Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
Criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa
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A Freguesia de Campina Grande, foi desmembrada em 1769 da dos Cariris de Fora, e erguida sob a égide de Nossa Senhora da Conceição.

Irineu Jóffily em seu livro assim descreve:

“Esta freguezia desmembrada dos carreris de fora em o ano de mil setecentos e sessenta e nove, fica ao este da cidade, trinta e cinco lagoas e da Costa trinta e seis; é de Portugueses; tem vinte e uma lagoas de largo para o sul, confina com a de Jardim e de comprido vinte e duas para o poente; confina com a dos Cariris de fora; é o seu commercio de gaco vaccum e cavallar; tem cura amovivel; e pelo rol da desobriga de mil setecentos e setanta e quatro tem tres capellas filiaes; quarenta e sete fazendas; quatrocentos e vinte e um fogos; e mil quatrocentos noventa pessoas de desobriga” (Notas sobre a Parahyba: 1892, p. 238)

Enquanto o pesquisador Francisco Severiano, assim refere-se em 1906:

“Campina Grande — Freguezia de Nossa Senhora da Conceição; situada a 30 leguas ao poente da sede episcopal, creada em 1769 e limitada: a leste, pelas parochias de Alagôa Grande e Ingá; ao oeste, pelas de Cuité, Pedra Lavrada e S. João do Cariry; ao norte pelas de Alagoa Nova e Areia; e ao sul” (A Diocese da Parahyba: 1906, p. 44).

A história nos dá conta que um padre italiano, do hábito de Santo Antonio, foi trazido pelo Capitão-mór Theodózio de Oliveira Lêdo para realizar os trabalhos de batismo e povoamento dos Índios Ariús, que se achavam aqui aldeados.

Teria este religioso construído uma casinha de taipa que lhe servira de igreja, no alto da ladeira da rua do Oriente (hoje Vila Nova da Rainha), onde realizava  as suas celebrações.

Anos depois, a Coroa Imperial destinou 25 mil réis para a construção de uma capela, que foi utilizada para melhorar a construção daquela morada, convertendo-a em capela.

A partir de 1753 foram realizadas algumas reformas, até que em 1793, a Igreja Matriz ganhou o aspecto atual. Em seu entorno foram construídos diversos casarões, que deram início a uma das principais avenidas da cidade.

O Padre Francisco Luiz de Sales Pessoa foi um dos que permaneceram a frente da administração paroquial por mais tempo. Ordenado ainda jovem, no ano de 1877, dez anos depois reinvidicava uma gleba de terras doadas ao Convento da Guia.

O vigário também foi responsável por grande parte do aformoseamento e construção da Catedral de N. S. da Conceição. “Era ainda um edifício pequeno, inestético, impróprio a uma população católica em crescimento” (ALMEIDA: 1962, p. 196).

Muitos profissionais liberais e comerciantes contribuiram para este empreendimento, a exemplo do Capitão Bento Olympio Torres Brasil, importante criador de gado em Banabuyé (Esperança), que chegou inclusive a receber o título de Benemérito pela doação de 200 mil réis.

Hoje quem passa por aquela imponente igreja nem imagina que a sua construção está cercada de tanta história!

Por Rau Ferreira (http://historiaesperancense.blogspot.com)


Fonte:

- JOFFILY, Irenêo. Notas sobre a Parahyba: fac-símile da primeira edição publicada no Rio de Janeiro, em 1892, com prefácio de Capistrano de Abreu. Thesaurus Editora: 1977.

- WIKIPÉDIA: Campina Grande. Disponível em: http://pt.wikipedia.org, acesso em 23/01/2012.

- SEVERIANO, Francisco. A Diocese da Parahyba. Typ. da "Imprensa". Parahyba do Norte: 1906.

- ALMEIDA, Elpidio de. História de Campina Grande. Edic̜ões da Livraria Pedrosa. Campina Grande/PB: 1962.

- PARAHYBA, Anuário Eclesiástico da. Vol. I. Parahyba do Norte: 1918.

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