Um dos redutos da boêmia de Campina Grande e que hoje, sem dúvida, é uma das mais famosas lembranças culturais de Campina Grande, o clube Ypiranga.
Fundado em 1926, o clube já teve outros locais como sede, mas a que se perpetuou para a história campinense, foi a definitiva, localizada na Avenida Canal.
Convidamos aos nossos amigos do blog, a nos enviar testemunhos e fotos sobre este patrimônio cultural de nossa cidade. Podem mandar os registros para nosso email.
Finalizando a postagem, algumas reportagens realizadas pela TV Borborema. A primeira é sobre uma reforma de 2008 e a segunda, realizada recentemente, mostra como o clube ainda é utilizado.
È muito gratificante saber que um dos mais tradicionais clubes de Campina Grande do passado está em reforma. Em épocas distintas, o carnaval em Campina Grande teve momentos inesquecíveis e que continuam na memória de muita gente. Ainda não existia a contaminação do carnaval pelos ritmos criados na Bahia, que se espalharam pela região Nordeste no decorrer dos anos 80 e 90 do século passado.
O carnaval de antigamente (40 anos atrás) era outro, ainda predominava os festejos de Mono nos clubes, fossem nos maiores e mais tradicionais, como o Clube Campinense, AABB, Gresse, Caçadores, Campestre, Clube do Trabalhador e Paulistano ou nos pequenos clubes que se localizavam nos bairros, como o Flamengo de José Pinheiro, Juvenil do Prata, Auto Esporte e de Alcatrão na Liberdade, entre outros que, nos quatro dias, criavam ambiente onde as pessoas podiam brincar os festejos de carnaval, embalado pelas saudosas marchinhas, os foliões desfilavam pelo centro da cidade, puxados pelo corso (carros antigos devidamente decorados). As pessoas que viveram nesta época, tendo participado dos festejos de carnaval nestes locais, recordam com certo saudosismo, porque conviveram não somente com os festejos nos clubes, mas principalmente quando se comemoravam nas ruas, com corsos e desfiles das escolas de Samba pelas ruas da cidade. No carnaval de Campina Grande existiram muitos blocos de ruas. Os blocos era a marca registrada da rapaziada da época. Passavam pelas ruas nos corsos animando o centro e os bairros e assaltando (O assalto era uma forma de beber de arrego e de graça nas residências de amigos ou de alguns que pertencia o bloco). Os participantes pagavam o ano inteiro uma taxa que se chamava "jóia", na qual custeava a roupa e macacões para participar do bloco como sua estrutura, que envolvia aluguel de um carro, Jippe ou trator. Os blocos que eu me lembro eram os seguintes: Gente Muito Importante, Irmãos Metralhas, Os desajustados entre outros que me fogem da memória. São apenas alguns exemplos de blocos que animavam os carnavais do centro da cidade, os clubes e os bairros de Campina Grande do passado.
O tempo foi passando e os carnavais de Campina Grande foi se resumindo aos carnavais de clubes e Escolas de Samba. Entretanto, a partir da década de 80 e toda década de 90, muitos dos antigos foliões começaram a se deslocar para as praias , uns para fugirem do carnaval e outros para iniciar uma nova maneira de brincar o carnaval. Os dirigentes do Ipiranga reconstrói lembranças, deste grande evento do passado de nossa cidade. Como seria bom reunir famílias, abolir os preconceitos, fortalecer nossas .raízes culturais. Queremos o povo alegre nas ruas, cadeiras nas calçadas, casas e varandas ornamentadas, tudo como no tempo do Neco Belo, o fundador do nosso carnaval.
Jobedis Magno de brito Neves
ler todo o blog, muito bom