por Rau Ferreira
Desde o seu
desbravamento, importantes pesquisadores e cientistas têm procedido a seus
estudos na cidade Rainha da Borborema. Campina chama a atenção por ser polo e
pela diversidade de espécies encontradas nestes carrascais.
A região que
se supõe ter sido berço de animais gigantescos e de árvores imensas na era
pleistoica, tem despertado curiosidades desde a época em que Irineu Jóffily
descobriu em 1889, no Tanque da Navalha, os ossos de um megatério.
Passaram por
aqui Henry Koster. O inglês que veio ao Brasil em busca de sua saúde e observou
que Campina, apesar de grande centro bovino, cultivava em 1814 lindas espigas
de trigo.
Philip von
Luetzelburg que em seu livro “Estudo Botânico do Nordeste” descreve a sua
excursão realizada entre 1919 e 1922, e se refere a Campina:
“Ao
redor da serra [Borborema] ainda existem alguns restos de mata virgem, que em
direção à Cachoeira de Cebolas, cobrem, em formação de Angicos (Caesalpinia
echinata) as elevações".
Segundo Capistrano de Abreu, este era o nome
vulgar conferido pelos campinenses ao Pau-Brasil.
O baiano historiador da educação Primitivo Moacyr,
em sua obra sobre a “Instrução e o Império”, destaca a existência de uma escola
noturna, regida pelo Professor Graciliano Fontino Lordão, mantido a custa de
uma associação com 55 alunos. A data provável deste educandário é 1853.
Finalmente, o estudioso Henry Koster que viajou o
Nordeste brasileiro menciona uma raiz muito empregada na medicina pernambucana,
como purgativo brando: Ipecacuanha-branca (ou papaconha, como é vulgarmente
conhecida). Citando a planta, escreve o português:
“Nos arredores de Campina Grande (na Paraíba) vi
grandes trechos de terra cobertos com essa planta. Com essa espécie de
ipecacuanha os nossos farmacêuticos podiam fazer o seu xarope de viola, e
nossos médicos poderiam, sem escrúpulo, aplicar as flores e o cálice em lugar
das flores da Viola odorata, porque promove expectoração e possui qualidades
estimulantes que fortificam os nervos”.
Hoje a história se repete nos bancos universitários,
nos laboratórios de pesquisa e nos centros acadêmicos, muito embora transpareça
um grande potencial cibernético.
Referência:
- LEITÃO,
Cândido de Mello. O Brasil visto pelos ingleses.Vol. 82, 1ª ed. Companhia
Editora Nacional: 1937.
- IHGPE, Revista. Instituto
Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Edição XXXVI. Pernambuco:
1890.
- SOUZA, Bernardino
José de. O Pau-Brasil na História Nacional. Vol. 162, 1ª ed. Companhia Editora
Nacional: 1939.
- MOACYR,
Primitivo. A instrução e o Império – subsídios para a história da educação: 1823-1853.
- KOSTER, Henry. Viagens
ao Nordeste do Brasil. Trad. Tradutor: Luís da Câmara Cascudo. Vol. 221, 1ª ed.
Companhia Editora Nacional: 1942
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