Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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Natural da cidade de Macaparana (PE), nasceu no Engenho Zebelê, em 20 de Dezembro de 1915, registrado Rosil de Assis Cavalcanti.

Cursou o primário e ginásio na cidade de Recife. Em 1936 entrou para o 22º Batalhão de Caçadores da 7º Região Militar na cidade de Aracaju, em Sergipe. Em 1937, licenciou-se do Batalhão de Caçadores e passou a trabalhar no Fomento Agrícola de Sergipe. Durante essa época, atuou como jogador de futebol, tornando-se tri-campeão sergipano pelo Cotinguiba Sport Clube. Em 1941 foi trabalhar na Secretaria de Agricultura da Paraíba, na cidade de João Pessoa.

Desembarcou em Campina Grande no ano de 1943, acatando transferência como servidor público. Aqui desempenhou as atividades de compositor e apresentador de programas de rádio e TV, adotando o codnome de "Zé Lagoa", atuando nas Rádios Borborema, Caturité e TV Borborema.

Do auditório da Rádio Borborema, que localizava-se na Rua Cardoso Vieira, o Programa era transmitido ao vivo. Foi realizado concurso de sanfoneiro, de dançarino, de beleza, de teatro, etc.

O carisma de Rosil cativava e conquistava.

Compôs cerca de 130 músicas, sendo algumas de memoráveis parcerias com Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.

Falando em parcerias, junto a Raymundo Asfora, compôs o hino extra-oficial de Campina Grande "Tropeiros da Borborema".

Entre suas músicas mais famosas estão "Sebastiana", "Na Base da Chinela" e "Quadro Negro".

Rosil notáva-se pela dinamicidade musical. Foi autor de todos os gêneros da música reginal nordestina, como baião, xote, e côco. Pessoalmente não se achava detentor de "voz" para cantar e, portanto, nunca gravou nenhuma das suas canções.

Na Rádio Borborema ainda apresentou um programa policial com viés humorístico chamado "Radar".

Nos anos 40 formou a famosa dupla "Café com Leite", ao lado do imortal Jackson do Pandeiro, apresentando-se na Rádio Tabajara.

Segundo palavras do Professor João Duarte, para o Blog O Nordeste, "No dia 10 de julho de 1968, no início da tarde, Rosil se sentiu mal quando descansava sob a sombra do Umbuzeiro e da Quixabeira. [...]Na noite daquele dia, [...] Em vez da música introdutória na voz vibrante de seu parceiro Café, dizendo: se você não viu, vá ver que coisa boa, em Campina Grande, o Forró do Zé Lagoa, se ouviu uma fúnebre anunciando o falecimento do poeta da caatinga, dos cariris, do Nordeste. O Nordeste parou. Campina Grande assistiu a mais profunda comoção que a atingira. Desaparecera subitamente sua síntese poética, suas alegrias e suas tristezas. Os contornos da feira central ficaram sem graça. A feira da Prata perdeu o charme. Macambiras e xiquexiques murcharam. Juritis, asas brancas, ribaçãs arribaram. O povo, a população simples e pobre das periferias de Campina e dos municípios visinhos se encerrou em luto. Campina Grande não comportou a quantidade de pessoas para o último adeus ao poeta que a cidade adotou."



Na foto acima, datada de fevereiro de 1952 durante festejo momesco, enviada e autorizada sua publicação pela Professora Clotilde Tavares (http://clotildetavares.wordpress.com) é possível ver a casa em que morou Rosil Cavalcante em Campina Grande, vendida e descaracterizada após o falecimento da sua viúva, D. Nevinha.

A residência era localizada no começo da Rua Afonso Campos, de frente ao antigo Posto Futurama, onde vê-se um garoto à sua porta e mais duas janelas. Na casa vizinha, morava um  outro campinense notável, já detentor de post em nosso blog, o barbeiro Francisco de Almeida Batista, o Chico B.

O local onde estão os protagonistas da foto, é a Praça Clementino Procópio, onde pode ser vista a antiga fonte existente, onde hoje está o playground.

Vídeos:

Convidamos aos amigos a assistirem os vídeos abaixo, feitos pela TV Paraíba. O primeiro conta um pouco da história de Rosil e o segundo é uma entrevista, com o autor de um livro sobre a vida de um grande amante da cultura de Campina Grande.



Fontes Consultadas:
Site Forró em Vinil: http://www.forroemvinil.com
Site O Nordeste: http://onordeste.com
DUARTE, Jonas. "Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcante". Prof. Doutor Dep. Históriada UFPB, João Pessoa. Reproduzido por Ivan Moreira em, http://www.onordeste.com
Blog Umas & Outras (Profa. Clotilde Tavares), em: http://www.umaseoutras.com.br/boletim/19_08_2007/

4 comentários

  1. Anônimo on 7 de janeiro de 2010 às 17:29

    Meu avô foi tropeiro e não tem como não lembrar da música de Rosil e Asfora, tão bem interpretada na voz de Luiz Gonzaga. Muito obrigado por essas lembranças gostosas da minha infância.
    Um forte abraço;

    Rau Ferreira
    Blog: "História Esperancense"
    http://historiaesperancense.blogsot.com

     
  2. Clotilde Tavares on 14 de julho de 2010 às 07:24

    As pessoas da foto são minha mãe, Cleuza Santa Cruz Tavares, arrumando os filhos - eu e Braulio - para a foto. A época era de Carnaval e usávamos fantasias de "presidiários", idealizadas por meu pai (o jornalista Nilo tavares) e confeccionadas por mamãe em sede listada de vermelho e branco. A dificuldade toda da foto é que nós, crianças, não queríamos encarar o sol de frente...

     
  3. Unknown on 28 de julho de 2013 às 23:11

    hoje estou em Buenos Aires e comecei a pensar em Rosil Cavalcante,bateu aquele insigth qdo.eu trabalhava na SOCIC há 40 anos atrás na rua Joao Pessoa,lembrei vividamente do dia do enterro de Rosil,Campina Grande parou,saudade de minha terra tempos imemoravéis.

     
  4. walmir chaves on 21 de dezembro de 2014 às 09:23

    Rosil estava apresentando um programa na Borborema no qual ele relatava, com humor, os fatos diários da delegacia de Campina.Fazia uns días que uns vizinhos de uma senhora "macum beira" do bairro da Palmeira haviam dato partes do barulho que ela fazia pelas noites nas suas sessões.Diziam que quando baixava o espirito ela até tirava a roupa e etc... Rosil fazia um show com a história e ridiculizava a senhora. Ela lhe escreveu uma carta dizendo-lhe que parasse com isso pois estava arriscando a sua vida! Rosil riu muito e até aumentou a mofa e estiveram repetindo as ameaças e ele rindo disso dois ou tres programas. E, de repente, morre Rosil...
    Eu só relato o fato que eu conheço por estar presente naquele momento...Somos todos livres de tirar as conclusões que nos convença mais...

     


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