Feira Central Anos 60 - Mercado Público ao Centro (Foto FGV-CPDOC)
A gênese da feira livre de Campina Grande confunde-se com sua própria fundação. A feira surgiu no aldeamento do povo Ariú, grupo pertencente a nação dos Kariri, que permaneceu em nossa localidade com a finalidade de pastorear o gado dos Oliveira Ledo.
Este local, onde aportou Theodósio e seus índios trazidos do interior da província, era o Sítio Barrocas, mais precisamente no início da Rua Vila Nova da Rainha com o Açude Velho, viela considerada porta de penetração para o Sertão e Cariri desde os primórdios.
Por se tratar de uma rota estratégica, aglomeravam-se tropeiros e boiadeiros, donde se destacava o comércio, à base da troca, do principal produto da época, a farinha de mandioca.
Desde então, fixara-se ali, a feira livre de Campina Grande, tradicionalmente realizada aos domingos. Somente em 1839, atendendo ao pedido de D. João Perdigão, bispo de Olinda-PE, em visita ao interior da Paraíba, é que teve sua realização transferida para o sábado, mantendo-se neste dia até hoje.
Com a construção do mercado de cereais de Baltazar Gomes Pereira Luna, no Largo da Matriz (onde funcionou a Reitoria da UEPB), a feira fora deslocada para a Avenida Floriano Peixoto, nas proximidades do prédio de Baltazar, permanecendo ali até o ano de 1864, quando o comerciante Alexandrino Cavalcante de Albuquerque construiu seu mercado na Rua do Seridó (Maciel Pinheiro), fazendo com que os comerciantes de cereais de instalassem à frente do seu estabelecimento, favorecendo, inclusive o acesso dos freqüentadores da feira às casas de rancho (restaurantes) localizados nas imediações do Cemitério das Boninas (haja visto o desmantelo urbano ao qual eram estabelecidas as vias de acesso em nossa cidade até o final dos anos 30).
Este local, onde aportou Theodósio e seus índios trazidos do interior da província, era o Sítio Barrocas, mais precisamente no início da Rua Vila Nova da Rainha com o Açude Velho, viela considerada porta de penetração para o Sertão e Cariri desde os primórdios.
Por se tratar de uma rota estratégica, aglomeravam-se tropeiros e boiadeiros, donde se destacava o comércio, à base da troca, do principal produto da época, a farinha de mandioca.
Desde então, fixara-se ali, a feira livre de Campina Grande, tradicionalmente realizada aos domingos. Somente em 1839, atendendo ao pedido de D. João Perdigão, bispo de Olinda-PE, em visita ao interior da Paraíba, é que teve sua realização transferida para o sábado, mantendo-se neste dia até hoje.
Mercado Velho, de Baltazar Luna
Com a construção do mercado de cereais de Baltazar Gomes Pereira Luna, no Largo da Matriz (onde funcionou a Reitoria da UEPB), a feira fora deslocada para a Avenida Floriano Peixoto, nas proximidades do prédio de Baltazar, permanecendo ali até o ano de 1864, quando o comerciante Alexandrino Cavalcante de Albuquerque construiu seu mercado na Rua do Seridó (Maciel Pinheiro), fazendo com que os comerciantes de cereais de instalassem à frente do seu estabelecimento, favorecendo, inclusive o acesso dos freqüentadores da feira às casas de rancho (restaurantes) localizados nas imediações do Cemitério das Boninas (haja visto o desmantelo urbano ao qual eram estabelecidas as vias de acesso em nossa cidade até o final dos anos 30).
Feira Livre - Rua Maciel Pinheiro (Anos 20)
A partir daí, definem-se os termos “Mercado Novo” e “Mercado Velho”, para os estabelecimentos de Alexandrino e Baltazar, respectivamente.
Como zona de potencialidade econômica local, a localização da feira foi motivo de disputas políticas; os partidários vencedores à cada eleição estabeleciam o local da feira de acordo com suas conveniências, levando a dissipação de uma famosa frase da época que dizia “aonde o poder vai, a feira vai atrás”, fazendo com que a feira mudasse de local de acordo com as eleições vindouras, disputadas entre liberais e conservadores.
Como zona de potencialidade econômica local, a localização da feira foi motivo de disputas políticas; os partidários vencedores à cada eleição estabeleciam o local da feira de acordo com suas conveniências, levando a dissipação de uma famosa frase da época que dizia “aonde o poder vai, a feira vai atrás”, fazendo com que a feira mudasse de local de acordo com as eleições vindouras, disputadas entre liberais e conservadores.
No ano de 1925, foi construído vizinho ao comércio de Alexandrino Cavalcante, o Mercado Publico Municipal, intento da administração Ernani Lauritzen, sendo inaugurado no dia 22 de outubro; Este prédio detinha acesso pelas ruas Maciel Pinheiro e Barão do Abiaí, transpassando todo o quarteirão.
Mercado Público Municipal (à esquera) e Feira Livre - Rua Maciel Pinheiro (1928)
Centro da efusão das novidades locais, foi na feira central que em 1905 fora apresentado à sociedade campinense o gramofone, considerado “um espetáculo onde todos correram para ouvir o bicho falante”, como narra Cristino Pimentel, em sua obra “Pedaços da História de Campina Grande, de 1958. Foi também na feira que se estabeleceram os primeira cinemas de Campina Grande; o Cine Brasil, o Cine-Theatro Apolo (construído onde era o Mercado Novo de Alexandrino Cavalcante em 1912) e o Cine Fox, todos de “saudosa memória”.
Em 1939 o então prefeito, Bento Figueiredo inicia a construção do mercado definitivo, no Bairro das Piabas (hoje Feira Central), onde se realizava a feira de gado, local conhecido pelos currais ali existentes, onde todos foram demolidos e transferidos para o Bairro de José Pinheiro, que estava em formação.
Sendo palco de disputas políticas e ideológicas, como a Revolta de Quebra-Quilos (1874) e a Revolta do Rasga-Vales (1895), a feira permaneceu de frente ao mercado novo até o ano de 1941 quando foi transferida, em definitivo, suas atividades para o inacabado Mercado Público do Bairro das Piabas, em 30 de agosto, pelo prefeito Vergniaud Wanderley.
Além da feira, o meretrício que ora funcionava na Rua Major Juvino do Ó (a Rua do Rói Couro), também fora transferido para as imediações do novo mercado, já havia 10 anos. Era conhecido como a Mandchúria e, em suas imediações, o auge da glória do Cassino Eldorado promoveu Campina Grande em nível regional, quando foi palco de grandes apresentações artísticas e local de ostentação de riquezas entre os anos de 1937 e 1942;
Detalhe do Muro Original do Mercado Central (atual)
A partir daí, a feira manteve-se no local determinado pela administração pública, expandindo suas atividades comerciais para as ruas adjacentes ao novo prédio, promovendo o orgulho municipal nos anos 70 de ser considerada a maior feira ao ar livre do Brasil.
Desde sua instalação, gradativamente ocorreu um “esquecimento” popular de que aquela localidade, hoje incorporada ao Centro da cidade como “Feira Central”, já fora o famoso Bairro das Piabas, ou os “Currais”.
Em seu processo de expansão, a Feira Livre de Campina Grande detinha uma forte imposição sobre o sistema econômico local, mesmo sem concorrer com os demais comerciantes da região central da Maciel Pinheiro e adjacências. Até 1983, por exemplo, todo o sistema de transportes coletivos tinha como passagem obrigatória a Feira Central, quando as linhas de ônibus funcionavam com rotas exclusivas para cada bairro. Este sistema foi modificado na administração Ronaldo Cunha Lima, alterando o ponto de intersecção para o Centro, da mesma forma que perdura até a atualidade.
Nos anos 80 a Feira Central de Campina Grande começa a sofrer a concorrência dos pequenos mercadinhos, instalados em suas imediações e, mais tarde, com a instalação do Supermercado Bompreço (Balaio) construído de frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Atualmente, apesar da concorrência imposta pelos grandes estabelecimentos que aportaram em nossa urbe, nossa Feira Central ainda é hoje o espaço mais democrático de comércio à céu aberto da nossa região, além de deter, de forma generalizada, todo o mostruário da cultura nordestina.
Fonte Pesquisada:
COSTA, Antonio Albuquerque de. "Sucessões e Coexistências do Espaço Campinense na sua Inserção ao Meio Técnico-Científico-Informacional: a Feira de Campina Grande na Interface desse Projeto". UFPE. Recife-2003.
Parabéns pelas fotos e também pela referência citada, já que considero o Dr. Antônio Albuquerque da Costa um dos poucos a ter propriedade para falar de nossa Feira Central.
Preciso da quantidade de páginas deste livro, do número da edição, e do volume. Agradeço desde já
muito bom
COLEGIO C E A NO COMANDO
Ótimo texto e fotos!
Mto bom
Maravilhosa estória da fa cidade,quanta riquesa!
meu ku
Eu gostei da história,ficou incrível,parabéns!!!👏🏼👍🏻