Escritor, figura de proa da cultura campinense e historiador, Cristino, que nasceu em 22 de julho de 1897, morreu há exatos quarenta anos, 31 de dezembro de 1971. Ele é autor de obras como “Abrindo o livro do passado”, “Mais um mergulho na história campinense” e o raríssimo “Pedaços da História de Campina Grande”, que precisa ser republicado. Aliás, vai o apelo às editoras da Universidade Federal de Campina Grande e da Universidade Estadual da Paraíba, que muito bem fariam em presentear os campinenses com a reedição da obra.
Há pouca informação sobre a vida de Cristino Pimentel que, na condição de grande historiador, esteve mais preocupado em registrar a história da cidade que em falar de si. Ele é citado pelo compositor João Gonçalves, na música “Campina Grande de outrora”, que, listando “coisas boas que passaram”, fala do “bate papo de Cristino Pimentel”. Também no clássico “Saudade de Campina Grande”, do magnífico Rosil Cavalcanti, que lembrou o empreendimento comercial do cronista, ponto de encontro de literatos, intelectuais e boêmios: “Saudades de Cristino e de sua fruteira”. A “Fruteira de Cristino” fechou as portas em 1953, segundo Sérgio Pimentel, neto do historiador.
Cristino Pimentel foi figura marcante em todos os círculos da Campina do seu tempo, inclusive o político. Um tempo em que destacavam-se homens brilhantes, muito mais do que na atualidade, em que não é necessário ter brilho próprio para brilhar. Ele foi personagem de um tempo em que nossa cidade podia gabar-se de ser lar de figuras do porte de Félix Araújo e Raymundo Asfora. Um tempo em que, apesar dos pesares, não era proibido pensar. Cristino, cujo corpo repousa no Monte Santo, foi um escavador do passado, um contador da história de Campina Grande. Pela contribuição que deu ao nosso torrão, merece ter seu nome conhecido e respeitado por todas as gerações.
Também é de sua autoria o "Pedaços da História da Paraíba".
Deveria, pelo amor que tinha a Campina Grande, ter pelo menos uma rua com seu nome.
Augusta Vilar