A homenagem partiu do Prefeito campinense ElpídioJosué de Almeida em seu segundo mandato (1955/1959), através de mensagem ao legislativo mirim de 22 de julho de 1959.
Epaminondas nasceu em Esperança-PB, no dia 04 de junho de 1900, onde viveu até os dez anos de idade, até que sua família se mudou para Taperoá-PB. Veio residir em Campina Grande-PB após o falecimento de seu pai, ocorrido em 14 de fevereiro de 1921.
Em Campina, com algumas noções de contabilidade, passou a trabalhar no Banco Auxiliar, fazendo carreira por 21 anos. Casou-se com sua prima Isaura, mas não teve filhos. Era católico fervoroso e ajudou a fundar algumas paróquias e associação de moços.
Na mensagem Elpídio acentuou o caráter e formação do esperancense: “Fez por merecer esta modesta homenagem à sua memória. Não disputou cargos eletivos, não exerceu nenhum lugar na pública administração, não pertenceu a facções partidárias, mas prestou a Campina grande um relevante serviço, que exigiu anos seguidos de persistente trabalho, qual o de escrever a sua história”.
Elpídio prossegue ressaltando os seus atributos: “Seria uma justiça continuar esquecido o nome de Epaminondas Câmara, que, sem ser filho da terra, aqui se radicou, dedicando os seus lazeres à investigação e ao estudo da história local”.
Epaminondas publicou dois livros os “Alicerces de Campina Grande” (1943) e “Datas Campinenses” (1947). Foi eleito para a Academia Paraibana de Letras (1945), assumindo a Cadeira nº 18 do historiador Irineu Jóffily, sucedendo ao poeta Mauro Luna.
Na Paraíba, Câmara descobriu a chamada “Civilização da Farinha”, no período em que os colonizadores da Paraíba praticavam uma agricultura de subsistência e de escambo, exportando o excedente da farinha para o Sertão.
E traça lhe o seu perfil, o edil campinense: “Era modesto e simples, arredio por índole às agitações políticas e aos bulícios sociais, mantendo o seu modo de viver quase que invariavelmente em ir de casa para o trabalho e do trabalho para a casa, onde se entregava à leitura e à escrita de seus artigos e livros. [...]. Vida silenciosa, mas profundamente útil à nossa cidade. Faz jus à homenagem que alvitramos aos Srs. Vereadores”.
O Dr. Elpídio nasceu em Areia-PB, mas radicou-se na cidade “Rainha da Borborema”. Formou-se em Medicina pela UERJ. Aos 36 anos foi eleito para compor o Conselho Municipal e, por duas vezes, foi Prefeito de Campina (1947/51 e 1955/59), assumindo ainda uma cadeia na Assembleia Federal (1951).
Participou da Revista Campinense de Cultura em comemoração ao centenário de Campina Grande e escreveu as obras “Areia e a abolição da Escravatura: o apostolado de Manoel da Silva” (Oficinas Gráficas do Jornal do Commercio: 1946) e “História de Campina Grande” (Livraria Pedrosa: 1962).
Epaminondas Câmara faleceu às duas e meia da tarde do dia 28 de abril de 1958, “rodeado do amor dos seus, sem uma queixa, sem um lamento”, como bem explicitou o amigo Cristino Pimentel.
O Município de Campina Grande-PB prestou-lhe a homenagem nominando uma de suas artérias no bairro do Catolé. A rua Epaminondas Câmara fica paralela à rua Dr. Elpídio de Almeida.
Rau Ferreira
Referências:
- ALMEIDA, Elpídio. História de Campina Grande. 2ª ed. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB: 1978
- CÂMARA, Epaminondas. Evolução do catolicismo na Paraíba: Aos 500 anos da descoberta do Brasil. Prefeitura Municipal de Campina Grande, Secretaria de Educação: 2000.
- OFICIAL, Semanário. Ano IV, Nº 179. Adm. Elpídio de Almeida. Edição de 25 de julho. Campina Grande/PB: 1959.
- PIMENTEL, Cristino. Historiador Epaminondas Câmara. A União, edição de 18 de maio. João Pessoa/PB: 1958.
- PIMENTEL, Cristino. Mais um mergulho na história campinense. Academia de Letras da Campina Grande, Núcleo Cultural Português. Ed. Caravela: 2001.
- SOARES, Antônio. Autores Parahybanos 99. Edições Caravela: 1999.
Caramba! Que post legal!! Ótimo trabalho!!
Rafael Ramos
Mais que merecido, além de uma pesquisa acurada, usava a cronologia como Crônica, são Obras indispensáveis, grande Autor de nossa Historiografia,
O que os Campinenses precisam Saber é justamente o que está exposto, as maiores figuras, que estão ligadas, ao progresso da nossa amada cidade, não eram filhos da terra, más a amavam como se o fosse.
Portanto, compete ao poder Público, sempre que Homenagear, alguém com o nome de uma, Rua: Fazer constar na referida placa, uma breve citação, sobre o Homenageado.