Apresentando-se na difusora Voz da Democracia, no Bairro da Liberdade, em Campina Grande, escondida do seu pai, Sr. Manoel Caetano de Oliveira, Marinês conquista o primeiro lugar em um concurso musical, interpretando a música “Fascinação”, rendendo-lhe um sabonete “Eucalol” como prêmio!
Este evento foi a gênese da Diva.
Sua trajetória se iniciou à partir daí, cantando de difusora, em difusora, pela Rádio Cariri, passando pela Rádio Borborema, até alcançar o ‘status’ nacional nas Rádios Mairink Veiga e Tupi.
Noaldo Ribeiro, em sua obra "Marinês Canta a Paraíba", define Marinês como aquela “que abriu ‘picadas’ numa floresta de preconceitos no Brasil dos anos cinqüenta.”, haja visto a condição feminina imperante àquela época em que mulher, cantora de rádio e alto-falantes, não era bem vista pelos olhos da sociedade.
E, em busca da trilha do destino, o trio formado por Marinês, Abdias Farias (seu esposo) e o zabumbeiro Cacau, venceu léguas e mais léguas adentro do interior brasileiro, se apresentando muitas vezes, em cima de caminhões ou cantando “no gogó”, sem uso de nenhum equipamento de som. Algumas vezes, inclusive, cabendo-lhes a arrumação do local da apresentação, varrendo os cinemas e limpando as cadeiras para que se promovesse conforto aos espectadores dos shows.
E foi dessa forma, até que em 1955, após o tão sonhado encontro com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, sua carreira tomou prestígio nacional ao ser apresentada no Rio de Janeiro. Mais tarde, seria eternamente conhecida como Marinês... e Sua Gente, conforme definira Chacrinha, o velho-guerreiro!
“[...] se do lado masculino temos uma galeria de cantores que inclui Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, do lado feminino Marinês é o grande nome, tendo criado uma escola de interpretação que é hoje seguida de ponta a ponta pelo Nordeste. Outras cantoras que popularizaram o forró, como Elba Ramalho e Gal Costa, cantam o forró como uma entre muitas opções musicais; não surgiram dele, surgiram da MPB. Surgiram de um contexto cultural, e num mercado musical totalmente diverso.”
Bráulio Tavares
Depoimento Raimundo Fagner
"Meu Cariri" Marinês e OSPB
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