Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
retalhoscg@hotmail.com

QUAL ASSUNTO VOCÊ ESTÁ PROCURANDO?

Thomas Bruno Oliveira*

O processo de crescimento constante da cidade de Campina Grande-PB não tem respeitado seu patrimônio histórico, que constantemente vem sendo mutilado e sofre por ter edificações “engolidas” mensalmente “em nome de um progresso” da cidade (que não é o histórico-cultural). Manifestações várias tem se dado nos últimos anos contra este vandalismo, só para citar, alguns professores das Universidades aqui instaladas têm denunciado através da imprensa e Ministério Público este triste estado, um deles é meu amigo Professor Dr. Juvandi de Souza Santos.
 
A ele me uni em torno deste objetivo e passei (a partir de 2008) a redobrar a vigilância e denunciar todas as modificações verificadas principalmente no Centro Histórico da Cidade, lugar em que nada pode ser mutilado, modificado, destruído.
 
Escrevi artigos populares e científicos que trouxeram a público vários aspectos desta destruição e para divulgação utilizei os portais de notícia em que sou colunista, este próprio site/memorial em que sou colaborador, jornais e Revistas especializadas; também fiz trabalhos que foram apresentados em eventos regionais de História. Em 2010, desenvolvi uma palestra sobre a destruição do Patrimônio Histórico de Campina na União Campinense das Equipes Sociais – UCES, entidade que congrega as Sociedades de Amigos de Bairro cujos alguns presidentes já me procuraram para ministrar palestra semelhante para seus associados. Até criei uma coluna denominada de “Notas Urbanas de Campina Grande”, que traz as modificações da cidade mês-a-mês e sempre pensei que algum dia minha voz seria ouvida, e foi!
 
No último domingo (10 de abril de 2011), na matéria “Patrimônio Histórico é Destruído”, assinada por Antônio Ribeiro do Jornal Diário da Borborema, vi a informação de que: “A construtora responsável pelas obras de edificação do empresarial Plaza Shopping e do complexo multi uso, que serão erguidos no terreno onde funcionou a fábrica Caranguejo, em Campina Grande, vai ter que construir uma réplica da chaminé que fora derrubada em agosto passado. De acordo com o promotor de Defesa do Meio Ambiente, José Eulâmpio Duarte, a torre era tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraiba (Iphaep) e não podia ter sido destruída. Além da réplica da chaminé, a empresa terá ainda que recuperar todos os armazéns do espaço da Estação Velha, como compensação pelo dano causado ao patrimônio histórico e cultural da cidade. Esta ação foi oficializada através de um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC imposto pelo Ministério Público à empresa responsável pelo empreendimento, uma das denúncias foi de minha autoria.
 
 
 
Pois bem, embora seja animadora a notícia de uma punição pelo crime cometido, a chaminé-bueiro não mais existe e foi totalmente demolida. Um dos mais importantes testemunhos da primeira etapa de industrialização da cidade ruiu e quando estava pra ocorrer a demolição no mês de agosto do ano passado, comunicamos ao IPHAEP, ao IPHAN e ao Ministério Público Federal, que nada fizeram durante os dias em que os grandes tijolos de barro vermelho foram sendo sucessivamente retirados, na surdina, sem estalidos. Hoje, nos chega à informação de que estes tijolos compõem uma pequena barragem no distrito de Santa Terezinha e cerca de 150 tijolos se encontram amontoados no interior da antiga Caranguejo.
 
De toda forma, com o crime consumado, o TAC tentará recompensar o dano com uma réplica (cuja construção, acredito que deva ser acompanhada por técnicos do IPHAEP) e com a restauração da Estação Velha, que está em triste estado de ruínas, pois desde a última restauração em junho de 2004 ela ficou abandonada e está sendo “desmanchada” por populares.
 
A mesma matéria do Diário da Borborema ainda anuncia que a antiga residência do compositor e radialista Rosil Cavalcanti, na Rua Afonso Campos, terá que ser refeita através da assinatura de um outro TAC imposto ao empresário que, depois de uma reforma, mutilou sua forma histórica.
 
Como historiador, cidadão campina-grandense e amante desta cidade, espero que estes TAC’s possam ser cumpridos e sirvam de lição para construtoras e empresários que deterioraram nosso patrimônio durante muitos anos.

*Historiador, thomasarqueologia@gmail.com
Imagens: Desmanche da Chaminé em agosto de 2010. Acervo da Sociedade Paraibana de Arqueologia.

2 comentários

  1. heliocarlosferreira@gmail.com on 28 de outubro de 2011 às 19:58

    a chamina que foi derrubada na prata na construçao da loja do bom preço todo dia loja prata heliocarlosferreira@gmail.com

     
  2. Unknown on 31 de dezembro de 2016 às 03:56

    O bueiro-chaminé restam dois em Campina Grande,

     


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