Quando se iniciou o Campeonato Paraibano de futebol, este era meramente um campeonato municipal, realizado em João Pessoa e por clubes daquela cidade. A partir do momento em que o Treze e depois o Campinense começaram a disputar o torneio e de fato, este tornou-se um campeonato estadual, Campina Grande nunca mais deixou de ter a hegemonia do futebol paraibano, tornando-se o maior ganhador de títulos.
As grandes participações do Campinense no Campeonato Brasileiro de 1979 e do Treze em 1986, além da célebre campanha do Galo na Copa do Brasil de 2005 e a conquista do Campeonato do Nordeste pelo Campinense em 2013, são exemplos da supremacia de Campina Grande no futebol paraibano.
Entretanto, iremos voltar um pouco no tempo e falar de duas participações inesquecíveis dos clubes de Campina Grande na extinta Taça Brasil.
A Taça Brasil era uma espécie de Copa do Brasil com grife, já que era disputada nos moldes da atual competição da CBF, no estilo mata a mata e com os campeões estaduais, com fases eliminatórias. O termo “grife” foi utilizado, porque na época ainda não existia o Campeonato Brasileiro e a Taça Brasil tinha assim um status de ser a maior competição do país, tanto é verdade, que o seu campeão tinha uma vaga assegurada na Taça Libertadores da América.
A Taça Brasil de 1962 foi a primeira edição do torneio realizado pela CBD (hoje CBF). 18 equipes disputaram o campeonato, destacando-se o Bahia (campeão de 1959), Botafogo de Garrincha, o Cruzeiro de Minas Gerais, o Internacional gaúcho, o Santos de Pelé e o Sport Recife.
O campeonato estava dividido em duas zonas: Norte e Sul. O Norte em dois grupos: Nordeste e Nordeste/Norte.
O Campinense Clube estava no grupo “Nordeste”, por ter sido campeão paraibano em 1961. A “Raposa Feroz” tinha um grande elenco, com um time base de Augusto; Braga e Zé Preto; Ibiapino, Preto e Massangana; Chicletes, Zeca, Pedro, Araponga e Zé Luiz (ex-vice-prefeito de Campina Grande).
O campeonato estava dividido em duas zonas: Norte e Sul. O Norte em dois grupos: Nordeste e Nordeste/Norte.
O Campinense Clube estava no grupo “Nordeste”, por ter sido campeão paraibano em 1961. A “Raposa Feroz” tinha um grande elenco, com um time base de Augusto; Braga e Zé Preto; Ibiapino, Preto e Massangana; Chicletes, Zeca, Pedro, Araponga e Zé Luiz (ex-vice-prefeito de Campina Grande).
Uma das formações do Campinense em 1962 (Fonte: Site dos Abnegados do Campinense)
O primeiro jogo do Campinense foi contra o ABC de Natal, no dia 05 de setembro no Estádio Plínio Lemos, quando venceu por 4 a 3, gols de Araponga (2), Chicletes e Zé Luiz.
A volta seria disputada quatro dias no Estádio Juvenal Lamartine em Natal-RN, com nova vitória da equipe rubro-negra por 3 a 1, gols de Chicletes (2) e Araponga.
Com as vitórias sobre o ABC, o Campinense se classificaria para enfrentar o CRB de Maceió. Em 23 de setembro, a Raposa venceria em Campina Grande por 2 a 1, gols de Araponga. Porém, o Campinense perderia os pontos desta partida, por ter escalado irregularmente o atleta Lucas.
As velhas arquibancadas do Plínio Lemos, palco das grandes partidas da Raposa em 1962 (Diário da Borborema)
Um semana depois, no dia 30 de setembro, disputaria novo jogo contra o CRB desta vez no Estádio Pajuçara em Maceió. A equipe “Cartola” simplesmente atropelou o CRB pelo marcador de 6 a 0.
O próximo jogo seria justamente a final do Grupo Nordeste, contra o na época poderoso Bahia. A equipe de Salvador tinha uma verdadeira seleção e não é a toa que em 1959, fora o primeiro campeão da Taça Brasil ao derrotar o Santos de Pelé.
Pois bem, o primeiro jogo seria disputado no hoje lendário Estádio da Fonte Nova (recentemente demolido) em Salvador, no dia 31 de outubro, quando Didico do Bahia decretou a vitória de seu esquadrão por 1 a 0.
O próximo jogo seria justamente a final do Grupo Nordeste, contra o na época poderoso Bahia. A equipe de Salvador tinha uma verdadeira seleção e não é a toa que em 1959, fora o primeiro campeão da Taça Brasil ao derrotar o Santos de Pelé.
Pois bem, o primeiro jogo seria disputado no hoje lendário Estádio da Fonte Nova (recentemente demolido) em Salvador, no dia 31 de outubro, quando Didico do Bahia decretou a vitória de seu esquadrão por 1 a 0.
Jornal baiano relatando o primeiro encontro entre Campinense e Bahia em 1962
Ninguém deveria acreditar, que o então neófito Campinense poderia desbancar a equipe de Salvador. Todavia em 08 de novembro, a Raposa conseguiria uma de suas maiores façanhas, ao vencer pelo marcador de 2 a 0 no Estádio Plínio Lemos, o famoso “Esquadrão de Aço” da década de 60. O resultado inesperado levou o confronto para a chamada “negra” que seria disputado novamente no “PL” (11 de novembro). O campinense por ter feito 1 gol a mais que o Bahia, precisaria apenas de um empate, o que de fato ocorreu (1x1). Os mais antigos dizem que Armando Marques, juiz da peleja, fez de tudo para classificar a equipe baiana.
O Campinense seria então o campeão do Grupo Nordeste da Zona Norte, o que confundiu muitas publicações, ao se declarar o Campinense campeão do Nordeste de 1962, o que não é verídico, já que o grupo era apenas uma fase de classificação.
A Raposa disputaria contra o Sport (vencedor do Grupo Nordeste-Norte), quem seria o campeão da Zona Norte, que classificaria o campeão para as semifinais da Taça Brasil de 1962, com o vencedor enfrentando o Santos de Pelé, previamente classificado.
Em 20 de novembro, o Campinense empataria com o Sport em Campina Grande, com a arbitragem do temido Armando Marques, mais uma vez.
Na volta, disputada em 24 de novembro de 1962, a equipe de Recife venceria por 2 a 0, classificando-se para o confronto contra o Santos e encerrando o sonho do povo campinense de ver Pelé atuando nesta praça.
O Santos venceria o Sport e se classificaria para a final contra o Botafogo, conquistando mais um título para seu invejado rol de conquistas.
Os trezeanos por sua vez, tiveram de “engolir” a campanha do maior rival até a temporada de 1967. Após a conquista do título paraibano invicto em 1966, o Treze conquistou o direito de disputar a nona edição da Taça do Brasil de 67.
A equipe galista tinha como base: Galego; Lopes, Antonino, Mane e Janca; Leduar e Zeca; Lima, Pingo, Chicletes e Zé Luiz. 21 participantes lutariam pelo título, destacando-se o Atlético Mineiro, Botafogo do Rio de Janeiro, Cruzeiro de Minas Gerais, Grêmio do Rio Grande do Sul, o Náutico de Miruca, ex-craque do Treze, o Palmeiras de Ademir da Guia.
A Raposa disputaria contra o Sport (vencedor do Grupo Nordeste-Norte), quem seria o campeão da Zona Norte, que classificaria o campeão para as semifinais da Taça Brasil de 1962, com o vencedor enfrentando o Santos de Pelé, previamente classificado.
Em 20 de novembro, o Campinense empataria com o Sport em Campina Grande, com a arbitragem do temido Armando Marques, mais uma vez.
Na volta, disputada em 24 de novembro de 1962, a equipe de Recife venceria por 2 a 0, classificando-se para o confronto contra o Santos e encerrando o sonho do povo campinense de ver Pelé atuando nesta praça.
O Santos venceria o Sport e se classificaria para a final contra o Botafogo, conquistando mais um título para seu invejado rol de conquistas.
Os trezeanos por sua vez, tiveram de “engolir” a campanha do maior rival até a temporada de 1967. Após a conquista do título paraibano invicto em 1966, o Treze conquistou o direito de disputar a nona edição da Taça do Brasil de 67.
A equipe galista tinha como base: Galego; Lopes, Antonino, Mane e Janca; Leduar e Zeca; Lima, Pingo, Chicletes e Zé Luiz. 21 participantes lutariam pelo título, destacando-se o Atlético Mineiro, Botafogo do Rio de Janeiro, Cruzeiro de Minas Gerais, Grêmio do Rio Grande do Sul, o Náutico de Miruca, ex-craque do Treze, o Palmeiras de Ademir da Guia.
Uma das formações do Treze em 1967 (Acervo Diário da Borborema)
Semelhante ao que ocorrera em 1962 com seu rival, o Treze teria de enfrentar a Zona Norte. Seriam dois grupos, com Galo da Borborema no Grupo Nordeste.
Em 30 de julho o Treze iria a Natal para enfrentar o ABC, quando empatou pelo marcador de 2 a 2 no Estádio Juvenal Lamartine.
No dia 2 de agosto em Maceió, o Galo bateria o CSA por 3 a 2. Quatro dias depois empataria com o América de Sergipe, na casa do adversário em 1 a 1, com Chicletes marcando para a equipe do bairro de São José.
No dia 09 de agosto, golearia o ABC por 3 a 0 em jogo realizado em Campina Grande. No dia 13, jogando novamente em casa, empataria com o CSA em 1 a 1. Em 16 de agosto em Campina, venceria o América de Sergipe por 1 a 0, conquistando assim, o direito de disputar a final do grupo do Nordeste, contra o Leônico da Bahia, que já estava pré-classificado.
O primeiro jogo foi disputado o dia 03 de setembro na Fonte Nova em Salvador, quando o Galo venceu por 2 a 1, gols de Chicletes. Vale salientar, que na época o Leônico era a melhor equipe da Bahia.
(Acervo de Luizinho Bola Cheia - www.luizinhobolacheia.com)
O segundo jogo seria disputado no dia 10 de setembro, com nova vitória por 1 a 0. Com Chicletes novamente sendo o responsável pelo gol do Galo.
(Gol de Chicletes contra o Leônico - Arquivo Joselito Lucena - Rádio Caturité)
A exemplo do que ocorrera com o Campinense em 1962, algumas publicações consideraram o Treze campeão do Nordeste de 1967, novamente um equívoco. Repetimos, era apenas uma etapa de classificação do torneio.
O Treze agora enfrentaria o campeão do grupo Norte-Nordeste, o América do Ceará, para que se conhecesse o campeão da Zona Norte, que enfrentaria o Náutico (previamente classificado).
O Galo não foi bem contra o América, perdendo o primeiro jogo em 01 de outubro por 2 a 0 (Fortaleza-CE) e empatando o segundo em Campina Grande no dia 06 de outubro em 1 a 1.
O América cearense seria eliminado pelo Náutico, que ainda eliminaria o Atlético Mineiro e depois o Cruzeiro, até perder a final para a grande equipe do Palmeiras. Como destaque desta equipe do Náutico, o craque Miruca, que havia jogado no Treze.
Como prêmio de consolação, o Treze teria o artilheiro da Taça Brasil, Chicletes, com 9 gols marcados. Até hoje, Chicletes é o único jogador de uma equipe paraibana a ter sido artilheiro de um campeonato de elite, patrocinado pela CBF. A Taça Brasil ainda seria realizada por mais alguns anos até sua extinção em definitivo, com o advento do Campeonato Brasileiro de Futebol em 1971.
Por isso que o futebol de Campina Grande é diferenciado do restante da Paraíba. Temos história, façanhas, grandes jogadores, rivalidade e torcida. Campinense e Treze, sem dúvida, são dois dos maiores patrimônios de nossa cidade. Que esse clubes se profissionalizem cada vez mais, pois nesses últimos anos, o futebol foi quem mais “vendeu” Campina nacionalmente.
O Treze agora enfrentaria o campeão do grupo Norte-Nordeste, o América do Ceará, para que se conhecesse o campeão da Zona Norte, que enfrentaria o Náutico (previamente classificado).
O Galo não foi bem contra o América, perdendo o primeiro jogo em 01 de outubro por 2 a 0 (Fortaleza-CE) e empatando o segundo em Campina Grande no dia 06 de outubro em 1 a 1.
O América cearense seria eliminado pelo Náutico, que ainda eliminaria o Atlético Mineiro e depois o Cruzeiro, até perder a final para a grande equipe do Palmeiras. Como destaque desta equipe do Náutico, o craque Miruca, que havia jogado no Treze.
Como prêmio de consolação, o Treze teria o artilheiro da Taça Brasil, Chicletes, com 9 gols marcados. Até hoje, Chicletes é o único jogador de uma equipe paraibana a ter sido artilheiro de um campeonato de elite, patrocinado pela CBF. A Taça Brasil ainda seria realizada por mais alguns anos até sua extinção em definitivo, com o advento do Campeonato Brasileiro de Futebol em 1971.
Por isso que o futebol de Campina Grande é diferenciado do restante da Paraíba. Temos história, façanhas, grandes jogadores, rivalidade e torcida. Campinense e Treze, sem dúvida, são dois dos maiores patrimônios de nossa cidade. Que esse clubes se profissionalizem cada vez mais, pois nesses últimos anos, o futebol foi quem mais “vendeu” Campina nacionalmente.
Muito bom! Parabéns pelo brilhante texto e pelo resgate tão importante da história de Campina Linda!
Os clubes de Campina, orgulho da Paraiba.
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