O ano de 1975 marcou o esporte na Serra da Borborema com um título paraibano que o Treze dividiu com o Botafogo de João Pessoa (Pela FPF E CBF). Porém, as grandes manchetes dos jornais da época, eram as inaugurações dos Estádios José Américo de Almeida em João Pessoa e o Ernani Sátyro em Campina Grande, que faziam parte do idealismo do Regime Militar, ou seja, construir obras grandiosas, para que uma idéia de modernidade fosse implantada na mente dos brasileiros.
Desta forma, Campina Grande foi agraciada com um grande Estádio de futebol, com capacidade para cerca de 40 mil pessoas, o que para uma cidade apaixonada pelo esporte, seria muito bem utilizado, afinal como sabemos, a capital de nosso futebol sempre foi Campina.
O jogo da inauguração do Estádio era para ser entre o Treze e o time do Governador do Estado, o Botafogo do Rio, todavia, como contou a Roberto Hugo da Rádio Caturité em 2006, Zé Agra o então presidente do Galo, fez uma série de exigências fazendo com que o Governador escolhesse o principal rival da equipe de São José, para o jogo da inauguração.
Passados alguns dias, seria a vez da Inauguração dos Refletores. Dessa vez, o Governador não teve alternativa e aceitou algumas reivindicações de Agra, convidando o Galo da Borborema para um confronto com o Flamengo do Rio de Janeiro.
Era o dia 13 de agosto de 1975. O Flamengo de Zico chegou a Campina Grande, disposto a golear o desconhecido Treze (para eles). O campo estava completamente lotado, com o Galo mostrando a força de sua torcida e batendo o recorde de público e renda. Não é preciso dizer, que o jogo era aguardado com uma grande expectativa. Zico em entrevista a um repórter da cidade relatou o seguinte: “O Estádio é excelente. Com grande carinho fomos recebidos aqui pelo povo de Campina Grande. Vamos ver se podemos fazer uma boa exibição, para alegrar o público que comparece ao Estádio”. Vale salientar, que nessa época o “Galinho de Quintino” era apenas uma promessa, mas seu grande futebol já começava a se destacar, inclusive como curiosidade, “dizem as más línguas”, que no momento do gol de Zico, de falta, um dos jogadores que estava na barreira do Treze se virou para o goleiro, sendo logo repreendido por um colega, quando então teria questionado: “Você acha que vou perder o gol?”.
Treze x Flamengo no Amigão em 1975
O árbitro da peleja foi José Frazão, que afirmou a Rádio Borborema sua emoção em mediar esse jogo, fazendo alusão inclusive, a uma emissora de televisão pernambucana, que teria transmitido esse jogo para Estados nordestinos. Se esse fato realmente ocorreu, poderá ter sido o primeiro jogo transmitido interestadualmente na Paraíba. Infelizmente, nossa memória esportiva é falha e fatos como estes, ficaram perdidos na areia do tempo.
Os mais antigos e as publicações que relataram esse jogo, dizem que a partida foi exuberante. O historiador do Galo, professor Mario Vinicius relatou em seu livro sobre o Treze, o fato que originou o primeiro gol da equipe de São José: “Aos sete minutos, Cantarelli, arqueiro rubro-negro, cobrou um tiro de meta para Geraldo. Este, tendo pela frente o artilheiro João Paulo, resolveu aplicar-lhe um ‘chapéu’ e sair jogando. Contudo, o centroavante alvinegro conseguiu tocar com a cabeça na bola, matá-la no peito e disparar um ‘canhão’ para a meta rubro-negra, fazendo o primeiro gol noturno do Amigão.” O Estádio vibrava em emoção, com a equipe paraibana jogando de igual para igual com aquele time, que já tinha a base da equipe que viria a ser campeã mundial de 1981 e consequentemente, uma das maiores equipes da história do futebol brasileiro.
Infelizmente, aos 12 minutos, chegou à hora da falta que já relatamos, com a cobrança magistral de Zico empatando para o Mengão. Esse foi o resultado do primeiro tempo. Joselito Lucena, um dos narradores desse jogo, faltou “esgoelar-se” em emoção, tentando passar com fidelidade para o ouvinte, o que se estava acontecendo naquele momento.
Veio o segundo tempo e infelizmente para o Treze, o Flamengo tinha Zico. Como diria Nelson Rodrigues, apenas os “Idiotas da Objetividade”, não achavam Zico o maior do mundo. Era um “cracasso”, que infelizmente, como se fosse uma punição dos Deuses do Futebol, nunca conquistou uma Copa do Mundo, fato este, entretanto, que não diminuiu jamais sua importância para o futebol. Para o Flamengo, ele era simplesmente “Deus”. Assim, aos 14 minutos, driblou um defensor galista e chutou forte, na gaveta de Renato, grande goleiro do Treze na década de 70, fazendo Fla 2x1. A partir desse momento, o Mengo não deu mais chance ao azar e consolidou sua vitória, deixando, porém, uma boa dose de confiança ao Treze, que se aproximava da conquista do Paraibano de 1975.
FICHA TÉCNICA:
Os mais antigos e as publicações que relataram esse jogo, dizem que a partida foi exuberante. O historiador do Galo, professor Mario Vinicius relatou em seu livro sobre o Treze, o fato que originou o primeiro gol da equipe de São José: “Aos sete minutos, Cantarelli, arqueiro rubro-negro, cobrou um tiro de meta para Geraldo. Este, tendo pela frente o artilheiro João Paulo, resolveu aplicar-lhe um ‘chapéu’ e sair jogando. Contudo, o centroavante alvinegro conseguiu tocar com a cabeça na bola, matá-la no peito e disparar um ‘canhão’ para a meta rubro-negra, fazendo o primeiro gol noturno do Amigão.” O Estádio vibrava em emoção, com a equipe paraibana jogando de igual para igual com aquele time, que já tinha a base da equipe que viria a ser campeã mundial de 1981 e consequentemente, uma das maiores equipes da história do futebol brasileiro.
Infelizmente, aos 12 minutos, chegou à hora da falta que já relatamos, com a cobrança magistral de Zico empatando para o Mengão. Esse foi o resultado do primeiro tempo. Joselito Lucena, um dos narradores desse jogo, faltou “esgoelar-se” em emoção, tentando passar com fidelidade para o ouvinte, o que se estava acontecendo naquele momento.
Veio o segundo tempo e infelizmente para o Treze, o Flamengo tinha Zico. Como diria Nelson Rodrigues, apenas os “Idiotas da Objetividade”, não achavam Zico o maior do mundo. Era um “cracasso”, que infelizmente, como se fosse uma punição dos Deuses do Futebol, nunca conquistou uma Copa do Mundo, fato este, entretanto, que não diminuiu jamais sua importância para o futebol. Para o Flamengo, ele era simplesmente “Deus”. Assim, aos 14 minutos, driblou um defensor galista e chutou forte, na gaveta de Renato, grande goleiro do Treze na década de 70, fazendo Fla 2x1. A partir desse momento, o Mengo não deu mais chance ao azar e consolidou sua vitória, deixando, porém, uma boa dose de confiança ao Treze, que se aproximava da conquista do Paraibano de 1975.
FICHA TÉCNICA:
13/08/1975- Treze 1x Flamengo (RJ) 2
Local: Amigão
Cidade: Campina Grande-PB
Juiz: José Frazão
Competição: Amistoso
Público: 27 450 pessoas
Treze: Renato-74; Son, Cidão, Carioca e Heliomar; Carlinhos e Gil Marques; Chiquinho, Nilo (Fernando), João Paulo e Soares (Cicita).
Flamengo: Cantarelli, Júnior, Jaime (Rondinelli), Luiz Carlos e Rodrigues Neto (Luiz Florêncio); Liminha e Geraldo; Doval, Zico (Paulinho), Luizinho e Edson.
Gols: João Paulo e Zico (2).
Áudio - Momentos do Jogo:
Fontes:
Programa Reminiscências (Rádio Caturité) – Áudio do gol de João Paulo
Livro sobre a História do Treze – Professor Mário Vinicius
Livro sobre o 50 anos do Treze – Fotos
Programa Debate na Caturité – Rádio Caturité
Programas Esportivos da Rádio Borborema
Construir um Estádio não é tarefa das mais fáceis para um governante de um estado carente como a nossa Paraiba. Mas construír dois é mais dificil ainda, mas isto aconteceu aqui na nossa terrinha com um governador de palavra ( Ernani Satiro o famoso amigo velho) Para não ter ciumeira entre campinense e Pessoenses ele construiu dois um em Campina Grande e o outro em João Pessoa em tempo que parecia impossível ( Foi construído em quatorze meses). No dia da inauguração fui ao jogo por varios motivos. Um pela festa em si, outra para secar o Flamengo e a terceira para assistir meus amigos de infancia jogar no Treze - O grande zagueiro SOM e o Fernando Canguru, dois parceiros do Everton time que jogavamos no Bairro do São José. Vibrei quando o Treze marcou logo no inicio de jogo (através do atacante João Paulo aos sete minutos, o primeiro gol noturno do Amigão. Mesmo o Treze jogando de igual para igual o Zico empatou aos 12 minutos do primeiro tempo, cobrando falta, e virou a partida para o Flamengo aos 14 minutos do segundo tempo. Mas no tudo valeu o jogão
Já havia ido a inauguração do Amigão (CAMPINENSE 0 X 0 BOTAFOGO-RJ) e fui também a essa partida, que inaugurou os refletores do estádio. Lembro do gol de João Paulo, depois de uma saída infeliz do saudoso GERALDO, que tentou encobrir o centro avante do Galo, na trave que dá prá cidade de Queimadas. Naquela época, eu era mais um inocente útil, que por ser Raposeiro, sem perceber, tomava emprestado de fora, outro rubro-negro para torcer (Hoje, graças a Deus, só torço no mundo, pela velha Raposa).
Só para regitro: O Campinense Clube foi o único time Paraibano que não perdeu nos eventos que inauguraram o AMIGÃO e SATYRÃO (Depois mudaram, para desgosto do "Amigo Velho",o nome para José Américo de Almeida). O Botafogo de João Pessoa havia sido derrotado pelo original carioca por 2x0, com dois gols do ponta Tiquinho, que anos depois vestiria a camisa do Treze F.Clube. O Auto Esporte que também enfrentou o Flamengo, na inauguração dos refletores do estádio da Capital, perdeu igualmente por 2x1.
Agora ouvir Zelito, Levy e Clélio Soares... Não tem nada igual!