O Algodão tem fator decisivo na história de Campina Grande. Através do chamado “Ouro Branco”, a cidade tornou-se conhecida nacionalmente, a ponto de rivalizar até com grandes cidades internacionais.
Homem segurando o Sisal - Foto em Campina Grande nos anos 60
Com a chegada do Trem a cidade, Campina Grande sofreu um grande crescimento habitacional. Exemplo disso é que em 1907, existiam 600 casas e depois do Trem, 1800. Dessa forma, com a facilidade do transporte de cargas que até então eram feitas através de jumentos, o comércio foi impulsionado e em conseqüência disso, o progresso da cidade.
Conhecida como a “Liverpool” brasileira, a cidade era o segundo pólo de comércio de algodão do planeta e é de consenso histórico, que se a Paraíba tivesse a época um porto do tamanho do de Recife, Campina Grande seria a primeira no ranking mundial do comércio de Algodão e até poderia ser uma das maiores cidades do Nordeste.
A SANBRA era uma firma especializada em produtos como o agave, óleo e artigos comestíveis, além de trabalhar com o próprio algodão. Instalou-se em Campina Grande em 1935, sendo filial da empresa argentina “Bunge Y Born”, criada em 1884.
Registro histórico da Sanbra
A empresa argentina começou seus negócios no Brasil, primeiramente em Santos, no Estado de São Paulo. Em 1923, adquiriu a empresa pernambucana “Cavalcanti & Cia.”, que originou a “Sanbra”, a “Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro S.A.”.
Logo que a empresa se instalou em Campina Grande , ocorreu um grande desenvolvimento local, pois próximo à indústria foram sendo criados vários comércios, gerando riqueza para uma cidade que não parava de crescer. O local era uma verdadeira cidade, gerando vários empregos diretos e indiretos.
"Evidentemente que ao chegar aqui, a Sanbra representou um marco na vida econômica da cidade. A Sanbra investiu não só no setor de comercialização do algodão, mas no setor de transformação trabalhando com a fabricação de óleo de caroço de algodão e pasta para gado. Ela não era apenas um depósito. Era uma grande empresa que ofereceu muitos empregos. De todas as Sanbras da rede distribuída por todo Nordeste, a maior era a de Campina Grande”, disse o historiador Gervásio Batista Aranha em reportagem do Diário da Borborema.
Ainda segundo essa reportagem do Diário da Borborema, realizada pelo jornalista Severino Lopes, “outra multinacional, a Anderson Clayton, aportou na cidade na época causando impacto na economia local e atraindo comerciantes e grandes firmas exportadoras. Todas foram obrigadas a se modernizar e investir para não correr o risco de ser engolida dentro do processo de competição”.
Uma das principais teorias para o declínio do comércio do algodão em Campina Grande , foi o fato que após a quebra da bolsa em 1929, os grandes produtores de café de São Paulo optaram por outros tipos de lavouras, entre elas o cultivo do algodão. A concorrência foi fatal para uma cidade que não tinha como aumentar sua produção, em virtude de não ter como exportar em larga escala, em virtude dos problemas portuários aqui já citados.
A praga do Bicudo, até hoje muito mal explicada, foi o “tiro definitivo” no outrora grande comércio de algodão em Campina Grande. A Bunge resolveu deixar a cidade em definitivo, trazendo um grande prejuízo para a região. Reconhecidamente, Campina Grande nunca mais conseguiu substituir a força impulsionadora do “ouro branco” e seus governantes não conseguiram obter um sucesso satisfatório nas várias tentativas de se ter uma alternativa econômica. Entre 1983 e 1990, até que o “Maior São João do Mundo” através do turismo de eventos, pareceu ser a solução, todavia, não chegou nem perto da força do Algodão da primeira metade do século XX.
A Bunge completou em 2005, 100 anos de Brasil, sendo hoje uma verdadeira potência, pois atua em várias divisões como processamento de soja, fertilizantes, mineração e vários outros ramos, inclusive em instalações portuárias. No Brasil controla a Bunge Alimentos, a Bunge Fertilizantes e a Fertimport e mantém a Fundação Bunge.
Voltando a Campina Grande, infelizmente, hoje o antigo prédio da Sanbra está à deriva. Leiam o que disse o jornalista Severino Lopes: “o prédio da Sanbra em ruínas esconde um passado glorioso. Depredado e enfeando a cidade, ele já foi símbolo de poder e de prosperidade tendo se instalado aqui na época
Fontes Utilizadas:
-Livro do Município de Campina Grande – 1984 - Unigraf
-http://famiglia.barone.nom.br
-http://www.bunge.com.br
-Diário da Borborema
-http://www.flickr.com/photos/lucianaurtiga/
A legenda da primeira foto é equivocada.
Na verdade o homem está segurando fios de sisal, e não de algodão.
Este "post" colocou o dedo na ferida que procuramos esconder e que nos nossos piores pesadelos, ainda e sempre nos amedronta. Volta o velho fantasma do "já foi". Já fomos isso, aquilo, aquilo outro, etc, etc.... Mas o que somos hoje? e o que seremos amanhã? Ruinas melancólicas como estas e tantas outras? Hoje não temos mais o "ouro branco", o que temos então? ou que teremos ou precisamos ter? Será esta a nossa sina? "Estala arreio marvado. Recordar hoje é teu lema...."
Hoje não temos mais o Ouro Branco, temos o Onigrat(rs rs rs)
Sou do Rio Grande do Sul, arquiteto e construtor. Ao fazer a demolição de um prédio antigo em Porto Alegre, encontrei algumas unidades de Óleo de Caroço de Algodão YaYá produzido pela Sambra e distribuído pelo Frigorífico Wilson do Brasil. Gostaria de algum contato para saber qual a importância do produto visto que não encontrei nada na internet a respeito. Me coloco a disposição. Márcio. marciosander@terra.com.br
Meu pai francisco rodrigues martinez ja falecido trabalhou na sanbra 1950 a 1960.na cidade de adamantina sp.
Bem interessante a história. Comentando sobre a SANBRA com minha esposa acabamos por descobrir que o avô dela, de sobrenome Carr, americano sulista (confederado) que saiu no pós guerra da secessão americana, vindo a se instalar em Santa Barbara d'Oeste em São Paulo, foi participar da implantação da empresa em Campina Grande. Retornando a São Paulo, casado e com filhos pequenos que se instalaram novamente no interior Paulista.
Fui funcionario da Sanbra em C. Grande de 1961 a 1965.
Senhores meu pai foi um dos responsáveis pela montagem da SANBRA em Campina Grande. Ramon Rodriguez Solla, espanhol, casado com Olga Guisande, também espanhola, falecido em 2014. Chegou na SANBRA em 1958 e ficou até 1969. Em 1959 sofreu na SANBRA um acidente de trabalho que resultou na perda de um braço que nunca foi indenizado pelo grupo. Este ano estou lançando o seu livro de memórias, ditado por ele.Assim sendo, gostaria se possível localizar pessoas da época para colher informações para adicionar ao livro. Ele cita alguns amigos da época Sr. Dias,Sr. Filadelfo. Agradeço a Todos por nos dar o prazer de reviver essa época que nos deixou tantas saudades. Conchita Rodriguez Guisande
Sou Edmilson Dias, filho de Sr. Dias, acima citado. Convivi com todos na minha infância pois acompanhava muito meu pai.Conheci Sr. Ramon e Ramon Filho, lembro quando Sr. Ramon comprou um Gordine (carro) depois do acidente.
Na época ele morava na Liberdade.
Tenho boas recordações e algumas fotos i interessantes. Não sei enviar,porém segue meu contato. 82 99972-2723.
Campina Grande teve o período de maior desenvolvimento de sua história, especialmente nas áreas social e econômica, quando, a partir da primeira metade do Século XX se consagrou como o terceiro polo mundial de cultivo, comércio, beneficiamento e industrialização do algodão, o nosso inesquecível "ouro branco". Dentre as muitas empresas que exploravam essas atividades. podemos destacar a gigantesca Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro - SANBRA que caracterizava o maior parque industrial de Campina Grande não sòmente em área ocupada como sobretudo em divisas. Infelizmente, como na terra tudo passa e nela nada é eterno, o ALGODÃO saiu dos seus vastos campos de produção agrícola e passou a ocupar um lugar sagrado na história quando, na segunda metade do Seculo XX sugiu um misterioso inseto denominado BICUDO e terminou por exterminar a produção do algodão de uma forma nunca satisfatoriamente esclarecida. Contudo, acredito que o "bicudo" tenha sido apenas a justificativa e jamais a causa do colápso desse período áureo que se imortalizou nos anais da história de Campina Grande. Acredito claramente que o ocaso da saudosa época algodoeira tenha coincidido com o limiar da produção das fibras sintéticas que passaram a ocupar e jamais substituirem a fibra natural do algodão. - o nosso histórico e insubstituível "ouro branco".
Olá amigos Sanbra /// Bossuet Ferreira Oliveira /cidade Río de Janeiro // Meu pai José Ferreira de Oliveira trabalhou na Sanbra por muitos anos neste prédio de três andares com visual para o açude velho, do outro lado da rua instalou-se a Anderson Clayton , desligou-se da empresa em 1957 depois de 23 anos de Excelência ,visitava muito o escritório , depois que saia do colégio São Vicente de Paulo ,belas lembranças de Campina Grande ,o açude novo,cinema Babilônia, Capitólio, Clube Treze, Clube Campinense, Praça da Bandeira , o Guarani, saudades da bela Campina Grande Serra da Borborema . Abraços amigos,
Que linda historia de nossa bela cidade Campina Grande e ao mesmo tempo triste pois perdemos muitas coisas que ela poderia ter.Cabe aos governantes ter mais amor por nossa cidade.eu amo minha cidade Campina Grande o nome diz tudo ela e bastante grande.
gostaria de saber em que ano a sanbra fechou as portas em campina grande e deixou de funcionar?
Estou escutando as histórias da Sanbra contadas por minha mãe que tem 90 anos. Ela conta como os três tios dela vieram de Pernambuco para Paraíba a fim de conseguirem trabalho.
Estou escutando as histórias da Sanbra contadas por minha mãe que tem 90 anos. Ela conta como os três tios dela vieram de Pernambuco para Paraíba a fim de conseguirem trabalho.
Meu pai (Flávio da Costa Machado) trabalhou na Sanbra Campina Grande em 55/56
Você é filho de Celso Dias ?
Eu tenho um recorte de um produto da Sambra, da marca Ya-Yá. Tenha uma senhora negra como garota propaganda.
Fui funcionário da Sanbra no período de 1960 a 1967 nas unidades de Tupã e Araçatuba, Belo tempobe muita saudade
Fui funcionário da Sambra de maio/50 à abril/58, trabalhando na chamada Sambra nova no bairro da Liberdade,
trabalhei com o Sr Severino José Dias Pereira (boas lembranças) e coordenando os mapas de produção de caroço de algodão e óleos vegetais. Sou o Severiano Torres Bandeira. E-mail seveband81@gmail.com
Lembro de Seu Dias ,Edmilson ,Messuca,Ramon pai e filho que moravam na R.Riachuelo Liberdade .
0la Edmilson sou ANTONIO BEZERRA E SOU DESSA ÉPOCA POIS FUI FUNCIONÁRIO DA SANBRA, E TRABALHAMOS JUNTOS EU PELO SESI E VOCÊ PELO SENAI AQUI EM CAMPINA GRANDE,
RECEBA MEU ABRAÇO