Diccionario topographico do imperio do Brasil |
É certo que as origens de Campina Grande datam de 1697. E que no ano seguinte, um frade do hábito de Santo Antonio, por ordens do governador da Capitania, Manuel Soares Alberguaria, deu início à catequização dos silvícolas que se encontravam ali aldeados por força de Theodózio de Oliveira Ledo.
Deste fato, originou-se a Carta Régia de 13 de janeiro de 1701, que mandava construir uma capela e pagar ao capelão vinte e cinco mil réis de côngrua.
Em 1769 o povoado foi elevado à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, com sede em São João do Cariri de Fora. E através da Carta Régia de julho de 1766, foi transformada na “Vila Nova da Rainha”, o que só veio a ocorrer definitivamente em 1790, com a sua instalação.
Mesmo com a nova denominação, os sitiantes teimavam em chamá-la de Campina Grande, nome pela qual esta paragem sempre foi conhecida, no dizer de Irineu Jóffily.
Gonzaga (Economia, política e sociedade: 2006), menciona que “sua topografia plana, com muitas baraúnas, pau d’arcos, aroeiras, angicos e mulunguzeiros que caracterizavam uma extensa campina, é que gerou este cognome que ainda hoje perdura”.
No livro "Corografia Brazílica" de 1817, encontra-se o seguinte registro:
"Villa da Rainha, vulgo Campina-Grande, por estar solitária numa dilatada planície, obra de trinta e cinco leguas da Capital, não passa ainda de pequena; porem mui frequentada, em razão de lhe passar por dentro a estrada real do sertão. Paupinna era o nome, que a designava antes de ser villa. Seus habitantes bebem d'uma lagoa contigua, a qual faltando d'água nos annos de grande sêca, obriga-os a hir buscalla d'alli duas leguas. A sua Matriz he dedicada a Nossa Senhora da Conceição".
O termo “Campina Grande” surge oficialmente para nós em 1854, com a edição da Lei Provincial de n° 27, datada de 06 de julho do corrente ano, anexando este território à comarca de Pilar.
Campina foi elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864 (Lei Provincial n° 137). E no ano seguinte, era criada a Comarca de Campina Grande (Lei n° 183) e, por conseguinte, houve uma nova impulsão naquele povoamento.
Rau Ferreira
(Editor do Blog História Esperancense)
Fonte:
- CASAL, Manuel Ayres de. Corografia Brazílica, ou Relação Histórico-geográfica do Reino do Brasil. Tomo II. Rio de Janeiro/RJ. Imprensa Régia: 1817.
- Gonzaga de Sousa, L.: (2006) Economia, Política e Sociedade, Edição eletrônica. Texto completo em www.eumed.net/libros/2006a/lgs-eps/
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Campina_Grande, acesso em 17/01/2012.
Excelente texto Rau Ferreira, parabéns.
Elpídio de Almeida in História de Campina Grande discorda da toponímia citada da Corografia Brazílica.