Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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QUAL ASSUNTO VOCÊ ESTÁ PROCURANDO?

Exatamente no dia de hoje, 09 de Julho de 2010, completam-se 60 anos dos fatos ocorridos no dia da inauguração do atual prédio dos Correios em Campina Grande, onde correntes políticas opositoras se "degladiaram" na Praça da Bandeira, tendo se registrado na História como "A Chacina da Praça da Bandeira".

A seguir, republicamos o discorrer dos fatos, originalmente postado no Blog RHCG em 26/10/2009:

09 de Julho de 1950: A Chacina da Praça da Bandeira


O clima de acirramento político em Campina Grande comumente presente nos anos de campanha eleitoral está intrínseco no DNA de cada cidadão da nossa urbe.

A bipolarização de correntes ideológicas em nosso Município promoveu a maior tragédia já registrada em termos políticos, até hoje.

Campina Grande receberia figuras ilustres da política local para inauguração do sutuoso novo prédio dos Correios e Telégrafos (o atual), em plena campanha eleitoral, em um show-mício com palanque montado na Praça da Bandeira.

Tudo começou ainda à luz do dia, quando entusiastas e correligionários da UDN (União Democrática Nacional), liderados por Argemiro de Figueiredo iniciaram uma passeata pelas ruas campinenses, à partir da entrada da cidade, em Santa Terezinha.

A marcha coletiva percorreu à partir da Av. Paulo de Frontin várias ruas até a Praça da Bandeira, local onde se realizara uma das maiores concentrações políticas de Campina Grande, em toda sua História.

Segundo Josué Silvestre era uma "tarde inspirada de belos e aplaudidos discursos: Joacil de Brito, Ivandro Cunha Lima, Álvaro Gaudêncio, Hiaty Leal, Ernani Sátiro, João Agripino, Pereira Lima e, finalmente(...)Argemiro de Figueiredo".

O fato peculiar fora o fechamento do evento político com a apresentação de vários artistas da música, popular, consagrados nacionalmente, como Emilinha Borba, Luiz Gonzaga, conceituados artistas da áurea Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Como não poderia ser diferente, ao final do espetáculo, a multidão dispersa aglomera-se em pequenos grupos ao longo do epicentro da festa, encontrando pelo caminho grupos políticos rivais que se reuniam em outros pequenos grupos que já demonstravam clima de confronto.

Estes pequenos grupos de pressão assumiram o tom de provocação e formaram, expontaneamente, um novo movimento que percorreu as ruas centrais da cidade, em forma de passeata, onde apenas as vozes ardorosas dos entusiastas deram força aos partícipes.

Após circular estas vias, o movimento retornou à Praça da Bandeira onde, os líderes da passeata invadiram o palanque montado para o comício da oposição, ainda decorado com os motivos Udeenistas. Diante de tamanho atrevimento, começaram os discursos fervorosos onde, não muito tempo depois, inicia-se a desordem, seguida de pancadaria ao som de disparos de armas de fogo.

Uma pancadaria generealizada se instalou na Praça da Bandeira, com a participação popular e da polícia militar; em poucos minutos de contenda fora registrado um saldo de 03 mortos e cerca de 20 feridos graves e dezenas de feridos com escoriações leves.

As vítimas fatais foram o bancário Rubens de Souza Costa, espancado por policiais; o mecânico José Ferreira dos Santos; e Oscar Coutinho, mecânico da empresa pernambucana que instalava os elevadores do prédio dos Correios.

Acerca de tamanha tragédia testemunhada, o escritor Josué Silvestre transcreveu o que registrara o advogado Aluísio Campos, então presidente do PSB local: "Jamais sofri tamanho desapontamento. Nunca testemunhara facínoras fardados investirem de modo tão selvagem sobre o povo para matá-lo friamente."

Testemunhas alegaram que policiais fardados se ajoelhavam e faziam pontaria em direção à multidão.

Fonte: "Lutas de Vida e de Morte", Josué Silvestre, 1982

Um dos nossos mais assíduos colaboradores, o Prof. Mário Vinicius ilustrou nossa postagem com o seguinte comentário, o qual achamos pertinente fazer parte do texto:

"Sobre isso que você relatou, um conhecido meu narrou este fato:

Certa feita, o pai dele foi a uma cidade do eixo Rio-São Paulo. Em certo momento, no centro da cidade, avistou uma pessoa. Esta pessoa reconheceu o viajante.

"-Seu Fulano ! Que prazer reencontrá-lo. O senhor está lembrado de mim ?"

O homem se mostrou impassível. Olhou bem dentro dos olhos e disse:

"-Lembro, e muito bem ! Nunca esqueci da cena: você ajoelhado atirando contra a multidão no comício da Praça da Bandeira".

O homem não quis escutar mais nada... Sumiu na multidão.

Omiti os nomes de quem me contou e do pai dele por motivos óbvios."

7 comentários

  1. Anônimo on 9 de julho de 2010 às 15:47

    Realmente deve ter sido um episódio muito triste.

     
  2. Anônimo on 9 de julho de 2010 às 18:01

    Segundo relatos do meu falecido pai (um americista declarado) Campina Grande vivenciou na noite daquele dia um dos episódios mais violentos já registrados pela crônica política da cidade, com o saldo de três mortes, 20 feridos graves e um número incontável de pessoas com leves contusões e escoriações generalizadas. Politicamente incendiada com as candidaturas de José Américo de Almeida e Argemiro de Figueiredo ao governo do Estado. 6O anos depois, esta tragédia permanece vivas em nossa história

     
  3. Anônimo on 9 de julho de 2010 às 18:01

    Segundo relatos do meu falecido pai (um americista declarado) Campina Grande vivenciou na noite daquele dia um dos episódios mais violentos já registrados pela crônica política da cidade, com o saldo de três mortes, 20 feridos graves e um número incontável de pessoas com leves contusões e escoriações generalizadas. Politicamente incendiada com as candidaturas de José Américo de Almeida e Argemiro de Figueiredo ao governo do Estado. 6O anos depois, esta tragédias permanecem vivas em nossa história
    Jobedis Magno de Brito Neves

     
  4. Andrei Correia on 26 de julho de 2010 às 20:22

    Característico da UDN.

     
  5. Unknown on 5 de agosto de 2010 às 02:18

    SOU FILHO NATURAL DO DISTRITO DO MARINHO,ESTUDEI EM UM GRUPO QUE TEM O NOME DE MANOEL SABINO DE FARIAS,ULTIMAMENTE FIQUEI CURIOSO EM SABER POR QUE O NOME MARINHO? PROCURANDO NA NET ALGO SOBRE O DISTRITO, DESCOBRI QUE NÃO TEM NADA SOBRE SUA HISTORIA, MAS ACABEI DESCOBRINDO ESSE BLOG E SEM QUERER DESCOBRI PQ O NOME DO GRUPO É MANOEL SABINO DE FARIAS DEVE TER SIDO UMA HOMENEGEM DE PEDRO SABINO.A PARTIR DAI PROCUREI SABER MAIS SOBRE O DISTRITO. PEDRO SABINO É IRMAO DE NÔ SABINO DE FARIAS QUE É PAI DE DONA VERINHA DONA DA EMPRESA CRUZEIRO E IRMA DE JOSEBIAS FARIAS QUE ERA DONO DA EMPRESA BORBUREMA. PEDRO SABINO TBM IRMAO DE HELENO SABINO QUE É PAI DO EX VICE PREFEITO DE CAMPINA, EVANDRO SABINO. E POR TER LIDO NESTE BLOG ESTA BIOGRAFIA ESTOU DESENVOLVENDO UM PROJETO SOBRE A MEMORIA DO DISTRITO. CHEGUEI A DESCOBRI QUE MANOEL TAVARES O MESMO DA AVENIDA MANOEL TAVERES FOI UM MORADOR DO DISTRITO DO MARINHO E FUNCIONARIO POR 40ANOS DO CARTORIO DO INGÁ.MEU OBJETIVO É DESCOBRIR PQ MARINHO?

     
  6. Anônimo on 16 de maio de 2013 às 21:11

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  7. Unknown on 9 de março de 2019 às 21:49

    Durante este acontecimento, o tio da minha avó Rubens de Souza Costa foi morto, confundido com meu bisavô, José da Guia Lessa Silveira.

     


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