Caros amigos do RHCG;
Segue mais uma contribuição para o blog. O registro dá conta não só do desenvolvimento municipal em 1889, como do século anterior, fazendo menção ao seu progresso. (Por Rau Ferreira - http://memoep.tk)
CAMPINA NA GAZETA DO SERTÃO (Por Rau Ferreira)
Irineu Joffily enquanto jornalista deu importante contribuição à cidade de Campina Grande, não só pelo material histórico e geográfico publicado no seu jornal, quanto relativo aos textos que dizem respeito ao desenvolvimento desta comuna.
Irineu Joffily enquanto jornalista deu importante contribuição à cidade de Campina Grande, não só pelo material histórico e geográfico publicado no seu jornal, quanto relativo aos textos que dizem respeito ao desenvolvimento desta comuna.
Assim é que, em março de 1889, a Gazeta do Sertão inicia uma série de matérias sobre o município Rainha da Borborema. Dizia ele que “pela sua posição topográfica, Campina está destinada a ser o impório do sertão”, por ser ponto obrigatório de passagem de todo o comércio sertanejo. Este teria sido o fator principal de preferência a criação da antiga vila em 1779, sobre à de N. S. dos Milagres (S. João).
Contudo, assevera que naquele meio século a sua feliz posição não concorreu para o progresso. Campina carecia de boas habitações, “causando admiração, como podiam eles hospedar ali os ouvidores, e, ainda, mais os bispos que visitaram esta freguesia”.
Perdia assim a cidade, em termos de aformoseamento, para a de Brejo de Areia. “De feito, nesse ponto Campina é inferior à Areia e talvez a outras cidades menos importantes do interior da província”, conclui.
De 1877 em diante, conhecera o município uma nova força de alavancamento. O aumento populacional foi proporcional ao das construções, tomando rápido incremento. “Se encararmos ainda nesta cidade, quanto a sua população, não há dúvida que a sua importância é sem competência com outras localidades do interior da província”, escrevera.
Na época Campina resumia-se a um círculo de um quilômetro, cujo centro era a Matriz alcançando, na linguagem peculiar de seu tempo, “cerca de oitocentos fogos e mais de quatro mil habitantes”. Para Joffily, estes eram os dois pontos que lhe davam primazia: o comércio de trânsito ativo e a população superior.
Descrevendo a cidade, nos diz que era má a impressão de quem visitava Campina. As ruas não possuiam alinhamento preciso e estavam cheias de escavações provocadas pelas águas pluviais, a exceção da Praça da Independência, que em razão do comércio e a sua arborização, formava um contraste com as demais artérias e praças.
A seguir fazia duras críticas aos administradores passados e representantes do povo, relevadas pela falta de habilitações:
"O meio em que hoje vivemos muito diferente daquele em que viveram nossos antepassados; e se estes poucos ou nada fizeram em favor dessa localidade, menos culpados são do que os atuais vereadores, dispondo de melhores habilitações pessoais e de maior receita municipal.
Irineu Joffily fazia oposição ao administrador municipal. Eleito deputado, pode colocar em prática alguns dos seus projetos. Isto lhe valeu perseguições e dizem que fora preciso refugiar-se na capital da República – Rio de Janeiro -, de onde continuou escrevendo e publicando suas ideologias progressitas.
Assegurava que era preciso abrir mão dos interesses individuais de alguns em prol do interesse geral do povo campinense.
Fonte:
- SERTÃO, Gazeta do. Órgão democrático, publicação semanal. Campina Grande, 01 de março. Parahyba do Norte: 1889.
- SERTÃO, Gazeta do. Órgão democrático, publicação semanal. Campina Grande, 01 de março. Parahyba do Norte: 1889.
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