Serviço de Utilidade Pública - Lei Municipal nº 5096/2011 de 24 de Novembro de 2011
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Depois do livro de Boulanger Uchôa (Subsídios para a História Eclesiástica de Campina Grande), o que mais se aproxima acerca do registro histórico da religião campinense é o livro de Epaminondas Câmara: “Evolução do catolicismo na Paraíba-aos 500 anos da descoberta do Brasil”. 

Moacir Germano, em suas notas introdutórias, destaca a destreza do autor, que ao mesmo tempo se apresenta como “historiador e artista”, comparando-o a Tolstói em seu clássico “Guerra e Paz”:

Foi imbuído nesse espírito que o escritor esperancense começou a escrever, para o órgão católico “A Imprensa”, artigos que foram publicados entre 9 de abril a 12 de agosto de 1950, totalizando sessenta textos que compuseram este livro sobre o catolicismo na Paraíba. 

O jornal “A Imprensa Catholica” foi criado em 1893 pela Diocese da Parahyba com o objetivo de divulgar a fé cristã e combater as heresias.

A produção textual de Epaminondas permaneceu arquivada na Cúria Metropolitana por cerca de meio século, apesar de publicada nos folhetins de “A Imprensa”. Foi o professor Antônio Soares que se esmerou em garimpar essa relíquia para publicar, através das Edições Caravela, com a ajuda do Núcleo Cultural Campinense e da Academia de Letras de Campina Grande aquela que “resistiu às traças e aos cupins”, vindo à lume nos anos 2000.

A obra destaca a influência da Igreja Católica no movimento social e cultural do Estado, sem olvidar a participação do protestantismo na formação do ser e do saber de nossa gente; e muito menos a despeito contribuição do domínio holandês na formação da identidade popular. 

O livro possui 140 páginas e em sua folha de rosto dá autoria da capa ao cartunista Fred Ozanam, com fragmentos de xilogravura de Josafá de Orós. 

No dizer de Germano, não se constitui em uma apologia ou elogio ao clero, mas um relato da instituição no desbravamento do território e sua expansão da catequese, nas palavras de Epaminondas:

“E quanto aos demais livros da história paraibana, tenho observado que os seus autores não tem situado, no verdadeiro lugar, a grande influência, ou melhor, a grande coadjuvação da Igreja Católica na evolução social, moral, cultural e econômica do nosso estado. [...] não me interessa o fato de alguns historiadores universais ou brasileiros, a serviço de credos, filosofias ou sistemas políticos inconsistentes procurarem desvirtuar ação da igreja pondo em relevo alguns fatos, isolados e reprováveis cuja culpa não cabe a ela, mas a certos clérigos desviados da sublime missão” (CÂMARA: 2000).

O livro apresenta não apenas a formação moral, mas o contributo social e econômico das irmandades missionárias católicas, ligadas a alfabetização, construção de escolas e postos de trabalho.


Rau Ferreira


1 Comment

  1. Eduardo Marinho on 4 de junho de 2024 às 17:13

    Aquela que construiu a civilização ocidental, com toda certeza tem um papel importante no que hoje se entende como Paraíba.

     


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