poder Público Municipal também vem demonstrando seu grau de descaso com a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campina Grande.
É como se agora valesse tudo! Parece uma cidade sem Lei ou que a Lei não se aplica...
Há alguns anos, um empresário ousou modificar a fachada de um dos prédios da Rua Maciel Pinheiro, que para os desinformados é uma atitude vedada por Lei, e a Prefeitura, à época, agiu de pronto provocando a Justiça, a qual impôs a reconfiguração da obra, devolvendo a fachada original ao prédio em questão.
Hoje, há uma grande passividade da Administração Municipal em relação às modificações do cenário urbano de Centro da cidade, principalmente.
Esta negligência também está evidenciada na conservação dos bens públicos.
Como se não bastasse a constatação visual, uma pesquisa de cunho científico fundamentou o desprezo pelo qual passa alguns dos poucos bens públicos municipais de caráter histórico que nos resta, conforme exibiu a matéria produzida pela equipe de jornalismo da competente TV Itararé, à qual reproduzimos a seguir:
Fico triste com a notícia. Há muito tempo o casarão onde morou o saudoso Severino Cabral vem pedindo socorro, com sua estrutura física extremamente comprometida, muito cupim, seus tijolos expostos, ornamentados por plantas que vinham nascendo na sua fachada. Acontece que outras casas e monumentos que também estão precisando urgentemente de reparos. O antigo cinema São José ( de todas as recordações boas que tenho de nossa cidade, este cinema no bairro do São José onde nasci traz muitas referências e recordaçoes boas. Boa parte de minha infância e juventude está relacionada a ele. Tão belo e maravilhoso. Recordo o passado. Uma tristeza me invade sabendo do estado lastimoso em que se encontra. Será este o triste fim das coisas que remetem ao passado desta cidade tão cantada aos quatro cantos por tantas vozes? Triste lamento. O que os "poderosos" que tanto se aproveitam dos encantos desta terra estão fazendo para evitar tais acontecimentos? Quem poderá me responder? Os proprietários? Sem condições financeiras abandonam seus prédios. O que fazer? Esperamos dos órgãos públicos uma postura de compromisso referente à preservação do nosso patrimônio. Não basta enriquecermos as páginas de livros que nos colocam como referência arquitetônica. É necessário, urgentemente, que se cumpra a promessa de salvaguardar a memória e a história do povo campinense. VAMOS LUTAR PARA PRESERVAR ESSE PATRIMONIO PARA QUE FUTURAMENTE NÃO SEJAM SOMENTE LEMBRANÇAS FOTOGRÁFICAS...UM ABRAÇO AOS AMIGOS e leitorers deste belo Site RHCG.
E o Forrock? Uma das minhas melhores impressões quando da minha primeira visita a Campina Grande lá pelos idos de 1989. Bons tempos... Por que o desprezo? Vi aqui no blog uma fotografia atual, causou-me tristeza.
Jerônimo Bento de Melo