Por Roberto Pereira
Quando o ex-banqueiro campinense, meu saudoso amigo Eudes Rodrigues Chaves ainda vivia, nós estávamos combinando uma viagem de uns três dias a Campina Grande.
Seria uma visita sentimental de volta às nossas origens; um “revival” em nossas vidas, um reencontro com alguns dos nossos antigos amigos, aquêles que outrora compunham o nosso universo, e com os quais passamos os grandes e alegres momentos da nossa juventude na querida cidade onde nascemos.
Calçadão de Campina Grande (2009) |
Programávamos ir ao Calçadão, passear na rua João Pessoa, tudo isso feito a pé, sem qualquer obrigação com horário, frequentar os restaurantes mais antigos, ir a feira, visitar estabelecimentos comerciais de velhos amigos remanescentes, enfim, passar esses dois ou três dias entregues a uma jornada de re-visita, para matar as saudades.
Infelizmente não deu. O velho “Moral” assim como era chamado, parece que estava adivinhando: antes mesmo de cumprir a nossa programação, adormeceu para sempre.
Na Campina do nosso tempo, morávamos um pouco distantes um do outro: eu, ali na Praça João Pessoa, ele na Major Belmiro, mas sempre estávamos juntos; e juntos compartilhamos as alegrias da juventude e curtimos a nossa querida cidade em tudo o que ela nos concedeu de felicidades.
Nós sempre acreditamos, e sempre conversávamos sobre isso, que foi a nossa geração a que mais viveu os períodos importantes e as grandes mutações pelas quais passou Campina Grande. E foi mesmo.
Eu vivi, na infância, o fim da chamada “era do trem.” Ví pessoas chegando de viagem, outras embarcando, ali na Estação Velha, que se enchia de gente, automóveis, carroças, animais, na maior animação, na chegada ou partida do trem. O seu apito saudoso ficou na minha memória para sempre.
Ví e viví a Rádio Borborema, a primeira grande revolução nas comunicações regionais, com maravilhosos programas de auditório, quando a cidade recebia a visita dos maiores e mais importantes artistas nacionais e internacionais. A cidade era uma festa. A Radio Borborema de Hilton Mota, Gil Gonçalves, Leonel Medeiros, e de Fernando Silveira, um gênio que se hoje vivesse talvez fosse o maior multimídia do nosso País, com a sua incrível inteligência e criatividade.
Ví e viví na infancia as maravilhosas séries semanais do Capitólio: Homem Morcego, Fumanchú, O Zorro, Capitão Marvel, Príncipe Submarino e tantos e tantos mais, quando nós, fantasiados e em bandos, subíamos no palco do cinema antes da exibição, para brincarmos de artista e bandido, até que as luzes se apagassem para a projeção.
Viví toda a alegria de brincar com uma tosca roda de virola, resto de antigos pneus automotivos desmanchados pelos sapateiros, percorrendo as calçadas das praças, com a alegria de uma criança que hoje estivesse pilotando uma moto.
Ví e vivi a chamada “explosão do algodão” subindo e pulando nas imensas pilhas de fardos de algodão que se espalhavam pelas ruas da cidade; e o desfile daqueles grandes carros americanos dos barões do algodão, que enchiam Campina de dinheiro e de orgulho.
Ví e ouvi os maravilhosos discursos do grande líder Argemiro de Figueiredo, sem dúvidas, o maior político do nosso Estado, com sua postura majestosa e seu estilo fascinante de falar.
Ví o presidente Getulio Vargas, cabelos branquinhos, um sorriso permanente, em carro aberto, subindo ali pela Miguel Couto acenando para o povo que se postava nas calçadas.
Viví a alegria das grandes passeatas nas festas políticas contagiantes e monumentais.
Ví florescer e tombar o grande Felix Araujo, herói do nosso tempo, símbolo da coragem da juventude.
Ví a cidade em festa recebendo o seu primeiro bispo diocesano, Don Pietrula, desfilando em carro aberto e o povo acenando lenços brancos de boas vindas.
Ví o fenômeno popular chamado Severino Cabral incendiar Campina e ascender ao governo do Estado numa homenagem do povo a simplicidade do seu líder.
Ví, menino ainda, o povo pobre nas ruas numa manhã de agosto, chorando a morte do presidente Getulio Vargas.
Ví o então presidente Juscelino Kubitschek emocionado, entregar a cidade o gigantesco beneficio da adutora de Boqueirão, que, de uma vez por todas, acabou o problema do abastecimento d’agua da cidade.
Juscelino em Campina Grande (1958) |
Viví a ascenção política de Vital do Rego, Ronaldo Cunha Lima, Raimundo Asfora, Edvaldo do Ó, Newton Rique, tantos jovens valores bruscamente interrompidos nas suas trajetórias cívicas por atos do poder dos militares, sem qualquer razão.
Chorei a perda de uma linda adolescente, Osmarina, num desastre de avião junto com seus pais, no Estado de Sergipe. Toda a cidade cobriu-se de luto e os colégios formaram no sepultamento.
Viví e reverenciei com o maior respeito os nossos grandes mestres: professor Loureiro, Padre Emidio, professor Oliveira, professor Almeida e tantos mais, responsáveis pela formação de toda a elite intelectual da nossa geração. A gente os recebia de pé, na sala de aula.
Viví grandes partidas de futebol no campo do Bordéu, (ali onde hoje está o Anita Cabral) junto a velhas figuras do folclore campinense: Fuba, Miguelzão, Eliezer, Seu Naninha, Seu Antonio, Nêgo Lula, Chico Boateiro, Ladinha, Nêgo Mira, Bôda, um monte de gente.
Feliz, saía aos domingos em demanda do campo do 13 para assistir as grandes partidas contra times de todo o Brasil, que vinham visitar a nossa cidade. Era uma festa.
Ví nascer o departamento de futebol do Campinense na quadra de sua sede social, em frente a minha casa.
Babei de inveja dos mais velhos que falavam dos grandes cabarés que freqüentavam nos fins de semana: Baiana, com shows musicais eróticos de artistas que vinham do Sul. Carminha Vilar, China, Santa, Unidade Moreninha, cujas lindas hóspedes freqüentavam as matinés dos cinemas exibindo roupas caríssimas e maquiagens caprichadíssimas. Maria Garrafada, Zefa Tributino, as lendárias damas da boemía campinense.
Ví, na varanda da fazenda do meu pai, no Carirí, vindo de Campina Grande, um dia chegar Rosil Cavalcante com vários companheiros e uma tropa de cachorros perdigueiros em busca de caçar perdizes e lambús nos campos da caatinga.
Vi a rapaziada independente que se reunia nas tardes do Grande Hotel para o happy hour daquele tempo: Otaviano Bezerra, Paulinho Ribeiro, Amaury Gurú, Zé Costa, Rodrigão Araújo, Antonio Figueiredo, Ingo Neukranz, Ermirio Leite, legítimos representantes de uma época em que a cidade fervilhava com o seu progresso e se projetava inexoravelmente para o seu grande futuro.
Grande Hotel |
Ví e vivi a chegada da televisão que nos encheu de orgulho. Campina como sempre pioneira em tudo. Gerava os próprios programas, incluindo teleteatro, com atores nossos, aqui da terra. Isso era demais.
Viví os grandes carnavais de rua, com o corso que se expandia por todo o centro da cidade e a folia que se concentrava na Maciel Pinheiro, ali na Sorveteria Pinguim, com desfile de blocos e troças, fantasias mil, o cheiro de lança-perfume no ar, a poeira da maizena que cobria todos os espaços da rua, confete, serpentina, mulheres lindas, a alegria, o delírio.
À noite, os grandes bailes no Campinense, no Clube 31, no Ipiranga, Paulistano. Do mais aristocrático ao mais modesto a alegria era uma só. A cidade estremecia ao som das grandes bandas de frevo e samba e dançava até o raiar do dia.
Ví e conheci os valentes do nosso tempo: João de Carminha, Assis, Severino Martins, Alonso Arruda, Salvino Figueiredo, Carlinhos e José Gaudencio, homens jovens, corajosos que não abriam parada para ninguém.
Ví o mundo intelectual reunido na Livraria Pedrosa e o velho Pedrosa, junto com os amigos, Dante Alicate e Pilon bebericando e contando causos inesquecíveis.
Ví a Fundact, embrião da nossa Universidade ser fundada por um grupo de heróicos campinenses dedicados a causa da cultura em nossa cidade: Edvaldo do Ó, Stenio Lopes, Francisco Pereira, Lopes de Andrade, Lynaldo Cavalcante, verdadeira constelação de homens de valor, devotados ao bem.
Ví a cidade se projetar para muito além dos seus limites no mundo financeiro, com os bancos Industrial e Banco do Comercio, todos com capitais genuinamente campinenses, instalando agencias nas principais cidades e capitais brasileiras.
Ví a Federação das Industrias ser fundada em Campina Grande, por ser a nossa a única cidade da Paraiba a reunir a quantidade de sindicatos exigida para a formação da federação.
Ví e convivi com os tipos populares e inesquecíveis da cidade: o filósofo Alonso Sapateiro, o desenhista, artista e coreógrafo Cibíu, o comunista Alfredo Machinho, grande divulgador das idéias socialistas; o homem da noite Moacir Tiê; Zito Napi, dançarino exímio, disputado a tapas pelas damas da noite; Omega, eterno boêmio a desfilar nos carnavais com sua capa, bengala e copo de cerveja na mão; Abilio Doido, Bacurau, Antonio Cego, Manuel Pé de Rotor, Horacio Bacanaço, uma fauna maravilhosa que conferia a cidade esse aspecto de alegria e criatividade insuperável.
Viví a adolescência entre as matinês do Capitolio e Babilonia, a Rua Maciel Pinheiro e a Sorveteria Pinguim, onde as tribos se encontravam; e nos fins de semana os maravilhosos “assustados”, encontros em casa de amigos, onde imperavam a alegria e a esperança fácil.
Rua Maciel Pinheiro |
Viví os desfiles de 7 de setembro quando, em uniformes de gala, marchávamos contritos defendendo os nossos colégios, fosse ele o Pio XI, Alfredo Dantas ou Colégio das Damas com o entusiasmo e o garbo de soldados em defesa da pátria.
Viví as noites inesqueciveis de dezembro assistindo às missas de Padre Mariano na Matriz e em seguida descendo a Floriano Peixoto para o passeio deslumbrante nas noites de festas do Natal, ali na Maciel Pinheiro.
Ví surgirem os primeiros edifícios espigões, que davam a cidade um ar de “cidade grande”.
Viví momentos de angustia e tristeza com a queda de um avião nas proximidades de Bodocongó, onde morreram queridos conterrâneos.
Viví a alegria do Bar do Grande Hotel, do Pinguim, e do Chopp do Alemão, em fins-de-semana memoráveis com as inesqueciveis “tertúlias” do Campinense Clube e as prévias carnavalescas do Club Aquático.
Viví as delícias, tomei bons whiskys e evoquei o passado na lendária “Fruteira”, barzinho maravilhoso que um dia as irmãs Pedrosa, rebatizando-o de “O Beco” resolveram reviver, ali no Beco do 31.
Viví com intensidade as emoções dos sábados da boite Skina: música estimulante, corações a toda carga.
Viví as festas do São João no Clube dos Caçadores curtindo a beleza daquelas noites frias de junho onde a juventude se aquecia nas fogueirinhas e nos abraços de amor.
Viví o privilégio de ouvir o velho Nilo Tavares, depois de alguns whiskys no Bar do Pilon, contar suas histórias de vida e seduzir com a sua prosa fácil e espirituosa a quem dele tinha o privilégio de se aproximar.
Precisa mais?
Assim eu ainda vivo e continúo vendo a minha querida cidade. Será que alguém a viu ou viveu em tantos diferentes momentos e com tanta intensidade, com tanta intimidade?
Viví e ainda vivo finalmente, a amargura das perdas de tantos amigos que, tal qual atores de uma magestosa peça teatral, vão-se retirando do palco aos poucos, um por um, até que, no último ato, certamente por falta de atores, a cortina haverá de se fechar e as luzes se apagarem.
Emocionante. Saudade do que não vivi.
Lindo e emocionante texto. Vi e vivi quase tudo isso e o que não vi nem vivi, ouvi falar ou li à respeito. Nossa família morava na rua Des. Trindade, aos fundos da casa de Sr. Pereira (que se não estou enganada era seu pai). Me deu uma saudade enorme de Ca´pina Grande, cidade que amo. Parabéns pelo texto.
Augusta Vilar
Quanto poder de síntese. O autor descreveu pelo menos 3 décadas de vida da nossa querida CG.
Chorei de emoção. Espetacular! Emocionante! É de arrepiar!
Parabéns pelo belo postagen!! Tenho uma rara sensação de quem jogou no mesmo clube , viu, sentiu e viveu a mesma hitória mas de uma perspectiva diferente: Como se você estivesse no time dos rapazes e eu no infantil...Até vêjo, na mente, a você com seus colegas pelos lugares citados e eu, com meus amigos por ali, vivendo as mesmas emoções, numa época maravilhosa, cheia de luz e alegria, que ficou atrás, mas que nunca se apagarão das nossas memórias!!!
Compartir pensamentos e lembranças é dar aos demais, o melhor de si-mesmo!
Cordiais saudações!
Parabens pela postagem.. senti até inveja por não ter vivido isso.
Bacana Campina era diferente, hoje Campina é Grande de verdade: Foi ótimo rever o passado.Obrigado.
Caro Roberto Pereira,
Pela sua trajetória acredito que tenhas conhecido a figura emblemática de PEDRO PICHACO, o malandro de Esperança que trajava-se em alto estilo: sapato peregrini e terno de linho branco, campeão do "capira" e grande frequentador do Beco 31, que viajou o Brasil com o seu espetáculo "O homem que vira macaco" e outros shows que igualmente fizeram história!
Gostaria que comentasse algo a respeito.
Att.
Rau Ferreira
BlogHE
http://historiaesperancense.blogspot.com
Os meus mais sinceros parabens pela postagem.Sinto-me profundamente orgulhoso por ser contemporâneo dessa época repleta de paz, boas amizades, bons e sinceros amigos. Relembro quase que totalmente todos os personagens e lugares citados embora não tenha sido participante assíduo de todas as festas e noitadas campinenses. Sou da Campina Grande do algodão, sem arranha-ceus, sem terminal rodoviário, com um modesto campo de pouso sem asfalto e terminal de passageiros recebendo apenas alguns poucos vôos semanais dos C-46 do Loide Aéreo. Na Estação Velha chegavam sòmente locomotivas a vapor, as célebres "Maria-Fumaça". Lembro-me do Açude Velho sem cais, do Açude Novo transbordando inundando os coqueiros de Zé Rodrigues; do Açude de Bodocongó em toda sua plenitude onde nas matinais dos domingos era fantástica a prática de esquí aquático pelos associados do saudoso Clube Aquático cujos sócios mais assíduos eram José Pimentel, Ottonizinho, Juarez Barreto, Zé Mangueira e tantos outros. Aliás, o Clube Aquático nos cedeu provisòriamente uma sala onde funcionou por algum tempo o nosso então recém fundado Clube de Radioamadores de Campina Grande.Lembro-me da chegada do primeiro bispo de Campina Grande, Dom Anselmo Pietrulla; do Colégio Pio XI na gestão do Padre Emídio; do famoso e histórico Colégio Estadual de Campina Grande no qual eu tive o privilégio e participar da aula inaugural em 1953. Eu estava presente, na residencia do Sr. Alvino Pimentel no momento em que o Presidente Juscelino Kubitschek se comprometeu a construir a Adutora de Boqueirão, assim como era asíduo frequentador das sorveterias Flórida e Pinguim, do Ponto Certo, Bar Macaiba, Ponto Chic e o Bar de João Brabo onde era servida o mais famoso prato "Cabeça de Galo". Porém, a minha parada diária era na famosa e inesquecível Livraria Pedrosa. Me congratulo com o autor da postagem por tão memoráveis reminiscencias. É como dizia o Gonzagão; "A saudade doi".
Campina realmente é uma cidade fantastica.Nesta descrição sentí como num filme e a cidade cheia de emoção,cheia festas,cheia de luz, uma coisa mágica. Essa é realmente a minha Campina,ou melhor, a nossa Campina. Essa cidade é o maximo.
Fui contemporâneo de algumas passagens citadas na postagem e acompanhei pelo periódicos da época, alguns outros fatos narrados. Lembro vivamente em minha tela mental do início da TV Borborema, que nos primórdios de sua fase experimental, ai ao ar das 20:00 às 22:00 horas apresentando desenhos antigos e velhos enlatados americanos. Só depois deste período em fase bem mais adiante começou entrar no ar ao meio dia. Nesta época eu, ainda menino, saia correndo da escola para acompanhar um desenho chamado "Super Presidente", que era exibido neste horário. Lembro que as novelas da rede era exibidas em vídeo tape e enviadas via aérea para Campina e quando ocorria qualquer atraso ou transtorno no envio, era ré-exibido o capítulo do dia anterior. Nesta época não dispunhamos de transmissão ou recepção por satélite e outras facilidades atuais, e lembro das dificuldades para trazer o sinal do Recife através de rudimentares repetidoras situadas na Serra do Cajá. Independente do sinal local, todas as casas que tinham o privilégio de possuir uma aparelho de tv, ostentavam um enorme mastro no telhado com duas ou três antenas de alto ganho direcionadas para o Recife (alguém lembra dos "booster's" Amplimatic?). Era fenomenal, e talvez alguns até lembrem que a TV estatal da Venezuela, situada em Caracas, em determinadas épocas do ano colocava um sinal muito forte na cidade em decorrência da propagação transequatorial, chegando a causar interferência severa no canal 2,onde recebíamos a TV Jornal do Comercio de Recife. Bons tempos aqueles.
Maravilhoso relato
O RELATO ESTÁ SIMPLESMENTE PERFEITO.
SE VOCÊ PÕE UMA FOTO EM CIMA DE CADA NARRATIVA NÓS TEREMOS SIMPLESMENTE TODA A HISTORIA DE CAMPINA GRANDE DOS ULTIMOS 60 ANOS, DESCRITA E FOTOGRAFADA.
MUITA CATEGORIA DO NARRADOR.
PARABENS AO BLOG
Cada um com as suas lembranças de épocas diferentes, sinto muita saudades dos anos 80, na minha juventude.
Bacana demais. As gerações seguintes bem que poderiam completar o texto. Vivi outra época e também me considero privilegiado. A noite na cervejaria 2001 e as tardes de domingo no 2002. A madrugada no Refavela. O bar O buracão depois de um show do Quinteto Violado na AABB. O grupo Pó-poeira no festival de inverno. Treze x Campinense no PV, no PL e no Amigão com mais de 30.000 torcedores. As gincanas estudantis e as olimpíadas do exército. Os jeeps alugados pelos Bigodetes para o corso no carnaval e as mulatas do Sargentelli no Ginásio César Ribeiro, dançando ao som da orquestra do maestro Cipó. O quem-me-quer da Maciel Pinheiro (encostado na pipoqueira de Seu Souza da pipoca). Os carros equipados com tala larga e escapamento rabo de tatú. A sorveteria Capri depois da missa da Catedral e o Cantinho lanches na volta da Maria Fumaça. Ir no alto da Bela Vista para conseguir ouvir a novidade da tal de FM no aparelho roadstar do carro (a rádio era a Tansamerica de Recife). Cortar cabelo nos Armazéns do Norte enquanto a mãe fazia compras. O ForRock e o Vale do Jatobá. A Turma da Palestra, dos Operados do ouvido. Lembro de Carboreto, Pontaria e muito mais do Mudo da Tabajara, adotado pelo coração generoso de Roberto Pereira, autor deste texto emocionante. Lembro do passeio que fizemos juntos no seu karmann ghia conversível pela imediações da Sorveteria Flórida, comemorando a vitória do Brasil contra o Uruguai na Copa de 70 e a lancha "Korró" que o Sr cismou de colocar no açude velho. Pois é tio, pensei que depois de ler o que escreveu sobre a visita de Luís Gonzaga a Campina Grande, eu não iria me emocionar tão cedo... Estava enganado. Estou preparando a volta do Mesa de Bar na Rádio Cariri e conto com sua participação para falar da Campina Grande de todas as gerações. Até lá!
Que notícia boa Gustavo, o mesa de bar é bom demais, tava fazendo falta. Através do programa skype, pode-se fazer uma ponte com sr. Walmir Chaves, que mora no exterior mas tem histórias legais demais. Chamar o sr. Edmilson, que sempre nos brinda com grandes informações. Tem Jobedis Magno, Airton Eliziário e outros personagens que sabem muito de nossa história.
É vc voltando e gravaremos para colocar no blog tb.
Adriano, sinta-se em casa para pautar o programa. Leio sempre e garanto que todas as figuras citadas são merecedoras do destaque feito por você. Inclusive acho que o RHCG deve ter participação efetiva tanto na produção como na apresentação do mesmo. Mica Guimarães já confirmou sua volta e qualquer incremento não irá tirar a originalidade e principalmente a informalidade do nosso "MESA". Esse hiato achei oportuno para não misturar com o período eleitoral. Como muitos amigos não sabem conviver com as diferenças, decidi pela parada estratégica. Abraços
AINDA QUANDO ESTOU DIGITANDO ESSAS PALAVRAS ESTOU COM O OLHOS MAREJADOS. TEXTO E NARRATIVA, COMO PAPAI DIRIA: " FORMIDÁVEL".
Gustavo que bo que o mesa e bar está perto de voltar. Me avise com antecedencia a entrevista com este mestre na Crônica.
Dr. ROBERTO PEREIRA. PARABÉNS.
Noro Pedrosa
Abração Norinho Pedrosa, gente da melhor qualidade!
Parabéns Tio Roberto pelo excelente texto histórico (vida real) do período de ouro da nossa amada Campina Grande.
Abraço,
Bruno F. Pereira Soares
Relato simplesmente sensacional. Vivi êsse periodo pois sempre ia a Campina como representante de laboratorio farmaceutico, e frequentei as grandes noitadas de Baiana e Carminha Vilar, com mulheres deslumbrantes.
Parabens ao cronista.
Helio Cascofre do Carmo
Recife Pe.
como representante
SIM CONHEÇO MUITAS HISTORIAS SEXUAIS MESMO NÃO TANTAS DECADAS ATRAS ENVOLVENDO REPRESENTANTES DE EMPRESAS EM HOTEIS
E NÃO SÓ NA LONGITUDE AGRESTINA DO PLATO
POXA! CONFESSO QUE ME DESCERAM AS LÁGRIMAS! Saudade do que não vivi! Campina QUE AMO TANTO!
Maravilha. Roberto, além de excelente memória, revela grande talento ao descrever coisas tão significativas, muitas das quais sou testemunha. É uma amizade que guardo com muito orgulho. É um documento que deve fazer parte do acervo do nosso IHCG.
Meus queridos amigos moro em Manaus à mais de 50 anos
Vivi alguns momentos nesse espaço primoroso dessa perfeita crônica do Dr Roberto Pereira, em uma sintese, porém,narrando com grandeza e detalhes a história de Campina Grande,e, dando-nos a oportunidade,de sentir um filme passando em nossas cabeças, velhos e saudosos tempos da nossa Rainha da Borboleta. Parabéns Dr Roberto, não o conheci pessoalmente, ao lê-lo, sinto-me como o estivesse conhecido. Emocionante por tudo discorrido com tanta riqueza de detalhes. Hemano Brandão
Tivee a oportunidade de fazer esse comentário graças ao meu amigo Pedrozinha que me repassou essa crônica preciosa
Vivi o Período 1957a 1964! Apesar de Campinense fui criada em Junco do Seridó pelo meu Avô Francisco Cabral de Oliveira,sobrinho e Ex aluno de Clementino Procópio, Primeiro professor de Campina Grande!Fui Aluna do Pio XI! Estou deveras emocionada e grata pela narração ,fiel ,rica em detalhes, delícia de narração! Obrigada ,me senti privilegiada em ler está preciosidade!
Viveu intensamente uma época de fazer inveja quem já e desta época, vivenciei Campina da Boate Skina, ainda desfrutei dos Carnavais na AABB. Conheci destes Hilton Mota fundador da Campina FM 93.1, quem dera ter feito parte desta época, faltou se foi da época Pedro Cancha com suas vestes especiais.
Vivi tudo isso, muito parecido mesmo,sou de Campina nasci na rua Sequeira Campos. Esses texto é muito interessante e emocionante.
Sou conterrâneo de Roberto Pereira ,‘éramos vizinhos pois a residência da minha avó era na Miguel Couto junto a casa de seu Pereira pai de Roberto,sou da mesma idade e tive a Ventura de presenciar essa época histórica da nossa cidade, era um tempo diferente que o saudosismo que atinge a todos nós enaltecendo o valor de um passado que realmente foi muito bom é que fica permanente em nós como uma dádiva muito preciosa.
Maravilhoso texto Roberto. Parabéns
VIVI EM CAMPINA GRANDE DE 1961 A 1978. ADOLECENTE, O TEXTO LEMBRA MUITAS PASSAGENS DA NOSSA VIDA, NESTA TERRA ABENÇOADA.
Amo essa minha terra.sempre na frente evoluindo em tudo.que saudade do gigantao da prata e da POLI.o grande LYNALDO diretor e reitor da UFPB.fiquei ate 78 e hoje em Recife amo de paixao por minha terra.Aos 75 anos nunca achei nada igual a minha CAMPINA.Parabens pelo trecho grande retorno a um passado de LUZ.Joseval Alves Augusto.
Li o texto e cheguei ao final com os olhos marejados. Ótimo texto que nos permite ampliar a nossa linha do tempo, a Campina nossa une-se a Campina de outrem, amada com mesma intensidade.
Que saudades desse"nosso tempo"Roberto!
Saudade da nossa Campina Grande.
Parabéns pela narrativa Dr. Roberto Pereira.
Que saudade do "nosso"tempo Roberto...
Saí de C. Grande há uns 50 anos, seu comentário me fez reviver minha juventude, certo lugares citados, vejo com detalhes, joguei futebol contra alguns dos jogadores citados, Fubá por exemplo, mas fiquei numa dúvida, a sorveteria pinguim, não seria florida? Onde bebi muitos pingados sim
Tbm vivi está época jogando no bordei com vc Nego Be
Beleza Roberto Pereira meu amigo, fomos no fundo do baú !!! Muito emocionante, essas lembranças, não tem preço, vivi tudo isso que vc narrou e vendo os comentários do meu amigo Norinho, como Gustavo falou, gente de primeira qualidad, comos os demais comentários parabéns para todos os amigos dessa época !! Um abraço para todos que fizeram parte dessa linda recordação !!Espedito vilar
Você esqueceu de Iraci. O Wiscksito por trás do Edifício Palomo. Sorveteria Rubi,Sinatra Bar, Cabaré de Anita. No lugar do Banco Itaú, tinha um hotel que não lembro o nome. Tempos bons, que não voltam mais. Pedro Canxa.ainda vivo. Viu do violão.
Pontaria ainda está vivo. O encontrei uns tempos atrás andando pelo Zepa. Tá velho mas do mesmo jeito
Excelentes memórias. Sou de uma época mais recente, morei apenas 5 anos em Campina Grande (77-81) enquanto universitário de engenharia, mas o suficiente para me apaixonar por essa cidade em todas as suas peculiaridades. Parabéns ao povo de Campina Grande.
Meu amigo e ex-vizinho Roberto
Seus textos refletem uma vida rica em amigos e testemunhos. São agradáveis como um bate-papo entre melhores amigos e nos transportam para uma Campina cheia de folclore, com personagens interessantíssimos. Passou do tempo de você dividir suas vivências conosco e fazer um livro retratando as transformações que essa cidade viveu ao longo desses anos.
Forte abraço
Danilo Batista Martins
Li o texto, e alguns comentários. É algo brilhante todas essas lembranças, ouço algumas histórias do tempo e me faz ter saudades do que Eu não vivi. Isso é fantastico!
Excelente texto. Parabéns pela emoção. Abaixo posto comentário do meu tio afim Bley, que vibrou demais.
COMENTÁRIO DO MEU TIO BLEY QUE MORA EM SÃO PAULO HOJE AOS 80 ANOS.
Excelente texto, vivi todos estes momentos, convivi com todas estas pessoas, sou um campinense com 80 anos, um quarto dos quais vivi em Campina, e foi o suficiente para jamais esquecê-la, nem seus líderes, nem seus heróis anônimos, personalidades raríssimas que nem Jorge Amado nem Érico Verissimo teriam sido capazes de descrever (ou de criar na mente). Vivi tudo isto que está descrito, no campo do Treze, no campo do Paulistano, nos Bordéus, na matinais do 31, nas tertúlias co Campinense, no sábado à tarde no GRESSE, afora os muitos "assustados". O passeio na Maciel Pinheiro e/ou na Praça do Capitólio. O corso na Maciel Pinheiro e Venâncio Neiva . Neste tudo maravilhoso e incontável que vivenciamos e , que, o autor foi muito feliz na descrição. Eu fiquei com inveja porque vivi isso, e nunca soube descrever nem bem nem mal, nem próximo, nem mesmo longe deste texto encantador. Parabéns
Benjamim Bley de Brito Neves -Professor titular da USP, Membro da Academia Brasileira de Ciências , mas antes de tudo, um campinense empedernido e saudoso diuturnamente
Pelo visto,só me resta parabenizar a todos a priori ao Dr Roberto Pereira pois tenho vivo em minhas lembranças aproximadamente 90% desse conteúdo.
Sr. Roberto observei que o Sr cita no seu texto um dos tipos populares da época, Horácio Bacanaço. Ele era um cantor de radio? Pois lembro-me da minha avó paterna citá-lo como cantor de rádio, e que vinha a ser da minha família materna que não cheguei a ter contato. Estou muito feliz de saber que de fato ele existiu. Gostaria de saber mais. Obrigada!
Crônica emocinante. Eu que sou saudosista, me arrepiei. E olhe que não sou de Campna Grande.
Nossa!!estou chorando de emoção, tenho 65 anos ,vivi parte desse tempo Bom de Campina Grande
Parabéns! Conseguiu transportar o leitor no tempo. Numa era de uma cidade em efervescência política, cultural e comercial. Sou sobrinha de Alonso Arruda, e meu pai Oldack Agra era o maior amigo dos irmãos Gaudêncio - Carlinhos e Zé, todos citados no artigo. Não vivi esse tempo, mas conheço muito dele. 👏👏👏
Obrigado por incluir o meu saudoso pai, Alonso Arruda, em sua memória. Grande abraço.