Transcrevemos um importante requerimento do Deputado Provincial Cruz Gouvea em defesa da Parahyba e enaltecendo o patriotismo do Sargento-mór Paulo de Araújo Soares, residente na Villa Nova da Rainha:
“O Sr. Cruz Gouvea: - Sr. Presidente: em uma das sessões passadas fallei da adhesão do Povo Paraibano à Causa do Brasil; e V. Excellencia, sendo órfão delle, quando a Junta Provisória teve a feliz lembrança de o encarregar de certificar a Sua Majestade Imperial o respeito e o amor que todo aquelle povo lhe protestava, disse na sua eloqüente Falla – Sr.! A Província da Parahyba não he como outras, que tem Santo na boca e Diabo no coração; - e no mez de Março passado, felicitando V. Ex. por parte da Camara da Villa Nova da Rainha a Sua Majestade Imperial pela feliz Acclamação, e levando ao conhecimento do mesmo Senhor o Patriotismo do Sargento Mór Paulo de Araújo Soares, também usou das seguintes expressões – A Província da Paraíba, Senhor, he aquella que tem sido firme, certa e constante. – Será falso o expedido? Certamente não. Como pois veja no Diário do Governo, de 27 de Maio, uma Portaria increpando a Junta de não ter mandado tirar a devassa que lhe fora ordenada pela Repartição dos Negócios do Império? Sr. Presidente se a Província da Paraíba, não merece títulos nem honras, como as do Sul, apezar de ter adherido unanimemente à Causa do Brasil e de ser tão firme certa e constante, que por uma simples requisição do Governo de Pernambuco mandou 200 Soldados para a Bahia, e esperou o inimigo nos mais arriscados pontos para defender a sua Independência e Liberdade, e o Throno do Seo Augusto Imperador, menos merece que se mande proceder a uma devassa de similhante natureza; por tanto chamo a attenção da Assembléia, e espero o seo apoio e justiça sobre a Indicação que appresento.
INDICAÇÃO
Rogo que a Soberana Assembléia participe no Governo que attenda às supplicas da Junta Provisória da Parahyba, expedidas no Officio de 10 de março próximo passado. – Paço da Assembléia 4 de Junho de 1823. – O Deputado José da Cruz Gouvea”
Paulo de Araújo Soares requereu com outros dois cidadãos a Sesmaria n. 503 em 13 de Julho de 1759, entestando com os providos do Algodao e Riacho de Santa Rosa do Cariry, possuindo ainda a de n. 1.136, de 30 de Julho de 1823, na Villa Nova da Rainha, na extrema da Fazenda S. Pedro e contestando com a Boa Vista, para criar seus gados (http://tarciziomedeiros.com.br, acesso em 10/09/2011). E também foi um dos que propuseram a criação da Villa naquele lugar da Campina, cujo despacho positivo do Ouvidor segue em ementa:
“Despacho. O Doutor Ouvidor Geral da comarca da Parahyba ouvindo os moradores de um e outro lugar proceda a criação da vila n’aquele lugar que for mais útil aos povos d’aquele distrito que lhe está determinado. Olinda, o primeiro de Dezembro de 1789 – Estava a rubrica do Excelentíssimo Senhor General D. Tomaz José de Mello”.
Rau Ferreira
Fonte:
- SERTÃO, Gazeta do. Órgão democrático, publicação semanal. Campina Grande, 01 de março.
Parahyba do Norte: 1889.
- Diario da Assemblea geral, constituinte, e Legislativa do imperio do Brasil. Vol. I.
Rio de Janeiro/RJ: 1823.
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