Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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QUAL ASSUNTO VOCÊ ESTÁ PROCURANDO?


Noticiava em “A Província”, do Recife, um grande acidente ocorrido na Estação de Trem de Campina Grande, no ano de 1920.

Corria o dia 11 de março, quando um incêndio se alastrou pelos armazéns da Great Western, Ramal Campina.

O fogo havia-se deflagrado ainda pela madrugada. As causas do incêndio eram até então desconhecida. Na época, o “ouro branco” era comercializado a 1.098 réis, e os prejuízos estavam calculados em 70 contos de réis.

A cidade vivia o apogeu do algodão, chegando a ser a segunda maior produtora mundial. Estavam estocados cerca de quatro mil sacos de algodão de 70 quilos cada, dos quais foram devorados pelas chamas ao menos três mil. A mercadoria pertencia a vários proprietários e estava segurada por uma companhia de Londres.

Muitas pessoas se dirigiram até a estação e ajudaram a evitar um desastre maior. Não existiam bombeiros na cidade, corporação que só viria a ser criada em 07 de setembro de 1953. Por pouco, a própria estação não ficou prejudicada.

A polícia local empreendeu diligências para apurar os fatos, bem como os seus responsáveis. A empresa ferroviária também determinou a abertura de um rigoroso inquérito administrativo.

No dia 12 daquele mês e ano, pelas 14 horas, partiram de Recife os senhores J. G. Castle (Superintendênte da estrada de ferro), J. C. Day (chefe da locomoção), H. White (chefe do tráfego), e o advogado da GW Secional Parahyba, Dr. Thomaz Mindello.

O depósito foi posteriormente reconstruídos. Levantaram-se as suas paredes, mas até outubro ainda não tinha sido posto o telhado.

Alguns produtores reclamavam da situação, pois viam seus fardos de algodão expostos ao sol e às chuvas, enquanto aguardavam transporte.

Para se ter uma ideia do movimento comercial e da força do algodão em Campina, reproduzimos o seguinte telegrama:

“Campina Grande, 18 – (...) registrados estação 13300 saccos algodão entregar. Parahyba, prazos fataes; faltas occasionadas cancellamentos avultados negocios. Companhia tem transportado somente cerca de 2100 saccos Parhayba. Rogamos clameis contra asphyxia poderosa empresa nossos desprotegidos interesses. Saudações. Josué Ignácio, Monteiro & Cia., Virgílio Maracajá, Leitão & Cia., Severino Affonso & Cia., Salvino & Cia., e José de Britto”.

O resultado foi que a superintendência da companhia ordenou que fosse recebido 500 fardos de algodão, sem pagar a quilometragem.

Segundo nota publicada por Severino Affonso de Albuquerqu, em nome dos comerciantes campinenses José de Brito e Virgílio Ribeiro Maracajá, a respeito do tratamento que era dispensado pela estação ferroviária nesta Cidade: “O chefe em Campina Grande tem procedido de modo a satisfazer cabalmente os negociantes de algoão daquella zona” (A Província: 19/02/1921).


Referências:
- DIÁRIO OFICIAL, União. Edição de 30 de abril. Pág. 34, Seção I. Rio de Janeiro/RJ: 1920.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Ano XLIX, N° 71. Edição de sábado, 13 de março. Recife/PE: 1920.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Ano XLIX, N° 278. Edição de sábado, 09 de outubro. Recife/PE: 1920.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Ano XLIX, N° 349. Edição de domingo, 19 de dezembro. Recife/PE: 1920.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Ano L, N° 34. Edição de sexta-feira, 04 de fevereiro. Recife/PE: 1921.
- A PROVÍNCIA, Jornal. Ano L, N° 47. Edição de sábado, 19 de fevereiro. Recife/PE: 1921

1 Comment

  1. Anônimo on 2 de setembro de 2012 às 11:36

    Rau Ferreira o "Carcará" da pesquisa histórica!!! kkkk Parabéns.

     


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