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Como sabemos, João Goulart foi afastado da presidência com a Revolução de 1964. O sucessor de Severino Cabral, Newton Rique seria cassado e o governador Pedro Gondim seria eleito Deputado Federal em 1966, quando teria cassados seus direitos políticos até 1979.
Hino de uma geração, a música "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", do paraibano Geraldo Vandré, incidentalmente presente nesta postagem, na brilhante versão interpretada por Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião, escutem-na em sua íntegra.
Hino de uma geração, a música "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", do paraibano Geraldo Vandré, incidentalmente presente nesta postagem, na brilhante versão interpretada por Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião, escutem-na em sua íntegra.
Bicho, nunca tinha ouvido o hino de Vandré cantado por Luís Gonzaga. Engraçado, tinha a imagem do grande "Lua" relacionada com campanhas nacionalistas da década de 70, enaltecendo o regime militar. Ou me enganei por tantos anos, ou a música está mesmo acima das ideologias.
Independente de tudo, a interpretação é belíssima.
Sendo pai de quem foi, Gonzaguinha, um contestador, acho que o velho Luiz era diplomático, não queria se comprometer, mas em casa deveria meter o pau, com Gonzaguinha escutando tudo, heehehe.
Só pra não dizer que não sabiamos disto: o paraibano Assis Angelo (de João Pessoa) é jornalista consagrado em S. Paulo etc etc etc. No blog dele postou o que segue a partir das aspas.
"quinta-feira, 11 de outubro de 2012
LUIZ GONZAGA GRAVOU VANDRÉ
Foi num mês como este, outubro, que o rei do baião Luiz Gonzaga gravou num compacto simples a guarânia Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, do paraibano Geraldo Vandré (no clique de Darlan Ferreira, ao lado do maestro Mário Albanese ontem, aqui em casa).
Gonzaga foi o primeiro artista da nossa música a fazer isso em estúdio, antes mesmo do autor.
Caminhando, ou Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, disputou a primeira fase eliminatória do III Festival Internacional da Canção no Tuca, teatro da Pontifícia Universidade Católica – PUC – de São Paulo, nos dias 12 e 14 de setembro de 1968.
A final do festival ocorreu no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, duas semanas depois.
A música campeã foi Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, defendida sob vaias do público por Cynara e Cybele.
Caminhando, escolhida entre 1008 composições inscritas e uma das dez enviadas por Vandré à banca seletiva do festival, ficou em 2º lugar.
A canção na voz do autor foi proibida de ser ouvida em todo o território nacional no dia 29 de setembro de 1968 e somente liberada pela Divisão de Censura de Diversões Públicas no dia 14 de novembro de 1979, um ano e dois meses depois de publicada no suplemento Folhetim, da Folha de S.Paulo, uma polêmica entrevista que ele me concedeu (reproduzida no especial Memória da Cultura Popular do newsletter Jornalistas&Cia):
http://www.jornalistasecia.com.br/edicoes/culturapopular02.pdf
Na época não houve repercussão e nem foi apreendido o disco com a gravação de Caminhando feita pelo rei do baião.
Detalhe: quando o "pau quebrou", isto é, a Censura proibiu a execução pública de Caminhando, Vandré justificou-se a amigos: "Quem escolheu Caminhando não fui eu, foram eles (da Globo). E riu".
Postado por Assis Ângelo: às 12:23