Jureni Machado Bitencourt Pereira nasceu em Piracurura, Piauí, no dia 03 de setembro de 1942. Filho de Francisca de Brito Machado Bittencourt e José de Bittencourt Pereira, cursou o primário em sua terra, natal estudando em escolas públicas, como o Ateneu Municipal Piracuruquense, onde seu pai era professor. Fez o curso Ginasial no Colégio São Luiz Gonzaga, em Parnaíba - PI.
Aos 18 anos viria a morar em Campina Grande. O primeiro trabalho de Bitencourt foi “A Feira”, que documentava a feira de Campina Grande, que até hoje é uma das mais famosas do Brasil.
Imagem da Feira de Campina nos anos 60, origem do primeiro trabalho de Machado no cinema
Quando freqüentava o Curso de Direito na URNE (UEPB), seria perseguido pela Ditadura Militar, fazendo com que abandonasse o estudo daquela bonita carreira, em virtude de uma suspensão. Chegou a ir morar no Uruguai. Anos depois em 2004, Machado Bittencourt seria anistiado “post morten” pela Primeira Câmara da Comissão de Anistia.
Ao voltar para Campina Grande, faria outro curso na URNE: Comunicação Social, que daria mais bases para seus futuros filmes.
Era conhecido também como excelente fotógrafo, trabalhando no Correio da Paraíba e no Jornal do Comércio.
No ano de 1969, fez uma brincadeira com o público do jornal Correio da Paraíba. Querendo demonstrar que qualquer pessoa poderia forjar uma foto de um disco voador, Machado Bittencourt utilizou toda sua técnica de fotografia para falsificar uma foto de um OVNI. A brincadeira pode ser vista no vídeo abaixo, contada pelo próprio Machado Bittencourt:
No ano de 1969, fez uma brincadeira com o público do jornal Correio da Paraíba. Querendo demonstrar que qualquer pessoa poderia forjar uma foto de um disco voador, Machado Bittencourt utilizou toda sua técnica de fotografia para falsificar uma foto de um OVNI. A brincadeira pode ser vista no vídeo abaixo, contada pelo próprio Machado Bittencourt:
O relato do Correio da Paraíba foi o seguinte:
“Disco Voador Faz Várias Evoluções em Campina Grande
Um objeto voador não identificado foi visto e fotografado em Campina Grande quinta-feira última. Sobrevoou a cidade tendo sido observada demoradamente pelo técnico agrícola Raimundo Portela, autor das fotos que documentaram o estranho acontecimento, que durou no máximo 2 minutos.
Era de cor metálica e tinha na sua parte superior, compartimentos identificados como janelas ou escotilhas. Não emitia som algum e, tão rápido como surgiu, desapareceu no espaço sob os olhares atônitos das testemunhas de sua aparição, ocorrida nas imediações do Distrito industrial da cidade.
Pessoas há que afirmam não ter sido esta a primeira visita do objeto não identificado como sendo um “disco voador”, que recentemente teria sido visto em Sapé. As fotos do OVNI (Objeto Voador Não Identificado) serão enviadas para estudo as autoridades aeronáuticas do País.”
Era de cor metálica e tinha na sua parte superior, compartimentos identificados como janelas ou escotilhas. Não emitia som algum e, tão rápido como surgiu, desapareceu no espaço sob os olhares atônitos das testemunhas de sua aparição, ocorrida nas imediações do Distrito industrial da cidade.
Pessoas há que afirmam não ter sido esta a primeira visita do objeto não identificado como sendo um “disco voador”, que recentemente teria sido visto em Sapé. As fotos do OVNI (Objeto Voador Não Identificado) serão enviadas para estudo as autoridades aeronáuticas do País.”
No dia seguinte a história foi desmentida pelo próprio Machado Bittencourt.
Grande fotógrafo e tendo trabalhado em revistas como Veja e Manchete, Machado seria agraciado com vários prêmios nessa área, inclusive um Prêmio Esso de Fotografia.
Em 1974, fundaria sua empresa, a “Cinética Filmes Ltda”, que seria utilizada para seus filmes publicitários, além de pequenas matérias, geralmente para a TV Borborema e também para o cinema.
Sem dúvida, a Paraíba teve entre os anos 60 e 70 do século passado, um razoável pólo cinematográfico, nas quais se destacavam os filmes superoititas (feitos no formato Super 8). Bitencourt com sua Cinética documentou alguns momentos importantes de Campina Grande e também enveredou por realizar algumas ficções, como foi o caso de Maria Coragem (1977) e o Caso Carlota (1981). O filme “O Caso Carlota”, não pode ser chamada propriamente de uma ficção, já que é a história de Carlota Lúcia de Brito, da cidade de Areia-PB. Abaixo uma reportagem da Gazeta do Sertão sobre o filme:
Seria também professor do curso de Comunicação Social da antiga URNE, hoje Universidade Estadual da Paraíba.
Machado foi um dos fundadores da Fundação Nordestina de Cinema (FUNCINE), que teve seu fim quando o Governo Collor de Melo encerrou a participação da Embrafilme em 1990.
No ano de 1985 faria o filme “Parahyba”, fruto do quarto centenário paraibano.
Apesar de seu gosto por Campina Grande, Machado Bitencourt viria a falecer em João Pessoa em 27 de abril de 1999. Entraria para a história como patrono da cadeira nº 28 da Academia Paraibana de Cinema.
Em 2006, seu acervo seria arquivado no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. Machado deixou um acervo de 591 rolos de filmes cinematográficos, documentários e reportagens gravadas em 8, 16 e 35 mm. Esse material foi acondicionado em 498 invólucros de lata (alumínio e plástica) e envelope de papel madeira, contemplando 345 títulos. Sua coleção de livros, constituída de 1.117 títulos distribuídos em 1.300 exemplares, abrangem as áreas de História, Literatura, Cinema, Fotografia, Geografia, Religião, Economia, Política, Biografias e Poesia, o que facilmente evidencia o grau de intelectualidade de Machado Bitencourt.
No acervo também são encontrados, 161 fitas de vídeo contendo entrevistas, vídeo-jornal, vídeo-clip e vídeo-documentário produzidos por Machado. A coleção de som contém 168 unidades em suporte de fita e cartucho. Estão contidos nela musicais dos filmes, documentários, reportagens também feitas pelo jornalista; 13.313 fotogramas.
No acervo também são encontrados, 161 fitas de vídeo contendo entrevistas, vídeo-jornal, vídeo-clip e vídeo-documentário produzidos por Machado. A coleção de som contém 168 unidades em suporte de fita e cartucho. Estão contidos nela musicais dos filmes, documentários, reportagens também feitas pelo jornalista; 13.313 fotogramas.
Extra:
Disponibilizamos aos nossos internautas, o filme “O Caso Carlota”, que nos foi cedido pelo professor Mário Vinicius Carneiro Medeiros. Através dos vídeos abaixo, podemos conhecer um pouco mais da técnica de Machado Bittencourt, que apesar do amadorismo que predominava em suas obras, entraria para a história como um dos maiores cineastas de nossa Paraíba, devido principalmente, a sua garra em fazer cultura.
Disponibilizamos aos nossos internautas, o filme “O Caso Carlota”, que nos foi cedido pelo professor Mário Vinicius Carneiro Medeiros. Através dos vídeos abaixo, podemos conhecer um pouco mais da técnica de Machado Bittencourt, que apesar do amadorismo que predominava em suas obras, entraria para a história como um dos maiores cineastas de nossa Paraíba, devido principalmente, a sua garra em fazer cultura.
Ficha Técnica do Filme Carlota
O CASO CARLOTA - (1981)
Categorias
Longa-metragem / Sonoro
Material original
16mm, COR, 85min, 935m, 24q
Data e local de produção
Ano: 1981
País: BR
Cidade: Campina Grande - Estado: PB
Sinopse
"A história sugerida para filmagem foi o famoso 'caso' de Carlota Lúcia de Brito, ocorrido em Areia, PB, no século passado. Uma espécie de fusão entre jornalismo e ficção, com muitas informações históricas baseadas nos autos do processo da Comarca de Areia e nos enfoques delimitados a partir das visões apresentadas para José Américo de Almeida e Horácio de Almeida em seus livros."
Gênero
Drama
Dados de produção
Companhia(s) produtora(s): Cinética Filmes Ltda.; URNe - Universidade Regional do Nordeste
Produção: Bitencourt, Machado
Direção: Bitencourt, Machado
Direção de fotografia: Bitencourt, Machado
Música (Genérico): Grupo Fogo Cruzado
Identidades/elenco:
Correia, Neuma
Fontes Utilizadas:
-Enciclopédia do Cinema Brasileira – Fernão Ramos e Luiz Felipe Miranda – Editora Senac, 2000
- www.academiaparaibanadecinema.com.br
- www.jusbrasil.com.br
- www.piracuruca.com
-Texto Um Homem chamado Cinema:Vida e obra de Machado Bitencourt de Bruno Gaudêncio
-Correio da Paraíba (Coleção)
-O Norte (Coleção)
-Documentário ...
-Site da Cinemateca Brasileira
-Arquivo Pessoal
-Documentário "Paraíba Repórter: Ufologia" - Rômulo Azevedo
O CASO CARLOTA - (1981)
Categorias
Longa-metragem / Sonoro
Material original
16mm, COR, 85min, 935m, 24q
Data e local de produção
Ano: 1981
País: BR
Cidade: Campina Grande - Estado: PB
Sinopse
"A história sugerida para filmagem foi o famoso 'caso' de Carlota Lúcia de Brito, ocorrido em Areia, PB, no século passado. Uma espécie de fusão entre jornalismo e ficção, com muitas informações históricas baseadas nos autos do processo da Comarca de Areia e nos enfoques delimitados a partir das visões apresentadas para José Américo de Almeida e Horácio de Almeida em seus livros."
Gênero
Drama
Dados de produção
Companhia(s) produtora(s): Cinética Filmes Ltda.; URNe - Universidade Regional do Nordeste
Produção: Bitencourt, Machado
Direção: Bitencourt, Machado
Direção de fotografia: Bitencourt, Machado
Música (Genérico): Grupo Fogo Cruzado
Identidades/elenco:
Correia, Neuma
Fontes Utilizadas:
-Enciclopédia do Cinema Brasileira – Fernão Ramos e Luiz Felipe Miranda – Editora Senac, 2000
- www.academiaparaibanadecinema.com.br
- www.jusbrasil.com.br
- www.piracuruca.com
-Texto Um Homem chamado Cinema:Vida e obra de Machado Bitencourt de Bruno Gaudêncio
-Correio da Paraíba (Coleção)
-O Norte (Coleção)
-Documentário ...
-Site da Cinemateca Brasileira
-Arquivo Pessoal
-Documentário "Paraíba Repórter: Ufologia" - Rômulo Azevedo
Parabéns pelo resgate.
Parabéns pela iniciativa!Mahado Bitencourt foi um grande cineasta e merece todo nosso reconhecimento por sua garra e coragem!
Muito bom ! Machado bittencourt foi um grande homem!que nunca deveria ser esquecido, e que hoje faz 72 anos se estivesse entre nós...