Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
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No dia 29 de Maio de 2011, em matéria assinada pelo jornalista Márcio Rangel, o Diário da Borborema nos trouxe uma curiosa e interessante história do homem responsável pelo transporte das gigantescas estátuas componentes do Monumento "Pioneiros da Borborema", localizada às margens do Açude Velho, erguido em homenagem ao Centenário de Campina Grande.

O cidadão em questão é o caminhoneiro aposentado José Firmino dos Santos, de 74 anos, que no ano de 1964 foi contratado para transportar do Rio de Janeiro para Campina Grande, as três peças que pesam, em média, 1.500kg cada uma, utilizando um caminhão Chevrolet 1963!

José Firmino dos Santos (Foto Márcio Rangel/DB)
"Eu estava no Rio de Janeiro, aguardando a chegada de algum serviço para retornar à Paraíba. Me lembro quando o meu patrão me informou que a minha missão seria transportar três estátuas de pedra que foram adquiridas pela prefeitura para serem instaladas no Açude Velho. A recomendação e o cuidado com a carga era imensa. Para vocês terem ideia, apenas para colocar as três peças em cima do caminhão foi necessário um dia inteiro de atividades com o auxílio de um guincho."

Vários foram os fatores que obstacularam o trajeto até seu destino. A viagem durou 10 dias no mês de maio daquele ano. Porém, a recomendação era de que houvesse o maior cuidado possível com a carga, nem que o percurso fosse feito o mais lento possível, para que nenhum dano fosse provocado às peças.

Ao chegar em Campina Grande, outro entrave fora o descarrego das peças, uma vez que não havia estrutura adequada na cidade, tendo sido necessário alugar o maquinário para para fazê-lo.

"Demoramos mais tempo aqui pra descarregar. Aqui nesta área do açude velho não existia nem calçamento, nem asfalto, tudo era barro. Naquela época, o Açude Velho não era tão poluído e as pessoas lavavam até carros aqui dentro"  

O jornalista  Márcio Rangel, além de prestar um excelente serviço de resgate histórico, prestou uma homenagem à esse bravo ex-caminhoneiro, hoje morador do bairro Vila Castelo Branco, na Zona Leste, que se emociona toda vez que contempla o Monumento, com suas lembranças e, claro, com todo orgulho que seu feito pode lhe conferir.

"É a primeira vez, em 46 anos, que alguém lembra de mim. Certo que meu serviço não foi tão relevante, mas foi fundamental para a chegada dessa obra aqui na cidade. Todas as vezes que passo aqui, olho, contemplo e lembro de muita coisa." (José Firmino dos Santos)




10 comentários

  1. Mário Vinícius on 25 de julho de 2011 às 12:45

    Ainda há quem pense que a História foi/é feita por pessoas como Napoleão, Tiradentes ou Pelé, por exemplo. Estes, na verdade, são os que aparecem nos livros. Contudo, todos nós fazemos história. Infelizmente, não nos foi contado o nome do tratador de Le Vizir (o famoso cavalo branco de Napoleão) ou o nome do carpinteiro que fez a cruz em que Cristo foi crucificado... Hoje, a História procura saber também a vida dos comuns, pobres moratis como todos nós. Esta reportagem é um grande exemplo disso. As estátuas foram feitas (acredito) por Corbiniano. Mas elas só são admiradas e têm sua importância histórica por conta do trabalho modesto e quase despercebido do caminhoneiro José Firmino dos Santos, responsável pelo transporte delas até aqui. Bela homenagem a ele, nesta data em que comemoramos o "Dia do Motorista". Parabéns aos editores pela postagem !

     
  2. Calina on 24 de setembro de 2013 às 09:09

    que maravilha tanto tempo contemplamos essas estátuas e não sabíamos como foram colocadas lá até pensei que tinha sido feita ali mesmo. PARABÉNS PARA QUEM FAZ REALMENTE A HISTÓRIA DE CAMPINA GRANDE, O PARA RHCG POR NOS PROPORCIONAR TÃO RICAS IMFORMAÇÕES.

     
  3. Anônimo on 24 de setembro de 2013 às 15:12

    Como perguntou,acertadamente, Bertolt Brecht: "Onde estavam os operários na festa de inauguração da Muralha da China ? "

     
  4. Camilo barbosa da Silva on 24 de setembro de 2013 às 15:43

    Soube que por não haver infra-estrutura estas estátuas tiveram que ser guardadas no quartel do exército enquanto construíam uma plataforma. Neste interím houve a cassação do prefeito da cidade pelo regime militar , e quando elas saíram do quartel para serem inauguradas já o foram por um interventor

     
  5. Paulo Gomes on 25 de setembro de 2013 às 18:07

    Muito bom este resgate histórico. Sem querer ser "cri-cri", como andam os preparativos para o sesquicentenário de Campina Grande? Ficamos apenas na formação de uma comissão? Algum passo já foi dado? Convidaram os mantenedores deste blog para participar dos preparativos? Enquanto isso,o tempo passa....passa....passa...e???

     
  6. Anônimo on 26 de setembro de 2013 às 10:01

    Nosso cartão postal! No aniversário de Campina vcs poderiam lançar uma enquete: QUAL O MAIS BONITO CARTÃO POSTAL DE CAMPINA HOJE? kkkkkkkkk

     
  7. Anônimo on 27 de setembro de 2013 às 17:57

    Pelo andar da carruagem o mais bonito cartão postal de Campina Grande será a foto dos carros pipa abastecendo a cidade por falta de vergonha dos seus dirigentes e representantes. Que vergonha de ser nascido nesta terra!

     
  8. Kehrle on 7 de novembro de 2014 às 14:30

    Parabéns José Firmino pela sua contribuição à história de nossa querida cidade.



    Um grande abraço

    Darks Kehrle Junior




     
  9. Unknown on 24 de fevereiro de 2021 às 21:30

    Fiquei emocionada com essa história pois sou filha e neta de caminhoneiro e sei como é difícil a vida na estrada, eu fiquei aqui imaginando como foi cada minuto desse percurso até a chegada, Parabéns 🥰

     
  10. Eduardo Marinho on 28 de abril de 2023 às 17:40

    Uma bela história, agora toda vez que passar em frente ao monumento lembrarei do Sr José Firmino.

     


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