Por Jobedis Magno de Brito (in Memoriam) *
O Cine São José – Na década de 40 na Rua Lino Gomes, no bairro São José, começou a construção do Cine São José e que foi inaugurado em 1945, com a exibição do filme “Sempre no Meu Coração”. Logo no inicio a pesada cortina de veludo vermelha, começava a deslizar se abrindo para mostrar a tela branca em que se projetava, em seguidas vinham os trailers das futuras atrações. Parte da população do bairro assistia aos filmes exibidos no cinema. A divulgação dos filmes se dava por meio do serviço de cartazes espalhados pelos bairros e no centro da cidade. As sessões aconteciam todos os dias e nas sextas feiras exibiam um seriado (o cinema neste dia lotava quase sempre).
O Cine São José – Na década de 40 na Rua Lino Gomes, no bairro São José, começou a construção do Cine São José e que foi inaugurado em 1945, com a exibição do filme “Sempre no Meu Coração”. Logo no inicio a pesada cortina de veludo vermelha, começava a deslizar se abrindo para mostrar a tela branca em que se projetava, em seguidas vinham os trailers das futuras atrações. Parte da população do bairro assistia aos filmes exibidos no cinema. A divulgação dos filmes se dava por meio do serviço de cartazes espalhados pelos bairros e no centro da cidade. As sessões aconteciam todos os dias e nas sextas feiras exibiam um seriado (o cinema neste dia lotava quase sempre).
O Cine São José nos tempos áureos
Na Sessão da noite, desafiava-se a presença de "Seu Assis" o gerente, do Cabo Gedeão e do Guarda Beiro, quantas vezes eles chamavam a atenção do bagunceiro. Cine São José de tanta saudade, de filmes como: "O gordo e o Magro" e filmes do Carlitos (cinema mudo, mas muito engraçado e comovente), “Crepúsculo dos Deuses”, “O Ébrio”, “A Última Carroça”, Ben-Hur, Sansão e Dalila, a “Paixão de Cristo” (este “religiosamente”, na Semana Santa), as “Chanchadas”, ”Marcelino Pão e Vinho”, ‘Luzes da Ribalta”, “E o Vento Levou”, O “Poderoso Chefão”. Os seriados: os de Tarzan; Mandrake, o Mágico; Flash Gordon. Os famosos filmes de cowboys; Jim das Selvas; Entre outros.
Os seriados: Assistíamos a um filme, e junto vinham os desenhos e um seriado. E os seriados eram aqueles produzidos nos Estados Unidos. Eles eram filmados com cerca de 15 capítulos em média, cada um. No finzinho de cada capítulo, o mocinho ou a mocinha (ou os dois juntos, pra ficar mais emocionante!), ficavam numa enrascada em que a morte era certa e pimba: Continua na Próxima Semana! E tínhamos que voltar, para ver como eles se safavam da situação. E voltávamos todas as semanas até o "The End" do último capítulo.
E tinha mais: não vimos que se assemelhasse à torcida no cinema de então... Quando o mocinho acabava com o bandido, ou a cavalaria chegava pra salvar a família de pioneiros cercada pelos índios, o cinema inteiro virava a maior bagunça. Era uma barulheira só, com nós, crianças, batendo os pés, berrando e gritando.
O Cine José era o romantismo: Os anos cinqüenta e sessenta no Bairro do São José foram assim de uma efervescência épica do ponto de vista cultural, social e intelectual. O serviço de som do Bairro, naquele tempo, comandada pelos nosso agitadores culturais José Borges Filho e David Jorge foram alguns dos ícones dessa revolução que acontecia no bairro de São José e na cidade.
Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine São José fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e o bairro do São José expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo.
Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine São José fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e o bairro do São José expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo.
Precisamos criar, dessa forma, uma demanda com a velha guarda, apanhar esses depoimentos que ainda devem estar vivos por aí e colocá-los na pauta do dia. Precisamos registrar essas emoções que ainda restam, para o bem da história do nosso querido bairro. Reduto de crianças e adolescentes dos anos 40 aos anos 80, para vibrar com seus filmes de guerra e comédia, em suas matinês de fim de semana, e os filmes românticos das seções noturnas. No tempo em que ainda não existia televisão em Campina Grande, o cinema era a grande atração de crianças adolescentes e adultos. Passava também o Canal 100 com noticias diversas, mas com exclusividade o futebol.
Foi fechado, estava abandonado e foi invadido por uma família. Houve uma batalha pelo seu resgate, promoveram shows para arrecadar dinheiro, tudo isso para não ver o antigo cinema transformado em igreja ou invadidos pelos sem-tetos. Foi elaborado um projeto para sua utilização como Cine-teatro e Escola para crianças e adolescentes em estado de risco social, a ser construída na sua área de fundo, que alcança a Rua João Moura. Até agora ficou só no papel.
O Cine São José abandonado nos dias atuais
* O texto acima foi cedido pelo colaborador Jobedis com exclusividade para o blog.
SAIBAM MAIS:
Reportagem da TV Itararé (Programa Diversidade), sobre a história do cinema do bairro de São José:
São relatos como esse de Jobedis que nos gratifica em nosso intento! É um resgate histórico mas, acima de tudo, é o relato de alguém que VIVEU essa História!
Obrigado Jobedis!
Assisti no palco do São José a peça O ÉBRIO com Vicente Celestino e Gilda de Abreu, no final da década de 1950, não lembro o ano. Nessa época as peças de teatro que vinham à cidade era encenadas ou no palco da RádioBorborema (onde vi As Mãos de Eurídice,com Rodolfo Mayer) ou nos palcos do Capitólio e do Sâo José, sendo este último melhor para as encenações, segundo era voz corrente na época.
Assisti no palco do São José a peça O ÉBRIO com Vicente Celestino e Gilda de Abreu, no final da década de 1950, não lembro o ano. Nessa época as peças de teatro que vinham à cidade era encenadas ou no palco da RádioBorborema (onde vi As Mãos de Eurídice,com Rodolfo Mayer) ou nos palcos do Capitólio e do Sâo José, sendo este último melhor para as encenações, segundo era voz corrente na época.
Parabens ao portal por este belo trabalho de resgate do pasaado de Campina Grande
Sobre este texto sou até suspeito de falar do autor jobedis já que sou um de seus filhos e me sinto honrado por tão belo depóimento de uma parte de suas memorias do bairro onde ele nasceu, cresceu. Realmente é um bonito texto sobre este cimema do Bairro do São José .As lembranças do passado são fragmentárias, no entanto, as imagens evocadas sobre este cinema são fortes. De qualquer forma revelam uma época e uma maneira de viver que se extinguiram. É pena que aqueles que não reconhecem a importância das coisas boas que passaram em suas vidas, viveram na mesma cidade. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. A vida mais as emoções, que podemos deixar, duram uma eternidade. Alguns fatos do passado ficam intactos em nossa caixa de memórias e permanecem tão vivos que ainda têm os mesmos contornos, cores, cheiros e vozes
A partir do dia 11 de maio de 2010 o curso de comunicação social e a sociedade em geral estará promovendo uma semana de protesto e programação cultural na fachad do Cine São José para provocar,discutir e reinvidicar uma posição sobre o cine as autoridades competentes dia 2 de maio será exibido o filme "Cinema Paradiso" na fachada do cine vamos fechar arua colocar cadeiras vamos lutar por esse patrimonio cultural da cidade.
Olá, galera!
Também postei sobre o Cine e coloquei uma fala do Thomas por lá. O Cine será nosso, a-ha, u-hu! Besos!
era um tempo maravilhoso, pois era ponto certo de nos meninada do bairro do sao jose ir a matine aos domingos, por volta da 14 horas ficavamos todo sentados no outro lado da rua a esperar o inicio,o lanche era uma garrafinha de ksuk, com aliado, o filme em cena era de shollin uma doce recordaçao, não havia crack nem violencia,apena amizades;