Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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O dia 03 de fevereiro de 1917 ficara marcada na vida de Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, para graça da Paróquia de N. S. da Conceição de Campina Grande. 

Entrava o trem do Recife na estação do Entroncamento, quando os passageiros foram surpreendidos por sinal alarmante de perigo: um trem de carga que a toda força vinha em sentido contrário. O prelado não se fez alterar, invocando a interseção da Virgem da Guia cuja imagem era conduzida nesse mesmo comboio.

O choque das máquinas foi enorme, ficando avariados e completamente desarticulados os vagões de carga, porém nenhum desgaste sofreu o que levava a imagem, assim como o vagão de passageiros, cujos ocupantes saíram ilesos, atribuindo aquela ação milagrosa a N. S. da Guia. 

Devoto da Virgem Medianeira, o Arcebispo da Paraíba com o coração ainda mais cheio de confiança, atribuiu à santa aquele livramento. Já estava em seus planos erigir um santuário, e por essa razão a imagem, depois de alguma demora no Palácio Arquiepiscopal, seguia para Campina Grande, onde lhe seria construído o santuário sob a direção do Monsenhor Luiz Francisco de Sales Pessoa.

A precariedade de recursos fizera que se lhe construísse um santuário provisória e, em novembro daquele ano, já se erguia aquele edifício sem suntuosidade ou originalidade de estilo, no mesmo lugar onde se acha hoje a Igreja da Guia.

O terreno havia sido doado pelo major Lino Gomes da Silva e dona Minervina Gomes da Silva no largo de uma praça no São José.

 Campina já naquele tempo era a “hinterland”, a metrópole do Sertão, e sob esse título, poderia desviar do Juazeiro as levas de romeiros. Um dos seus objetivos era desarraigar a ignorância religiosa, circundada nas superstições consagradas ao Padre Cícero, mas também aos devotos de Antônio Conselheiro, Bento Milagroso e outros religiosos.

Assim noticiava o órgão católico:
“O projeto do santuário terá ademais o ótimo efeito de satisfazer à natural inclinação dos fiéis às romarias, desviando-os de penosas viagens para cultos proibidos ou duvidosos” (A Imprensa: 1917).
A benção eclesial foi concedida em 18 de novembro de 1917, inaugurando Dom Adauto o pequeno órego no dia seguinte. A imagem foi conduzida em veículo aberto, acolhendo o povo campinense em grande multidão os Reverendos Luiz Sales, José Cabral e Zeferino Ataíde. À noite, pelas seis e meia, celebrou-se a missa em preparação para a inauguração. 

No dia 19, pelas sete horas, nova celebração da vida, apresentando o Arcebispo a imagem copiosa da Virgem, pregando o Cônego Manuel Maria de Almeida belo e piedoso sermão em praça pública. Às quatro e meia da tarde, em préstito se dirigiram ao bairro de S. José conduzindo a imagem, procissão essa que foi calculada entre 10 e 15 mil pessoas.

Permaneceu Dom Adauto em visita pastoral por quatro dias em Campina Grande onde, entre os dias 18 a 23 de novembro de 1917, crismou 5.175 cristãos (2.421 homens e 2.754 mulheres), distribuiu 7.400 comunhões e realizou 40 casamentos e 48 batizados.

Participaram dos trabalhos espirituais: Monsenhor Sales, Pe. Manuel de Almeida, Cônego Antônio Galdino, Padres José Paulino Duarte, Francisco Coelho, Joel Fialho, José Vital Ribeiro Bessa, Firmino Cavalcanti, Manuel Tobias, José Tribueiro de Brito, José Alves, Luiz Gonzaga de Araújo, Padres João Borges e João Batista e os seminaristas Severino Miranda e Oscar Cavalcanti. 


Referências:
- A IMPRENSA, Órgão católico. Ed. 08 de fevereiro. Parahyba do Norte: 1917.
- A IMPRENSA, Órgão católico. Ed. 26 de novembro. Parahyba do Norte: 1917.
- FILHO, Lino Gomes da Silva. Síntese histórica de Campina Grande, 1670-1963. Ed.
- LIMA, Francisco. D. Adauto: subsídios biográficos (1915/1935). 2ª ed. Unipê. João Pessoa/PB: 2007.
Grafset: 2005.

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