Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
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Por Noaldo Ribeiro
(texto publicado originalmente no Jornal da Paraíba, em 10/08/1997, cedido pelo autor ao blog Retalhos Históricos de Campina Grande e adaptado pelos editores)

“O ‘Assírio’ (o cabaré mais famoso do Rio de Janeiro) era um arremedo de cabaré, comparado ao ‘Eldorado’”. (filho do Conde Dolabela Portela)

A reconstituição histórica de Campina Grande não há de omitir o seu mais famoso cabaré. Afinal, não se pode analisá-lo apenas pelas emoções do prazer, mas como um símbolo dos “anos dourados”, vivenciados pela cidade, quando o algodão era sinônimo de ouro. Para ser mais preciso “ouro branco”, tal como se dizia na época.

No primeiro de julho de 1937, quando a cidade já era conhecida como “Liverpool Brasileira”, a edificação, em estilo art déco, situada a Rua Manoel Pereira de Araújo, já estava pronta para abrigar o “Eldorado”. O arquiteto Isaac Soares, responsável por essa histórica casa noturna, caprichou nos detalhes. Segundo Antônio Pereira de Moraes, no seu livro “Vi, Ouvi e Senti”, o “Cassino Eldorado” foi “... construído, especialmente com apartamentos para mulheres e dependências para jogos e diversões. Era dotado de um possante gerador, pois a luz pública deficiente, apagava cedo. A sala do show-room tinha espaço para 36 dançarinos e exibição de artistas. Aos lados, 40 mesas com quatro assentos. Nas salas de jogos havia roleta 36, mesa de ronda (lasquinê), mesa bacará, mesa campista, mesa de Esplandim e mesas de poker”.

Estava pronto, enfim, o paraíso dos senhores do algodão, dos políticos e boêmios que formavam a socialite campinense. Lá, eles passariam noites memoráveis. O fastígio do econômico gerado pelo ciclo do algodão permitia a vinda de atrações internacionais e “camélias” do Recife e outros Estados vizinhos.

Só para se ter uma idéia, a inauguração do “Cassino Eldorado” foi feita com a participação dos artistas russos “Trotsky and Mary”, e o apresentador foi o próprio Trotsky, em virtude do “cabaretier” contratado, Catalano (ator do cinema nacional), ter chegado oito dias após a inauguração.

Pelo seu palco passaram artistas famosos como: Teda Diamante, Nenen, Sereia Negra (atriz, dançarina do cinema nacional), o casal mexicano Tapia Rubo, que fez sucesso no cinema de Hollywood, Paraguaíta e Clarita Diaz, cantora de tango da Argentina.

Antônio Pereira de Moraes, conta ainda, que “... foram cabaretiers (show-man) de 1937 a 1941, Catalano e Gaúcho. A orquestra era composta de seis músicos, alguns contratados fora. No início o violonista Abílio, saxofonista Raul Dinoá, pianista Zé Bochechinha, Jaime Seixas pianista, Jackson do Pandeiro, Manu saxofonista, etc".

Sem dúvida a história do “Eldorado” é página importante da história de Campina Grade. Hoje, seu prédio deteriorado, denuncia a displicência com o patrimônio histórico da cidade.


Anexos:

Alguns vídeos sobre a história do Cassino Eldorado:

TV Paraíba:


TV Itararé:

15 comentários

  1. Silvino Junior-Personal Trainer on 27 de abril de 2010 às 22:15

    Foi meu bisavo que construiu esse predio. João Verissimo

     
  2. Jobedis Magno de Brito Neves on 10 de setembro de 2010 às 05:50

    O Cassino Eldorado da Rua Manoel Pereira de Araújo, a conhecida “Rua Boa” dos tempos idos. Foi uma rua que tinha um comércio diferente, o comércio de “Mulheres” que vendiam o corpo. Atualmente funciona na rua um comércio de galinhas. Era um local bem freqüentado por homens de dinheiro (comerciantes de algodão e empresarios do ramo) e estrangeiros que apostavam grandes fortunas no famoso Cassino. Era um espaço de diversão das elites e de boêmios. Era um misto de “dancing”, bordel e casino - com mulheres, que bebiam bebidas refinadas: conhaque, champanhe e vinhos finos, com tudo do bom e do melhor! O prédio tem uma significação bastante grande para a nossa história. Muitas histórias ficaram registradas no imaginário popular. O imóvel pertence a particulares, porém, existem projetos do poder executivo municipal e estadual, para restaurá-lo e transformá-lo em um teatro popular. Existe boa vontade dos homens públicos, mas, somente a intenção não é suficiente – o imóvel vem sistematicamente sofrendo degradações, sem nada ser feito para a sua conservação. O cassino Eldorado esteve no auge até quando durou o ciclo do algodão. Entrando em declínio logo em seguida.A administração pública deve ter o compromisso de promover e incentivar a preservaçao, recuperação e a revitalização das construções de relevante interesse, para a garantia da valorização cultural da cidade e de seus custumes e tradições. O Cassino Eldorado hoje só fachada corroida pelo tempo e escondida por detrás das barracas da Feira Central. Uma pena!!!!!!!!!!!

     
  3. Anônimo on 20 de dezembro de 2012 às 07:28

    Otimos tempos aqueles.

     
  4. EDGAR MARTINS on 26 de fevereiro de 2013 às 10:15

    Não podemos deixar a história de Campina grande se acabar, vejamos que tristeza o ELDORADO fico muito sentido, não era nascido na época do Eldorado mas meu Pai me contou que era fantástico, como o ELDORADO existia poucos no BRASIL só entrava de PALETÓ as canções BOEMIAS EMBALAVAM AS NOITADAS, vamos alertar as autoridades ou até mesmo empresários que possam revitalizar a história da cidade, Antes da minha Morte ainda Gostaria de Frequentar o ELDORADO.

     
  5. Anônimo on 4 de julho de 2014 às 00:30

    O PRÉDIO DO ELDORADO DESABOU HOJE 03/07/2014!!! INCOMPETENTES E SALAFRÁRIOS OS GOVERNANTES QUE EM DISCURSO "AMAM CAMPINA" MAS NOS ATOS DEMONSTRAM O CONTRÁRIO.

     
  6. Anônimo on 8 de junho de 2017 às 19:08

    A última dona do Eldorado foi minha bisa: Zefa Tributino.É uma pena o que fazem com esse tão importante monumento cultural dessa cidade maravilhosa

     
  7. Unknown on 18 de julho de 2018 às 04:12

    Silvino, provável que somos parentes. João Veríssimo é tio da minha avó.

     
  8. Unknown on 27 de janeiro de 2021 às 13:56

    Ola,

    tenho muitas fotos do cassino e suas trabalhadoras. caso deseja entra em contato comigo que mando via e-mail.

     
  9. Adriano Figueiredo on 27 de janeiro de 2021 às 17:05

    Olá, se quiser nos mandar as imagens pode ser pelo adrianodefigueiredo.cg@gmail.com.br , que serão postadas no RHCG com os devidos créditos a você.

     
  10. Edileuza muniz on 5 de novembro de 2021 às 02:21

    Sou sobrinha neta de Carminha vilar. Ela morreu aos 60 anos em Paulista pe. De enfarte fulminante. Não tinha apenas o ele dourado. Tinha o hotel pérola,ouro branco ,a cabana etc eram da minha avó Elza vou lar. Gostaria de saber se os hotéis pérola e etc assim nada existem em campina grande PB.

     
  11. Edileuza muniz on 5 de novembro de 2021 às 02:25

    Sou sobrinha neta de Carminha vilar. Ela faleceu eu era pequena de enfarte fulminante em Paulista pe. Minha avó era Elza vilar e ela tinha o hotel pérola,o ouro branco e a cabana em campina grande PB.se puder me envia as fotos dessa época no email. Grata

     
  12. Edileuza muniz on 5 de novembro de 2021 às 02:28

    Sou sobrinha neta de Carminha vilar. Ela faleceu eu era pequena de enfarto fulminante em Paulista pe. Minha vó era dona do hotel ouro branco,pérola,a cabana na época. Vc teria fotos delas do ele dourado ? Me manda por email. Grata.

     
  13. Anônimo on 23 de junho de 2022 às 02:40

    Ola eu queria adiquirir fotos do Eldorado

     
  14. aurea farias da silva on 17 de dezembro de 2022 às 20:44

    Boa noite td bem? Ficaria muito grata se pudesse me mandar fotos do Cassino e das trabalhadoras.
    Meu e-mail fariaaurea@gmal.com

     
  15. Anônimo on 18 de março de 2024 às 12:12

    Muitas pessoas faziam parte do cassino que pertencia a Maria Rita , a família Bocarely única no mundo foi dona desse patrimônio que já e apliquei foi roubado por um homem em que a senhora Rita se envolveu , porém o cassino
    Pertecei a família Bocarely...

     


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